Bem-vindo à página ARQUIVO 2006-2016 da Presidência da República Portuguesa

Nota à navegação com tecnologias de apoio

Nesta página encontra 2 elementos auxiliares de navegação: motor de busca (tecla de atalho 1) | Saltar para o conteúdo (tecla de atalho 2)
Visita ao Centro de Formação  da Escola da Guarda (GNR)
Visita ao Centro de Formação da Escola da Guarda (GNR)
Portalegre, 11 de fevereiro de 2016 ler mais: Visita ao Centro de Formação  da Escola da Guarda (GNR)

INTERVENÇÕES

Clique aqui para diminuir o tamanho do texto| Clique aqui para aumentar o tamanho do texto
Discurso do Presidente da República no 10º Encontro Nacional de Inovação COTEC 2013
Culturgest, Lisboa, 27 de novembro de 2013

O conhecimento, a tecnologia e a inovação são grandes forças transformadoras e geradoras de progresso nas economias e nas sociedades. Esta é a ideia fundadora da Cotec. Uma ideia poderosa, que tem inspirado uma agenda de mudança na economia portuguesa e nos nossos empresários e gestores.

Celebramos este ano uma década de existência da Cotec-Portugal. Felicito a associação, na pessoa do seu presidente Professor João Bento, pelo seu contributo inestimável para a causa da Inovação e saúdo os seus antecessores, Eng. Carlos Moreira da Silva e Dr. Artur Santos Silva, bem como os diretores gerais e respetivas equipas.

Uma palavra de grande apreço, igualmente, para todas as empresas associadas, que são, em primeira linha, a razão de existência da Cotec.

Nesta década, Portugal avançou a um ritmo superior ao da Europa nos fatores do processo de inovação. O notável progresso registado na cultura e na prática da inovação, sendo um motivo de orgulho, não pode, no entanto, deixar-nos satisfeitos e baixar os braços.

Portugal não pode abrandar nem ficar para trás no campeonato da inovação, que é o campeonato da competitividade e do crescimento económico. Apelo, por isso, ao empenhamento ativo dos poderes públicos, dos empresários, dos gestores, das mulheres e homens de ciência.

Nos próximos anos, teremos que lutar para lá do estatuto de “inovadores moderados” – que não deixa de ser uma divisão secundária da Europa -, se quisermos conciliar os desafios do crescimento económico e da criação de emprego com as exigências do equilíbrio das contas públicas. Teremos que assumir a ambição de ir mais além, de estabelecer metas mais avançadas para o país. Este é um desafio que a todos interpela.

Vivemos um momento charneira, decisivo para o nosso futuro. Daí a ideia de a Cotec celebrar 2013 como Ano Português da Inovação, tendo como propósito mobilizar esforços e estimular a criação de condições para a geração de mais empresas PMEs inovadoras, de empresas mais produtivas e com maior potencial de crescimento.

O contributo das PMEs inovadoras é incontornável para a consolidação de um novo modelo para a economia portuguesa. É nas PMEs mais inovadoras – e, por isso mesmo, mais competitivas – que se encontra o mais forte potencial de crescimento da nossa capacidade exportadora e de criação de emprego.

Mais empresas inovadoras significa maior intensidade de conhecimento nos produtos e processos e uma redobrada aposta na cultura de inovação.

Significa uma relação de maior proximidade entre instituições do sistema científico e o tecido económico, assim como a valorização do conhecimento e da tecnologia produzidos nas universidades.

Significa a capacidade das empresas em aproveitar, mobilizar e organizar os seus recursos humanos de forma eficiente, direcionando a sua atividade e o seu esforço para a produção de bens e serviços de elevado valor acrescentado.

Mais empresas inovadoras significa aprofundar uma cultura de experimentação e de risco, disseminada e valorizada pela sociedade.

Significa capacidade de encontrar novas formas de financiamento do crescimento empresarial, para além do crédito bancário, hoje, infelizmente, escasso e caro.

