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INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República na Sessão de Encerramento do Seminário Empresarial Portugal-Moçambique
Lisboa, 30 de Abril de 2010

Senhor Presidente da República, Excelência,
Senhores Membros do Governo,
Senhor Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique,
Senhor Presidente da AICEP,
Senhoras e Senhores Empresários,
Senhoras e Senhores,

Quero começar por saudar Sua Excelência o Presidente da República de Moçambique, cuja Visita de Estado tanto nos honra, bem como a comitiva empresarial que o acompanha.

Considero da maior importância o contributo deste Seminário para o reforço das relações económicas e empresariais entre Moçambique e Portugal.

No quadro das profundas transformações que a economia mundial tem conhecido nos últimos anos, as economias emergentes têm vindo a assumir um peso e uma dinâmica cada vez mais relevantes, incluindo uma acrescida integração nos fluxos de comércio internacional.

De sublinhar, além disso, o facto de esta progressão ser transversal: Ásia, América Latina e África registaram, todas, crescimentos económicos significativos. As economias da África Subsariana, em particular, têm apresentado taxas de crescimento superiores a 5 por cento desde 2002, devendo retomar esse ritmo, interrompido em 2009, já neste ou no próximo ano.

A recente crise financeira e económica global constituiu um sério desafio à sustentabilidade dos progressos obtidos pelas economias emergentes durante a última década. Mas, contrariamente ao que alguns esperavam, e não obstante as dificuldades que todas as economias enfrentaram - e ainda enfrentam -, o facto é que o desempenho dos países emergentes se manteve bastante positivo, e que a retoma gradual da economia mundial tende, muito claramente, a ser liderada por eles.

Para 2010, o FMI prevê um crescimento de 6,3 por cento das economias emergentes, contra 2,3 por cento nas economias avançadas, um diferencial que poderá acentuar-se nos próximos anos.

O caso de Moçambique é especialmente digno de registo. A economia moçambicana tem crescido a taxas elevadas nos últimos oito anos, em geral entre 6 e 10 por cento, e, mesmo em 2009, o crescimento situou-se em 4,3 por cento.

Independentemente dos vastos desafios que a economia de Moçambique ainda enfrenta, podemos afirmar, com segurança, que o seu desempenho nos últimos anos é, a todos os títulos, notável.

Para além do dinamismo económico que apresenta, Moçambique pode constituir uma importante plataforma de acesso aos países da região da África Austral. O conjunto regional da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) oferece oportunidades de investimento e as potencialidades de um mercado de 250 milhões de consumidores.

Da mesma forma, Portugal pertence à União Europeia, uma zona económica próspera e um mercado interno vasto, atractivo e ainda em expansão. Acresce que, por razões históricas, culturais e linguísticas, Portugal constitui, igualmente, uma plataforma privilegiada no relacionamento com os países da América Latina.

As parcerias entre Portugal e Moçambique no acesso a estes mercados devem, por isso, ser encaradas com naturalidade e, sobretudo, com a ambição própria de quem reconhece o potencial de crescimento envolvido.

Face às transformações económicas ocorridas na última década, parece-me clara a necessidade de os empresários portugueses olharem de forma renovada para países como Moçambique.

O caminho passa por um aprofundamento estrutural do relacionamento entre os dois países, baseado numa visão estratégica de longo prazo, adaptável ao desenvolvimento e às ambições de Moçambique e de Portugal e à evolução das circunstâncias económicas globais.

Mais ainda, e tendo em conta a experiência acumulada e as ambições comuns dos nossos empresários, a cooperação entre as nossas empresas pode, também, incluir a partilha e a realização de objectivos de internacionalização em espaços como a Europa, a América Latina ou os países da África Austral.

Os progressos registados nos últimos anos nas relações económicas entre Portugal e Moçambique têm sido notórios. Entre 2005 e 2009, as exportações de Portugal para Moçambique cresceram mais de 17 por cento ao ano e as importações aumentaram a uma taxa média anual próxima dos 10 por cento.

De acordo com dados do INE, em 2008 mais de 1300 empresas portuguesas exportaram para Moçambique, num conjunto já bastante diversificado de sectores.

Também o investimento directo de Portugal em Moçambique tem vindo a apresentar uma tendência de crescimento, colocando Moçambique como oitavo destino do investimento português no exterior em 2009 e Portugal como segundo maior investidor naquele país.

Em 2008, tive ocasião de efectuar uma Visita de Estado a Moçambique, acompanhado de uma significativa delegação empresarial. Depois disso, em 2009, e apesar do colapso do comércio global, as exportações de Portugal para Moçambique superaram os 120 milhões de euros.

No último ano, Moçambique foi um dos poucos países do Mundo e o único País africano de Língua Oficial portuguesa para o qual as exportações de Portugal registaram um comportamento positivo.

Espero que a Visita do Presidente Armando Guebuza a Portugal confirme e reforce o estreitamento das relações económicas e empresariais entre os nossos dois países, na certeza dos enormes benefícios que daí advirão para o desenvolvimento económico e social dos nossos dois Povos.

Os trabalhos deste Seminário, que agora se encerra, terão certamente contribuído para afirmar, de forma objectiva e palpável, esse propósito e essa convicção.

Muito obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.