Bem-vindo à página ARQUIVO 2006-2016 da Presidência da República Portuguesa

Senhor Presidente, Excelência,
Excelentíssimas Autoridades,
Distintos Convidados,

É, para mim e para minha Mulher, motivo de uma satisfação muito particular receber Vossa Excelência, Senhor Presidente, e a Senhora Dra. Maria da Luz Guebuza, bem como a ilustre delegação que os acompanha nesta Visita de Estado a Portugal.

Minha Mulher e eu próprio guardamos as mais gratas recordações da nossa Visita a Moçambique, em Março de 2008, e da hospitalidade com que fomos recebidos. Uma Visita a uma terra a que nos ligam conhecidos laços de especial afecto e onde contamos com tantos e tão bons amigos. Uma Visita que abriu caminho a um reforço das nossas relações, com os eloquentes resultados de que, hoje, todos somos testemunhas.

Senhor Presidente,

A escolha de Portugal para a realização da primeira Visita do segundo mandato de Vossa Excelência, que muito nos honra, é a melhor expressão dos laços que unem os nossos países.

Somos povos que se conhecem bem, que partilham uma mesma língua e possuem um legado histórico e cultural comum. Povos que têm sabido tirar partido do que esse legado lhes deixou de positivo e que têm dado provas da sua capacidade para resolver questões mais difíceis, como atesta a solução encontrada para a Barragem de Cahora Bassa.

Para o reforço desta proximidade contribui, todos os dias, um intenso intercâmbio entre os nossos cidadãos, que abrange os mais variados domínios, das artes à educação, à política e aos negócios.

Senhor Presidente,

A frequência das visitas de Alto Nível entre Portugal e Moçambique nos últimos anos, bem como a recente decisão de levar a cabo Cimeiras bilaterais anuais, são sinais de uma comum determinação no fortalecimento da nossa parceria estratégica.

Portugal segue de perto o que se passa em Moçambique e regozija-se com os progressos que o país vem alcançando.

Há pouco mais de dois anos, aquando da minha Visita de Estado, pude comprovar a determinação em prosseguir uma agenda reformadora, visando a consolidação das instituições democráticas e a melhoria da competitividade e do ambiente de negócios em Moçambique. Os resultados obtidos reforçam a nossa confiança no futuro.

O respeito pelos princípios da boa governação e os progressos na consolidação democrática, de que os sucessivos ciclos eleitorais são exemplo, têm valido a Moçambique uma influência política acrescida. Influência que se reflecte no protagonismo que vem assumindo na promoção da paz e da estabilidade na região e nas responsabilidades atribuídas a alguns dos seus cidadãos, designadamente no quadro da SADC e da União Africana.

No domínio económico e social, por seu turno, Moçambique tem vindo a cumprir os principais objectivos do seu plano de desenvolvimento, em particular na redução da pobreza, no acesso à educação e na qualificação dos seus recursos humanos.

Ao longo da última década, a sua média anual de crescimento económico foi superior a 8 por cento - uma das melhores do Continente Africano – e o sector privado assume-se, cada vez mais, como um motor da economia.

Estes desenvolvimentos reflectem-se, apraz-me dizê-lo, no nosso relacionamento.

Nos últimos cinco anos, quadruplicou o investimento português em Moçambique. Em 2009, Portugal passou a ocupar a segunda posição entre os maiores investidores no país, e isto a despeito das dificuldades dos dois últimos anos.

A nossa cooperação bilateral, por seu turno, abrange, actualmente, áreas decisivas para vencer os desafios da competitividade num mundo globalizado, como a educação e a formação de recursos humanos, e também a inovação, a ciência, a tecnologia e as energias alternativas.

Estou seguro de que os Acordos que serão assinados no decorrer da Visita de Vossa Excelência, bem como os contactos que aqui manterá com projectos e empresários portugueses, designadamente no âmbito do Seminário Económico que amanhã terá lugar, contribuirão para promover a criação de novas parcerias e permitirão dar mais um passo no reforço da nossa cooperação.

Quero assegurar-lhe, Senhor Presidente, que nunca faltará a Moçambique a solidariedade e o apoio de Portugal, quer a nível bilateral quer nas organizações em que participamos, para a prossecução dos seus objectivos de desenvolvimento económico e social.

Senhor Presidente,

A natureza dos desafios com que nos confrontamos vem sublinhando o valor estratégico de estruturas de coordenação internacional que permitem a países que se sentem próximos actuar de forma concertada.

É o caso da CPLP, que estamos empenhados em fortalecer e tornar mais eficiente, mais próxima dos seus cidadãos.

É responsabilidade de todos promover uma crescente participação da sociedade civil na vida da nossa Comunidade.

A Presidência Portuguesa da CPLP tem-se empenhado, em particular, na promoção e projecção internacional da língua portuguesa. É um objectivo que partilhamos e ao qual a recente Conferência de Brasília sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial conferiu um novo impulso.

Enquanto veículo de comunicação, a língua portuguesa reflecte os diferentes códigos culturais e influências que caracterizam os povos da nossa Comunidade. É esta singular diversidade que lhe confere a sua maior força e que a torna particularmente bem colocada para se afirmar como língua de comunicação global.

Senhor Presidente,

Quero agradecer-lhe, uma vez mais, ter aceite o meu convite para efectuar esta Visita de Estado, a qual marcará, estou certo, uma nova etapa no fortalecimento dos laços fraternos que unem Portugal e Moçambique. Pode Vossa Excelência continuar a contar com o meu forte empenho pessoal nesse sentido.

É nesse espírito, que peço a todos que se juntem a mim num brinde à saúde e felicidade pessoal do Presidente Armando Emílio Guebuza e da Senhora Dra. Maria da Luz Guebuza, à amizade entre Portugal e Moçambique e à prosperidade crescente dos nossos Povos irmãos.

Muito obrigado.