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Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
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Canto e Castro

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João do Canto e Castro Silva Antunes

Nasceu em Lisboa, filho do general José Ricardo da Costa Silva Antunes e de D. Maria da
Conceição do Canto e Castro Mascarenhas Valdez.

Em 1891, casa com D. Mariana de Santo António Moreira Freire Correia Manuel Torres d'Alvim de quem teve duas filhas.

Faleceu em 14 de Março de 1934.

ACTIVIDADE PROFISSIONAL

Após ter feito o liceu no Colégio Luso-Britânico, foi admitido na Real Escola Naval em 10 de Dezembro de 1881.

Guarda-marinha, em 11 de Outubro de 1883, foi promovido quatro anos depois a segundo-tenente. Neste posto embarcou nas corvetas Bartolomeu Dias e Estefânia, na fragata D. Fernando, no transporte África e nas canhoneiras Tâmega, Liberal e Zaire. Nesta última, navegou até Macau, Timor e Moçambique, vindo a ser nomeado seu comandante interino em 1 de Abril de 1889.

Em Março de 1890, desempenha as funções de auxiliar técnico da Comissão de Limites no Congo, sendo agraciado com as condecorações da Ordem da Estrela Africana e com a medalha de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.

É promovido a primeiro-tenente em Janeiro de 1891, passando a prestar serviço na Escola de Alunos Marinheiros, em Lisboa.

Em 1892, é nomeado governador de Moçambique por indicação do almirante Ferreira do Amaral. É obrigado a regressar a Portugal em virtude de ter contraído uma angina de peito.

Em 1893, transporta João Chagas, que vai cumprir pena de degredo, para Angola, a bordo do São Tomé.

Retoma o Governo de Lourenço Marques, cidade que defende dos ataques das populações africanas, em Setembro de 1894. Por essa acção é condecorado com o Colar da Torre e Espada.

É nomeado governador de Moçâmedes até Maio de 1896. Em 1902, volta ao mar para comandar as canhoneiras Diu e Vouga.

Em 16 de Junho de 1910, é promovido a capitão-de-fragata, passando a desempenhar o cargo de vogal da Comissão Técnica da Direcção-Geral de Marinha, funções que ainda desempenha quando é implantada a República.

Amaro de Azevedo Gomes, ministro da Marinha, nomeia-o, em 7 de Novembro, comandante da Escola de Alunos Marinheiros, em Leixões, cargo que desempenha em acumulação com a chefia do Departamento Marítimo do Norte. Nessas funções é louvado, em 20 de Janeiro de 1911, pela sua acção aquando das cheias do Norte ocorridas no final do ano.

Apesar de sempre se ter declarado como monárquico, em meados de 1913, é-lhe atribuído o comando do cruzador Adamastor, que foi buscar a Macau. A viagem constituiu uma verdadeira epopeia. Lisboa a Paris por caminho-de-ferro. Da França à Rússia, atravessando a Alemanha, utilizando o transiberiano, visitando, nomeadamente Petrogrado e Moscovo. Atravessa a China, última etapa antes de chegar a Macau. Na ida encontra-se com Sidónio Pais, em Berlim. Na volta recebe a bordo, em cerimónia oficial, Bernardino Machado, embaixador no Brasil.

É promovido a capitão-de-mar-e-guerra, em Julho de 1915, e nomeado de imediato comandante da Escola Prática de Artilharia Naval, instalada a bordo da fragata D. Fernando.

Já na gerência de Sidónio Pais é nomeado director dos Serviços do Estado-Maior Naval, sob a égide do almirante Álvaro Ferreira, então major-general da Armada.

 

PERCURSO POLÍTICO

Como se acaba de ver, até ao mandato de Sidónio Pais, a actividade de Canto e Castro, exceptuando uma experiência de deputado no último Parlamento da Monarquia e ainda assim dedicada à reorganização das Forças Navais, circunscreveu-se ao desempenho de funções relacionadas com a sua carreira de oficial da Armada Portuguesa.

Em 9 de Setembro, pressionado pelos seus camaradas, acaba por aceitar o cargo de secretário de estado da Marinha.

Dois dias depois da morte de Sidónio Pais, a 16 de Dezembro de 1918, é eleito Presidente da República.

 

ELEIÇÕES E PERÍODO PRESIDENCIAL

João do Canto e Castro Silva Antunes é eleito Presidente da República Portuguesa na sessão do Congresso de 16 de Dezembro de 1918, segundo os princípios parlamentares estabelecidos pela Constituição de 1911. Após a chamada para o primeiro escrutínio, em que respondem 134 congressistas, os representantes monárquicos saem da sala, entrando na urna somente 125 votos. Dado que eram necessários 131 para poder haver quórum, procedeu-se a novo escrutínio, agora com a presença de 138 votantes. No primeiro, Canto e Castro obteve 121 votos, José Relvas 1, Basílio Teles 1, Garcia Rosado 1, e uma lista em branco. No segundo, Canto e Castro obteve 137 votos e só uma lista branca.

Ao longo dos seus 294 dias de mandato, irá empossar os governos de Tamagnini Barbosa, que pouco durará mais do que um mês, a que se seguirá o de José Relvas, de 27 de Janeiro a 30 de Março de 1919. O de Domingos Pereira, que, muito embora marque o regresso da "República Velha", só vigora desde aquela última data até 29 de Junho. Por último, o do coronel Sá Cardoso, saído das eleições de 11 de Maio que deram a vitória ao Partido Democrático, terá uma vida mais longa, isto é, desde os últimos dias de Junho até 21 de Janeiro de 1920.

Durante o período presidencial, Canto e Castro não teve tarefa fácil. A agitação política e social, herdada do sidonismo, não abrandou, muito antes pelo contrário. No mês de Janeiro de 1919, as forças monárquicas chefiadas por Paiva Couceiro vão proclamar o regresso do regime monárquico, no Porto e em Lisboa. O núcleo de Monsanto é desbaratado em poucos dias, mas a "monarquia do Norte" só será vencida cerca de um mês depois.

Após um período de grande agitação das camadas laborais, Canto e Castro tenta renunciar ao seu mandato, apresentando um documento para o efeito na sessão do Congresso de 3 de Junho de 1919. As intervenções de António Maria da Silva, António José de Almeida, Costa Júnior, Jacinto Nunes e Domingos Leite Pereira, fazem-no desistir do seu propósito.

Até ao fim do seu mandato, em 5 de Outubro de 1919, merecem realce a visita do Presidente do Brasil, Epitácio Pessoa, em 7 de Junho por três dias, o tratado de paz de Versalhes assinado, em 28 de Junho, por Afonso Costa pela parte portuguesa, a criação da Confederação Geral de Trabalhadores em 13 de Setembro, e o aparecimento do Partido Republicano Liberal, resultante da fusão dos partidos Evolucionista e Unionista.

 

ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL

Após ter sido substituído no seu cargo, retoma a lógica da carreira militar. É promovido a almirante, pela Lei n.º 904, de 25 de Outubro de 1919. Passa a desempenhar as funções de chanceler da Ordem de Torre e Espada e de presidente do Conselho Superior de Disciplina da Armada. Passou à situação de reforma pelo Decreto de 30 de Setembro de 1932.

Como já foi referido, faleceu em 14 de Março de 1934.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.