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Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
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INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República na Cerimónia de Entrega do Prémio António Champalimaud de Visão da Fundação Champalimaud
Lisboa, 4 de Setembro de 2009

É com grande prazer que, mais uma vez, me associo à entrega do Prémio Champalimaud de Visão.

A Fundação Champalimaud, quando instituiu este Prémio, decidiu que o mesmo seria atribuído todos os anos, alternando entre aqueles que se destacam na intervenção social sobre os problemas da visão e os que se notabilizam pela investigação nesta área. Este ano, tal como em 2007, aquando da sua primeira edição, o Prémio António Champalimaud distingue o campo da intervenção social.

A premiada de 2009 é uma instituição internacional que tem o nome de uma personalidade notável, uma figura que constituirá para todo o sempre um exemplo de capacidade de luta, de recusa de cedência à adversidade extrema e de grande espírito empreendedor - Helen Keller.

A Helen Keller International é uma das mais antigas organizações não governamentais que se tem dedicado aos problemas da visão. Existe há mais de 90 anos, tendo tido vários nomes antes de decidir, em 1977, adoptar o nome de Helen Keller para a sua designação.

Importa referir que o seu fundador, George Kessler, foi ele próprio um sobrevivente, bafejado pela sorte, de uma tragédia que marcou a História do século XX. A fundação que criou é agora premiada em Lisboa e este prémio será também uma homenagem à memória dos que se encontravam no navio em que George Kessler viajava, o “Lusitania”.

Não posso deixar de pensar que da sorte de Kessler, no trágico dia 7 de Maio de 1915, em que o “Lusitania” foi torpedeado, acabou por resultar a felicidade de todos quantos têm beneficiado das acções da Helen Keller International. Do horror da guerra e da experiência pessoal de pessoas afectadas pela tragédia, surgiu um projecto que é hoje um dos mais conseguidos no que respeita à recuperação da visão e à prevenção da cegueira.

A Helen Keller International é uma organização benemérita, presente em todos os continentes, e com actividades que se têm focado, em particular em África e na Ásia, na prevenção da cegueira da malnutrição, resultante do défice crónico de vitamina A.

Neste campo, não posso aliás deixar de sublinhar a notável actividade da Helen Keller International em Moçambique, país que Portugal guarda em grande estima. Assume para mim um significado especial poder associar-me a esta cerimónia também pelo que ela representa quanto à cooperação com um país amigo como Moçambique.

Como já tive ocasião de referir em anos anteriores, muito do que é hoje a Fundação António Champalimaud deve-se ao espírito incansável e à competência da Dra. Leonor Beleza, a quem dirijo uma palavra afectuosa de admiração e respeito.


Minhas Senhoras e meus Senhores,

As questões de saúde têm uma importância crescente no mundo em que vivemos. Não é só de gripe que se fazem as pandemias. Temos problemas endémicos de que não nos podemos alhear. Na política de saúde, o equilíbrio entre um estado de prontidão permanente, que permita reagir bem, com celeridade e eficácia, às ameaças inesperadas, e o zelo que é preciso manter na protecção regular e contínua da saúde cria um desafio adicional para quem decide.

Independentemente da dimensão das ameaças à saúde, que ganham maior visibilidade em determinados momentos históricos, é no civismo e na vontade de, em conjunto, contribuirmos para o bem comum que muito reside a força das sociedades para proteger os cidadãos das doenças.

Nesta perspectiva, o próprio exemplo cívico de organizações não governamentais ligadas à saúde pode ser extremamente útil. São estas organizações, em muitos casos, que inspiram povos e países para a união de esforços na ajuda aos mais fracos e desfavorecidos e para a promoção da saúde a nível mundial.

Homenagear uma organização que tem mais de 90 anos de actividade constitui um momento de reflexão inspiradora e impõe-nos o compromisso de nunca esmorecer na senda das boas causas.

Também por isso, estar aqui pelo terceiro ano consecutivo é o reafirmar do meu testemunho de confiança na obra da Fundação Champalimaud e na sua capacidade de contribuir para a melhoria da saúde das populações. Aguardamos com natural expectativa o desenvolvimento do projecto que a Fundação pretende realizar no domínio do combate ao cancro, a começar pelo Centro de Investigação que está a construir bem perto deste magnífico local onde nos encontramos.

Entre nós, os meios e as pessoas existem e vêm aumentando. Temos agora a obrigação de não parar, temos o dever de continuar a apostar na capacidade dos cientistas portugueses e de tudo fazer para nos mantermos no grupo da frente da investigação biomédica.


Minhas Senhoras e meus Senhores,

Ao instituir esta Fundação, António Champalimaud deu um exemplo notável. Os que puseram em marcha este projecto souberam estar à altura desse exemplo. A Fundação Champalimaud é já hoje uma realidade consolidada, com ambiciosos projectos em desenvolvimento.

A todos os que, como a Instituição este ano distinguida, não se resignam e lutam por um Mundo melhor, o meu muito obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.