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Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
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PRESIDENTE da REPÚBLICA

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República no Banquete oferecido em sua honra e da Dra. Maria Cavaco Silva pelo Presidente da República Checa e Senhora de Vaclav Klaus
Praga, 15 de Abril de 2010

Senhor Presidente, Excelência,
Excelentíssima Senhora D. Livia Klausova,
Excelentíssimas Autoridades,
Senhoras e Senhores,

Quero agradecer, muito sensibilizado, as palavras amigas de Vossa Excelência, Senhor Presidente, bem como o caloroso acolhimento que nos tem sido dispensado, a mim, à minha Mulher e à delegação que nos acompanha, nesta Visita de Estado à República Checa.

É com uma satisfação muito particular que nos encontramos neste País a quem a História da Europa, a liberdade e a democracia tanto devem. E é com muito agrado que tenho a oportunidade de renovar um relacionamento pessoal de muitos anos com Vossa Excelência.

Senhor Presidente,

Apesar da distância geográfica, a relação de amizade que une Portugal e o território que corresponde, nos nossos dias, à República Checa tem raízes seculares, sendo vários os exemplos de contactos envolvendo figuras marcantes da História dos nossos dois países.

Esta velha amizade afirma-se, hoje, nos variados domínios em que assenta o nosso relacionamento bilateral e através de uma estreita cooperação no quadro da Aliança Atlântica e da União Europeia.

Portugal apoiou, desde o início, a adesão da República Checa à Aliança Atlântica e à União Europeia. Fizemo-lo na consciência, ditada pela nossa própria experiência, da importância dessa adesão para a consolidação da democracia, da liberdade e do Estado de Direito, um objectivo pelo qual o povo checo tão corajosamente se bateu. Fizemo-lo, ainda, na certeza do contributo da República Checa para a construção de uma Europa mais forte e mais coesa.

Portugal e a República Checa são dois países de idêntica dimensão, com graus de desenvolvimento económico semelhantes e que têm, frequentemente, preocupações convergentes. É importante que saibamos tirar pleno partido desta sintonia nos vários âmbitos do nosso relacionamento, incluindo, desde logo, no quadro da União Europeia.

Uma União Europeia que dispõe, agora, de um novo Tratado, o Tratado de Lisboa, e, com ele, de novos mecanismos de afirmação. Mas, como lembrava Vossa Excelência, no Parlamento Europeu, por ocasião da Presidência Checa da União Europeia, “um arranjo institucional não é um objectivo em si mesmo, mas um instrumento para alcançar os verdadeiros objectivos”.

Partilhamos com a República Checa a crença numa União Europeia onde as decisões se tomem no respeito pelas opiniões de todos os seus membros.

Crença, ainda, numa União Europeia aberta ao mundo, que rejeite todas as tendências proteccionistas e que saiba reconhecer no reforço dos laços transatlânticos um factor adicional de afirmação dos valores que lhe estão na origem.

Senhor Presidente,

A excelência da relação política entre os nossos dois países não se compadece com a timidez que caracteriza o nosso relacionamento económico e comercial. Os tempos difíceis que vivemos devem ser vistos como um desafio à nossa capacidade de identificar e tirar partido das oportunidades que se nos oferecem.

Portugal dispõe de competências em domínios como o da construção de infra-estruturas, das energias renováveis, ou das telecomunicações e tecnologias de informação que vão ao encontro de prioridades de desenvolvimento definidas pela República Checa, e o mesmo acontece com a República Checa relativamente a Portugal.

Os empresários portugueses começam a apostar – por vezes com grande sucesso – numa região da Europa da qual a República Checa constitui uma importante plataforma, enquanto Portugal está fortemente presente em regiões que interessam aos empresários checos, como África e a América Latina, onde beneficiamos de relações muito próximas, designadamente com os países que falam português, como o Brasil, Angola ou Moçambique.

Há, por isso, que apostar numa melhor divulgação dos nossos produtos respectivos, no incremento das trocas comerciais, e num aprofundamento da cooperação empresarial que conduza à constituição de parcerias com capacidade de projecção internacional.

É esse o propósito da delegação empresarial que me acompanha nesta Visita e do programa que aqui vão cumprir, incluindo o Seminário que ambos inauguraremos amanhã.

O sucesso da cooperação entre os nossos dois países passa, igualmente, pelo conhecimento mútuo das suas realidades geográficas, humanas e culturais.

Praga é uma dos destinos turísticos de eleição dos portugueses e Portugal é, crescentemente, um destino turístico de predilecção para os checos. Por outro lado, existe hoje uma numerosa comunidade de estudantes portugueses que frequenta as Universidades checas. São factores que favorecem uma ligação ainda mais estreita entre os nossos povos e países.

Uma relação para que contribui, ainda, o interesse de um número significativo de estudantes universitários checos pelo estudo da língua e cultura portuguesa, em nome de uma curiosidade e preocupação cultural, mas também em reconhecimento do valor económico e profissional de um idioma que é a terceira língua europeia no mundo, falada por mais de 250 milhões pessoas, espalhadas pelos cinco continentes.

É, por isso, com grande satisfação que estarei, amanhã, com alguns desses estudantes, na prestigiada Universidade Carolina, que Vossa Excelência, Senhor Presidente, bem conhece.

É, assim, confiante no reforço da forte amizade que une os nossos dois países, que peço a todos que se juntem a mim num brinde à saúde e felicidade pessoal do Presidente Vaclav Klaus e de sua Mulher, à prosperidade do valoroso Povo da República Checa e ao futuro das relações entre os nossos dois Países.

Muito obrigado

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.