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Assembleia Geral das Nações Unidas
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Nova Iorque, EUA, 28 de setembro de 2015 ler mais: Assembleia Geral das Nações Unidas

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República por ocasião do Banquete em honra do Presidente da República da Polónia e Senhora de Bronislaw Komorowski
Palácio Nacional de Queluz, 19 de abril de 2012

É, para mim e para minha Mulher, motivo de uma satisfação muito particular receber Vossa Excelência, Senhor Presidente, a Senhora Anna Komorowska, bem como a ilustre delegação que os acompanha nesta primeira Visita de Estado a Portugal.

Portugal e a Polónia mantêm antigos laços políticos e culturais e uma amizade que a passagem dos séculos tornou mais forte, encontrando, hoje, plena expressão na parceria que partilhamos no quadro da União Europeia.

A História legou-nos um vasto e rico património de cooperação política, militar e comercial, remontando os primeiros contactos entre os portos portugueses e o Porto de Gdansk a finais do século XIV, que conheceram, a partir do século XV, um impulso significativo no contexto da expansão marítima portuguesa.

Já na segunda metade do século XIX, aquela que ficou conhecida como a “questão polaca” encontrou em Portugal um amplo e muito ativo movimento de apoio, que mobilizou vários setores da sociedade portuguesa, incluindo os dois primeiros Presidentes da República Portuguesa, Manuel de Arriaga e Teófilo Braga.

Também no domínio cultural, a História deixou-nos registo de um intenso intercâmbio entre os nossos países e povos, testemunhado, por exemplo, pelo impacto, na Polónia, de “Os Lusíadas”, de Luis Vaz de Camões, ou do “Quo Vadis”, de Henrique Sienkiewicz, em Portugal.

Senhor Presidente,

Portugal e a Polónia são, hoje, parceiros no quadro da União Europeia, partilhando os valores do projeto europeu e registando uma larga convergência de objetivos e de interesses comuns.

É minha convicção profunda que a integração europeia continua a ser a melhor resposta para os desafios do mundo atual. Nenhum dos países que integram a União Europeia, independentemente da sua dimensão, encontrará, isoladamente, melhores soluções do que aquelas que resultam da vontade coletiva e solidária de todos os Estados-membros.

É o caso da resposta à crise económica e financeira. Sempre defendemos que a única resposta verdadeiramente eficaz a uma crise, que é sistémica e global, só poderá ser europeia, coletiva e solidária.

Nos últimos anos foram tomadas decisões importantes tendo em vista o reforço da disciplina orçamental e da governação económica na zona euro. Necessitamos, contudo, de ir mais longe e centrar os nossos esforços e prioridades na adoção de uma verdadeira agenda europeia para o crescimento, a criação de emprego, o reforço da competitividade e da coesão. Dela depende o futuro de bem-estar e de estabilidade que queremos para os nossos cidadãos.

Reafirmo, hoje, aquilo que disse em Varsóvia, em setembro de 2008, aquando da Visita de Estado que efetuei à Polónia. Não há Europa sem a participação ativa e empenhada de todos. E todos precisamos de mais e de melhor Europa.

Senhor Presidente,

Para lá do reforço do excelente relacionamento político entre os nossos países, a presente Visita de Vossa Excelência contribuirá, estou seguro, para uma cooperação ainda mais estreita a nível e económico e empresarial.

Olhando para a atual dinâmica das nossas relações económicas e comerciais, e para o nível do investimento português na Polónia, só posso regozijar-me. Para muitas empresas portuguesas, a Polónia é um importante mercado no exterior.

Vários empresários que me acompanharam na Visita que efetuei à Polónia, em 2008, estão hoje aqui presentes. Muitos deles reforçaram, desde então, o seu investimento na Polónia, tirando partido dos elevados índices de crescimento da economia polaca. O seu exemplo é o melhor testemunho das oportunidades que se oferecem para o reforço da nossa parceria económica.

Acredito, contudo, Senhor Presidente, que podemos fazer mais e melhor nestes, como noutros domínios. É o caso das energias renováveis, da bioquímica e da biotecnologia, da nanotecnologia ou dos serviços tecnologicamente avançados, setores em que Portugal tem vindo a fazer uma aposta decisiva. A convergência dos nossos interesses noutras regiões, como é o caso de África e da América Latina, oferecem também um elevado potencial para o fortalecimento da nossa cooperação.

O Fórum Económico que amanhã terá lugar, a cuja cerimónia de abertura terei a honra de me associar, juntamente com Vossa Excelência, constituirá uma ocasião para que os empresários e investidores de ambos os países se conheçam melhor e aprofundem a sua cooperação.
Mas as nossas relações bilaterais constroem-se também noutras áreas. A dimensão de cooperação cultural tem vindo a ganhar uma importância crescente nos últimos anos. O mesmo poderá ser feito nos domínios científico, tecnológico e universitário, com benefícios para ambos os países.

Senhor Presidente,

Minha Mulher e eu guardamos as mais gratas recordações da Visita de Estado que fizemos à Polónia, em setembro de 2008. Para lá dos resultados, recordamos a extraordinária hospitalidade com que fomos recebidos. Esperamos, sinceramente, que Vossas Excelências, bem como a comitiva que os acompanha, se sintam tão bem em Portugal, como nós nos sentimos na Polónia.

Esta Visita de Vossa Excelência a Portugal constituirá, estou certo, mais um importante marco no relacionamento entre os nossos dois Países e reforçará, seguramente, a nossa parceria no quadro europeu.

É nessa convicção que peço a todos que se juntem a mim num brinde à saúde e prosperidade do Presidente Komorowski e à Senhora Anna Komorowska, do Povo amigo da Polónia, bem como à amizade entre os nossos dois países e ao futuro das nossas relações.

Muito obrigado

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.