Significa, finalmente, mesmo num contexto de emergência, como aquele em que Portugal se encontra, exigir aos poderes públicos a mais alta prioridade nos esforços para desburocratizar a vida das empresas e reduzir, tanto quanto possível, os seus custos de contexto.

Estes serão os elementos necessários para acelerar o passo da tão imprescindível renovação do nosso tecido produtivo, dotando-o de mais empresas inovadoras, tecnologicamente mais avançadas e mais produtivas.

Quero sublinhar, por isso mesmo, a importância do trabalho desenvolvido pela COTEC no apoio às PMEs inovadoras, desde a sua criação ao crescimento e expansão internacional.

Desde logo, destaco a iniciativa Rede Cotec PME Inovação, um exercício continuado de coordenação e cooperação que deve ser um exemplo a seguir em todos os setores de atividade. A inovação não resulta do trabalho isolado de uma empresa, mas da colaboração de muitas, organizada em rede.

Tenho visitado algumas das empresas que constituem a Rede PME Inovação, uma amostra do que de mais inovador e competitivo existe no nosso tecido económico. Daí a minha convicção de que está aí um bom exemplo do que poderá vir a ser, num futuro próximo, a base do novo tecido produtivo português e de uma nova geração de empresários.

O sucesso desta Rede, que tenho acompanhado desde o seu arranque, é fruto de uma abordagem coerente e estruturada do processo de inovação e de um persistente trabalho de acompanhamento por parte da Cotec.

Registo com muita satisfação que a Cotec tenha correspondido ao meu desafio inicial e tenha conseguido, ano após ano, exceder as expectativas de alargamento da Rede, como novamente aconteceu este ano.

Saúdo as empresas recém-chegadas, selecionadas a partir da aplicação de critérios rigorosos, e que aceitaram o desafio e a responsabilidade de fazerem parte de um grupo de prestígio.

Os prémios que hoje entregamos, sinalizam bem como o nosso tecido científico e tecnológico despertou para a necessidade de um papel mais atuante na valorização do conhecimento científico de excelência produzido em Portugal e no fomento de projetos tecnológicos inovadores, com possibilidade de sucesso no mercado global.

Do mesmo modo, os casos exemplares de colaboração universidade-empresa mostram que existem já sinais de ligações covalentes entre o sistema científico e as empresas, sendo certo que muito ainda estará por fazer.

Investir na criação de conhecimento científico e desenvolvimento tecnológico mantém-se, muito claramente, uma prioridade. É que, sem isso, não será possível a melhoria sustentada da produtividade e o crescimento económico a médio prazo.

Entregamos, hoje, quatro prémios, que simbolizam e destacam o mérito de quem estimula uma cultura e assina uma prática de inovação de excelência – nas universidades e nas empresas. A todos os premiados, os meus parabéns pelo exemplo que representam e pela esperança que trazem ao nosso futuro.

Todos - empresas, universidades, poderes públicos e sociedade civil em geral - teremos que continuar a colocar o conhecimento e a inovação no topo das prioridades individuais e coletivas. É esta uma via incontornável para o crescimento da economia, para a própria sustentabilidade das finanças públicas e para a melhoria dos nossos níveis de coesão social e de bem-estar.

Enquanto presidente honorário, deixo à Cotec, neste seu décimo aniversário, uma palavra de sincero agradecimento. O balanço é muito positivo, mas acarreta igualmente renovadas expectativas e novas responsabilidades para o futuro.

A realização deste Encontro e a participação dos empresários e gestores, é um sinal de que, apesar de todas as dificuldades, a força da inovação empresarial está bem viva. O sucesso está ao nosso alcance. Dependerá, em grande medida, de nós e das nossas empresas, dos seus líderes e trabalhadores. Estou certo de que estaremos à altura deste desafio e desta responsabilidade.

Obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.