Senhor Presidente, Excelência,
Senhora Dona Bettina Wulff,
Distintos convidados,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
É com o maior gosto que dou as boas-vindas ao Presidente Christian Wulff e a sua Mulher, bem como a toda a comitiva que os acompanha, nesta que é a primeira Visita de um Chefe de Estado a Portugal desde a minha reeleição como Presidente da República.
Esperamos que se sintam, no nosso País, tão bem acolhidos como minha Mulher e eu nos sentimos por ocasião da Visita de Estado que efectuámos à Alemanha, em Março de 2009, e que tão gratas recordações nos deixou.
Na pessoa do Presidente Wulff, Portugal acolhe o mais alto representante de um país amigo e aliado, de um parceiro, com quem partilha um relacionamento secular e um futuro comum, no quadro da União Europeia.
Portugal não esquece o apoio determinante da Alemanha na nossa caminhada pela Liberdade e pela Democracia e no percurso que conduziu à nossa adesão à então Comunidade Económica Europeia.
O processo de integração europeia, com o qual ambos estamos firmemente comprometidos, aproximou ainda mais os nossos povos e países. Uma proximidade que se reflecte nos mais variados sectores de actividade, com implicações directas na vida dos nossos cidadãos.
A Alemanha ocupa um dos lugares cimeiros entre os nossos parceiros económicos. É o nosso segundo maior cliente, o segundo maior fornecedor e um dos mais importantes investidores externos.
São muitas as empresas alemãs que escolheram Portugal para se instalar. Os bons resultados que vêm alcançando, a despeito de um contexto internacional adverso, são a mais clara demonstração do sucesso dessa aposta.
Muitas são, igualmente, as empresas portuguesas que investem, hoje, no mercado alemão, e empresários, cientistas, arquitectos, estudantes e académicos estão a criar parcerias que reforçam os laços existentes e fortalecem a confiança no futuro.
O nosso nível de cooperação muito deve, também, à presença na Alemanha, de uma significativa e particularmente bem integrada comunidade de origem portuguesa, veículo disseminador da nossa cultura e da nossa identidade.
Aquilo que temos sabido construir permite que sejamos ambiciosos quanto ao futuro.
Domínios como o das energias renováveis, da biotecnologia, das indústrias criativas ou da economia do mar são exemplos de áreas com um elevado potencial para o fortalecimento da nossa cooperação. A complementaridade e convergência de interesses entre os nossos empresários relativamente à presença noutras regiões, como é o caso dos países de expressão oficial portuguesa em África e na América Latina, oferece, igualmente, oportunidades que devem ser aproveitadas.
Senhor Presidente,
A 3 de Outubro de 1990, o mundo assistia, com emoção e esperança, à reunificação da Alemanha, um empreendimento de cujo sucesso alguns duvidavam, mas que todos hoje reconhecem como um símbolo maior da unidade do nosso Continente e do sucesso da integração europeia.
Vinte anos volvidos, a União Europeia encontra-se novamente perante um desses momentos que são definidores do curso da História.
A natureza dos grandes desafios do nosso tempo e as transformações que se vêm operando nas relações de força a nível internacional exigem, mais do que nunca, uma União Europeia que saiba actuar de forma coesa, solidária e determinada.
Sejamos claros: a forma como enfrentarmos as dificuldades do presente determinará o que seremos no futuro.
A introdução do euro, como lembrou Helmut Khol, constituiu um ponto de viragem decisivo na História da Europa. O euro é, hoje, um pilar de sustentação da própria integração europeia. Cabe, por isso, aos líderes europeus, aos Estados membros, às instituições europeias, a inadiável responsabilidade de defender a União Económica e Monetária e de garantir que a sua governação é eficaz, credível e transparente.
A defesa da União Económica e Monetária é indissociável do rigor na gestão das contas públicas. Mas passa, igualmente, pela definição e execução de uma agenda estratégica comum e solidária, capaz de relançar o crescimento económico, criar emprego, promover a competitividade e reforçar a coesão. Assim se garantirá que a construção europeia continue a ser o grande projecto portador de confiança e de esperança para o futuro dos europeus.
Senhor Presidente,
Portugal e a Alemanha partilham objectivos e interesses em relação a múltiplos temas da agenda internacional. Uma agenda que é hoje caracterizada por um elevado grau de volatilidade e de incerteza.
Estou certo de que a presença dos nossos dois países no Conselho de Segurança das Nações Unidas constituirá uma oportunidade para alargar e aprofundar a coordenação das nossas posições e, por esse meio, afirmar os objectivos consagrados no Tratado de Lisboa, no domínio da acção externa da União Europeia.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
É com confiança no futuro que peço a todos que se juntem a mim num brinde à saúde e felicidade do Presidente Christian Wulff e da Senhora Dona Betina Wulff, ao fortalecimento das relações entre Portugal e a Alemanha e à prosperidade crescente dos nossos povos e países.
© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016
Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.
Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.