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Assembleia Geral das Nações Unidas
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Nova Iorque, EUA, 28 de setembro de 2015 ler mais: Assembleia Geral das Nações Unidas

PRESIDENTE da REPÚBLICA

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República na Sessão de Abertura do Fórum Empresarial
Sófia, Bulgária, 16 de junho 2015

Gostaria de dirigir um particular agradecimento ao Presidente Rosen Plevneliev pela sua presença neste Fórum Empresarial, que muito nos honra.

Quero também felicitar as agências búlgaras e portuguesa que coordenam e promovem as áreas do investimento e do comércio externo pela organização desta iniciativa, que contou com o inestimável apoio da Câmara de Comércio e Indústria da Bulgária.

Saúdo e agradeço a presença de todos os senhores empresários e participantes neste Fórum.

A Bulgária de há muito mantém laços de amizade e de cooperação institucional e política com Portugal. Ao tornar-se membro de pleno direito da União Europeia, essas ligações intensificaram-se e deram novo espaço ao incremento do relacionamento económico e empresarial entre os nossos dois países.

Embora a presença de empresas de capitais portugueses no mercado búlgaro seja ainda limitada, registamos com agrado que, na sua maioria, foram casos bem-sucedidos. A constituição da Câmara de Comércio Bulgária-Portugal, cuja formalização hoje testemunhámos, decerto virá dar um valioso impulso ao desenvolvimento das relações empresariais entre os dois países.

Apesar do bom relacionamento político e da amizade que liga as nossas duas nações, temos consciência de que, no plano económico, nos situamos claramente aquém das nossas potencialidades. Uma análise da composição das nossas relações comerciais deixa indiciar que há muitas oportunidades ainda por explorar.

Se nos empenharmos num processo de descoberta mútua, facilmente verificaremos, estou convencido, que podemos tirar partido das nossas complementaridades e da presença comum nesse grande espaço de liberdade de circulação de bens, serviços e capitais que é o mercado único europeu.

Torna-se importante, nessa perspetiva, mobilizar de forma mais articulada as vontades dos agentes económicos, políticos e culturais. Importa, sobretudo, proporcionar condições para que as oportunidades de cooperação bilateral sejam mais divulgadas, a comunicação se estabeleça e os negócios possam materializar-se.

Daí a relevância que este Fórum e os Encontros Empresariais que se lhe seguirão podem assumir para a intensificação dos vínculos económicos e empresarias entre os nossos dois países.

Desde logo, ao proporcionarem um estreito e direto contacto entre empresários e altos responsáveis portugueses e búlgaros, contribuem para um melhor conhecimento do que se faz atualmente na Bulgária e em Portugal e para a deteção de oportunidades e de novos caminhos de cooperação bilateral.

Sendo países próximos na sua condição de parceiros comunitários, mas também economias em rápida mutação, detentores de evidentes complementaridades e ocupando fronteiras geográficas opostas no espaço da União Europeia, podemos igualmente desenvolver parcerias estratégicas de âmbito multilateral e em terceiros países.

Portugal mantém um excelente relacionamento com os países do Norte de África e conserva, aliás, laços ancestrais com o continente africano, onde países como Angola e Moçambique falam português e preservam ligações políticas, económicas e culturais fortes ao nosso País. Na América do Sul, são relevantes as nossas ligações de amizade ao Brasil e fáceis as relações com os países da Aliança do Pacifico.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Portugal, que aderiu na década de 80 a uma Comunidade de dez Estados-membros e foi um dos países fundadores da zona do euro, conhece bem os desafios macroeconómicos e estruturais da integração europeia e as próprias dificuldades de ajustamento às suas regras e procedimentos.

A crise económica e financeira internacional veio expor fragilidades e desequilíbrios que se haviam acumulado na economia portuguesa e cuja correção se revelou inadiável. Nos últimos quatro anos, Portugal atravessou um exigente processo de ajustamento e iniciou um profundo programa de reformas estruturais, a fim de corrigir os seus desequilíbrios macroeconómicos, melhorar a competitividade das empresas e criar um ambiente propício ao investimento. E os resultados falam por si.

As projeções para a economia portuguesa no horizonte 2015 – 2017 apontam para uma gradual, mas consistente recuperação da atividade económica. O PIB cresceu cerca de 1 por cento em 2014, prevendo-se que, em 2015, tenha um aumento de 1,7 por cento e apresente crescimentos superiores a 2 por cento nos anos seguintes.

A recuperação da atividade económica assentou basicamente no crescimento das exportações, o que contribuiu para melhorar a situação da balança de transações externas, que passou de um défice de cerca de 10 por cento do PIB, em 2008, para um excedente de 2 por cento do PIB, em 2014.

Esta evolução reflete também o esforço realizado na investigação, na inovação, na requalificação profissional, na reafectação de recursos para os sectores produtores de bens transacionáveis e na recuperação da confiança tanto dos investidores como dos consumidores.

O défice orçamental está controlado, o desemprego, embora ainda elevado, tem vindo a baixar consistentemente e o investimento tem vindo a crescer, situações que os dados macroeconómicos relativos ao 1º trimestre de 2015 confirmam, com as exportações de bens e serviços a crescerem 6,8 por cento.

Muito sinteticamente, no que se refere às reformas estruturais em curso, o Governo deu prioridade:

  • à flexibilização da legislação laboral e aos incentivos à formação qualificada e criação de emprego;
  • à simplificação e eficiência nas áreas da justiça ligada à economia e às empresas;
  • e aos incentivos para melhorar a inovação e a competitividade empresarial, incluindo uma redução faseada dos impostos sobre as empresas de 25 por cento, em 2013, para 19 por cento em 2016 e 17 por cento nos anos seguintes.

A atividade produtiva portuguesa está a mudar rapidamente, o que é bem visível na estrutura das exportações, que cada vez mais se afasta do padrão de baixo teor tecnológico que durante muito tempo as caracterizou.

A verdade é que surgiu uma nova geração de empresas e de empresários, muitos deles com vocação global, em áreas de forte conteúdo científico e tecnológico: aplicações de software, tecnologias de informação, robótica, biotecnologias, energias renováveis, eletrónica, indústria automóvel e aeronáutica, entre outros.

Várias dessas empresas integram a comitiva empresarial que me acompanha nesta Visita de Estado à Bulgária. Temos aqui representadas empresas de alguns dos sectores mais dinâmicos da economia portuguesa, com uma visão empresarial crescentemente orientada para a inovação e para a internacionalização. Empresas cuja capacidade, conhecimentos e experiência internacional as coloca em boa posição para ir ao encontro das necessidades de investimento e de cooperação associadas à atual fase de desenvolvimento da economia Búlgara.

São empresas que ilustram bem o Portugal de hoje, um país moderno e acolhedor, com uma vasta herança cultural e excelentes infraestruturas. Uma economia aberta e favorável ao investimento e às novas tecnologias e que apresenta múltiplos centros de excelência tecnológica e científica e de criatividade empresarial.

Acredito que Portugal e as empresas portuguesas têm muito a oferecer à Bulgária. E a Bulgária tem, seguramente, muito a oferecer a Portugal. Podem e devem, em conjunto, fazer muito mais do que até agora foi alcançado.

É com essa convicção que irei terminar. Mas não sem antes vos transmitir uma fundada expectativa de que os trabalhos deste Fórum deem um contributo determinante para que os empresários possam, no terreno, em concreto e em benefício mútuo, identificar competências e explorar oportunidades.

Muito obrigado.

Blagodariá.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.