Bem-vindo à página ARQUIVO 2006-2016 da Presidência da República Portuguesa

Através do encontro de jovens chefes de cozinha, que aqui hoje tem lugar, prestamos homenagem a todos aqueles que, pelo país fora, prestigiam a gastronomia portuguesa.

Agradeço a colaboração da “Academia Portuguesa de Gastronomia” e o empenho entusiástico do seu presidente, Eng. Bento dos Santos.

Uma parte importante da nossa vida, da nossa economia, da nossa cultura, da nossa saúde e bem-estar, está relacionado com o que comemos e como comemos.

As memórias familiares, as que guardamos das regiões e dos países que visitamos, dos amigos com quem privamos, das celebrações em que participamos estão muitas vezes relacionadas com a gastronomia.

Portugal tem um património gastronómico notável. Em parte herdado de tempos remotos, ligado à sua natureza específica, simultaneamente mediterrânica e atlântica, aos produtos que sempre produzimos, à diferença entre regiões e á imaginação dos nossos antepassados.

Em parte, também, fruto da pesquisa recente de estudiosos e de cozinheiros com grande sensibilidade que aprofundaram a seu gosto novas soluções gastronómicas de grande qualidade e que têm vindo a ser reconhecidas, quer em Portugal, quer no estrangeiro.

A questão que se coloca é a de saber como transformar a culinária portuguesa, os nossos peixes, que parecem ser dos melhores do mundo, os nossos excelentes vinhos e azeites, as nossas frutas e produtos hortícolas, e a arte dos nossos chefes, em instrumentos ao serviço da nossa economia, como promovê-los com eficácia, para que sejam facilmente reconhecidos e apreciados em toda a parte, quer pelos portugueses, quer por aqueles que nos visitam.

Saúdo a este respeito o movimento que entre nós tem defendido os produtos tradicionais de qualidade e conseguido alargar o âmbito dos produtos com Denominação de Origem e com Indicação Geográfica Protegida.

As heranças antigas são importantes, mas não têm que permanecer imutáveis. Embora todos nós valorizemos a sua defesa e preservação, penso que não nos devemos opor a que elas se possam conjugar com dinâmicas modernas e inovadoras.

É precisamente o que faz uma parte dos nossos chefes de cozinha, aos quais quero hoje testemunhar o meu apreço pela forma como, com dedicação e profissionalismo, têm contribuído para divulgar, enriquecer e fazer evoluir o já rico e variado património gastronómico nacional, fazendo do triunfo do sabor e dos prazeres da comida e da bebida um objectivo de vida saudável.

Agradeço em particular a presença e a participação neste encontro dos jovens chefes que vieram testemunhar as suas experiências, e que irão dentro em pouco apresentar algumas das suas criações gastronómicas.

Quero também destacar, e saudar com muito apreço, a presença e o contributo da Senhora Dona Maria de Lurdes Modesto, a quem muito devemos pela dedicação ao serviço do prestígio da cozinha portuguesa.

Aos jovens chefes de cozinha e a todos os outros que têm defendido e valorizado os nossos produtos e os nossos sabores e também aos estudiosos e divulgadores das nossas qualidades gastronómicas, com destaque especial para os que, no passado, tão bem souberam dignificar a cozinha portuguesa, eu quero agradecer, enquanto Presidente da República, o seu esforço e dedicação, em benefício do nosso país, da nossa saúde e do nosso prazer colectivo.

Antes de terminar gostaria de agradecer a excelente colaboração que nos foi prestada pela Unicer, pela Viniportugal, pela Mandala e também pelos Pastéis de Belém, e de vos convidar a todos para uma pequena experiência gastronómica de carácter simbólico, da responsabilidade de vários jovens chefes de cozinha aqui presentes, que terá lugar dentro de momentos no Jardim da Cascata, aqui no Palácio de Belém.

Muito obrigado.