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Assembleia Geral das Nações Unidas
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Nova Iorque, EUA, 28 de setembro de 2015 ler mais: Assembleia Geral das Nações Unidas

PRESIDENTE da REPÚBLICA

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República na Sessão de Abertura do Congresso do Empreendedor Lusófono
Porto, 5 de Maio de 2011

É com o maior gosto que participo no Congresso do Empreendedor Lusófono, uma iniciativa que considero particularmente oportuna e à qual aceitei associar-me desde a primeira hora.

Dá-se, aliás, a feliz circunstância de a abertura deste Congresso ter lugar exactamente na data em que assinalamos, em conjunto, o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP.

É bem conhecido o meu apego ao projecto de construção e consolidação da nossa Comunidade, bem como a importância que sempre atribuí à projecção internacional da nossa língua comum, enquanto activo fundamental para a afirmação dos nossos países e para a defesa dos nossos interesses, no Mundo globalizado em que vivemos.

De há muito venho sublinhando que essa projecção encerra, além do mais, um enorme potencial económico, como bem atestam todos os estudos conduzidos, até hoje, sobre esta matéria. Um potencial que encontra expressão particularmente promissora na organização e no perfil deste Congresso.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Tem sido uma constante nas minhas intervenções sublinhar a importância da renovação do tecido empresarial, e este projecto, desenvolvido pelas Associações de Jovens Empresários de diversos Estados-membros da CPLP demonstra que essa renovação é possível. Encontram-se neste Congresso mais de uma centena de empresários, das mais variadas áreas de actividade, de todos os países da CPLP.

O reconhecimento da Lusofonia enquanto plataforma instrumental de cooperação entre jovens empresários e empreendedores cria um novo espaço de oportunidades para a renovação do tecido empresarial, além de ser, naturalmente, um elemento promotor das relações comerciais.

É necessário multiplicar as oportunidades com gestos que acolham novos intervenientes e promovam realizações concretas, como é o caso deste Encontro. São estes gestos que permitem a uma nova geração de empreendedores estabelecer laços, criar redes de contacto e desenvolver mais facilmente os seus projectos e ideias de negócio.

Tendo em conta a situação de interdependência das economias e das sociedades, que coloca grandes desafios às actuais e futuras gerações, os mais jovens são chamados a desempenhar um papel estratégico na procura de soluções inovadoras.

O grande desafio que hoje se coloca a Portugal é ser capaz de desenvolver uma recuperação económica sustentada em investimento verdadeiramente produtivo, gerador de receitas externas e de emprego. A busca de desenvolvimento sustentado é, de resto, comum a todos os países da CPLP.

A resposta para se percorrer, com sucesso, o caminho do crescimento das nossas economias assenta em larga medida na ousadia dos agentes económicos, no reforço do investimento privado e no associativismo empresarial. Os empresários conhecem bem as capacidades e potencialidades dos seus países, tanto ao nível das competências como dos processos. Muitos deles detêm contactos e redes para encontrar parcerias competitivas e sabem operar nos mercados externos, com espírito de risco e de inovação.

A aposta na produção de bens transaccionáveis e na prestação de serviços capazes de competir nos mercados externos tem de estar na primeira linha das nossas prioridades. As empresas sabem disso.

Não por acaso, são cada vez mais as que se procuram reorganizar e adaptar às condicionantes da procura externa. Mas, para se atingir e consolidar verdadeiramente esse objectivo, é necessário trabalhar bem em várias frentes.

Desde logo, temos de obter ganhos de competitividade através de aumentos de produtividade, de parcerias, do desenvolvimento tecnológico ou da inovação, da criatividade e da diferenciação dos bens e serviços.

Depois, há que estruturar uma cultura de estímulo à qualidade, ao conhecimento, à competência e à qualificação de quadros. Há também que valorizar a boa gestão e os melhores exemplos, como os que se encontram nesta sala.

Os empresários dos países da CPLP, para além das oportunidades que detêm em termos bilaterais e no contexto da própria Comunidade, podem também assumir parcerias estratégicas para a cooperação empresarial em novos mercados.

Atentos os laços existentes na comunidade empresarial dos países da CPLP, cimentados numa língua comum e em concepções de gestão e estratégias de investimento complementares, existe efectivamente um enorme potencial, ainda inexplorado, para o desenvolvimento de parcerias, que urge dinamizar e que, estou certo, os jovens empresários saberão aproveitar.

A CPLP mantém, nas suas várias dimensões, pontes ancestrais entre Continentes. O contributo que pode dar para uma economia mais integrada é benéfico para o conjunto dos seus membros, mas será também um elemento muito positivo para o equilíbrio competitivo da economia global.

A realização deste Congresso dá bom exemplo do dinamismo que deve caracterizar o envolvimento da sociedade civil na vida da nossa Comunidade. Reflecte, também, a determinação de uma nova geração de empreendedores em tirar partido das potencialidades que oferece um dos mais vastos e dinâmicos espaços culturais e linguísticos do Planeta, para o aprofundamento da cooperação empresarial, para a expansão dos seus negócios e para a defesa dos seus interesses económicos no Mundo crescentemente competitivo dos nossos dias.

Aquilo que se espera desta geração não são soluções milagrosas, mas sim uma dinâmica refrescada, com novas ideias, novos modos de pensar e de fazer que se traduzam num aumento de produtividade e de competitividade das nossas empresas.

Em nome de Portugal, em nome da Lusofonia, desejo que tenham o maior sucesso e saúdo os organizadores e os participantes neste Congresso.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.