Senhor Secretário de Estado da Energia e da Inovação,
Senhor Presidente da Comissão Executiva do BES,
Senhoras e Senhores,
É com especial satisfação que me associo à cerimónia de atribuição de prémios do Concurso Nacional de Inovação BES. Trata-se de uma iniciativa de sucesso, o que é comprovado pelo número crescente de candidaturas, pelo prestígio das instituições associadas e, sobretudo, pelos resultados obtidos no plano do impacto económico da inovação tecnológica.
A participação de concorrentes e instituições de todo o território e a presença muito significativa dos nossos principais pólos de investigação universitária são marcos da abrangência e da dimensão verdadeiramente nacional desta iniciativa.
Sendo um excelente sinal a alargada rede de parcerias envolvidas, o certo é que a ideia de competição promove igualmente um ambiente de saudável concorrência entre universidades e centros de investigação, que procuram destacar-se na aproximação dos seus trabalhos ao mercado.
Desde sempre, a capacidade de conceber e inventar novas tecnologias constituiu uma fonte de contribuições extraordinárias para o progresso das civilizações e para o bem-estar da Humanidade. É universalmente conhecido o momento Eureka, protagonizado por Arquimedes, onde a súbita inspiração ilumina a resposta para um problema aparentemente insolúvel.
Mais do que uma simples celebração da inspiração e excelência da produção científica e tecnológica dos investigadores nacionais, a fórmula deste Concurso é baseada numa filosofia que importa difundir na cultura de inovação nacional.
Desde logo, porque privilegia como critério mais importante na avaliação de um projecto o impacto potencial dos seus resultados na competitividade empresarial, em sectores com maiores potencialidades de crescimento global.
A iniciativa destaca ainda importância de uma cultura de respeito e valorização da propriedade intelectual, no quadro da actividade de desenvolvimento tecnológico. As patentes, na verdade, são um instrumento essencial para reconhecer e proteger o valor material e até imaterial do esforço criativo dos investigadores, dos inventores e das empresas inovadoras. A capacidade de produção de patentes com valor comercial é, como é sabido, uma marca distintiva de uma economia inovadora.
Este Concurso reforça a ligação entre a produção de conhecimento, a invenção tecnológica e a respectiva aplicação no mercado. A exigência e a formalização de um Plano de Negócios conferem às actividades de Investigação e Desenvolvimento o necessário sentido económico e o devido enfoque de mercado.
Por último, é dada primazia ao desenvolvimento tecnológico numa fase embrionária, opção tradicionalmente negligenciada pelas instituições de financiamento à inovação. Torna-se evidente que a exploração pré-comercial de tecnologias inovadoras, mais do que uma actividade imprevisível e de risco desconhecido, pode assentar sobre pilares sólidos de racionalidade financeira.
Os resultados do Concurso falam por si. O testemunho de uma experiência empreendedora hoje aqui prestado deixa antever que, num horizonte relativamente próximo, possivelmente em menos de uma década, muitos dos projectos premiados se poderão afirmar como empresas de sucesso, inclusivamente à escala global.
É especialmente significativo que esta iniciativa tenha nascido no seio de uma instituição financeira centenária que opera no sector privado. O valor total de prémios já atribuídos representa uma inegável aposta no desenvolvimento de novas tecnologias de elevada qualidade e de grande potencial. Demonstra-se, assim, que é possível o sector privado estar no centro do financiamento da inovação pré-comercial, reduzindo a tradicional dependência do Estado nesta área.
Esta iniciativa é também uma semente para a constituição de um possível mercado de financiamento de novas tecnologias, potenciando um efeito acelerador do desenvolvimento tecnológico da economia nacional.
Por todas estas razões, o Banco Espírito Santo está de parabéns por uma iniciativa que se afirmou como referência única no apoio ao empreendedorismo e à inovação tecnológica. A fórmula proposta para o Concurso sugere uma compreensão aprofundada do processo de inovação. A elevada qualidade da organização materializa-se na credibilidade e na adesão a esta iniciativa. Os resultados demonstram o acerto das escolhas realizadas. A duração, ao longo destes seis anos, reflecte a consistência de propósitos e um compromisso firme com o futuro do país. Trata-se de uma aposta que deve ser devidamente valorizada no talento dos Portugueses, na sua capacidade criadora, na excelência do seu trabalho. Iniciativas como esta reforçam a confiança num futuro mais promissor.
Quero saudar todos os participantes, em especial os premiados e o Júri do Concurso. A todos, muito obrigado.
© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016
Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.
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