As coberturas foram integralmente removidas, incluindo a estrutura das asnas, sendo refeitas em estruturas de novas madeiras tratadas com sais metálicos, com painéis “sandwich” de aglomerado de madeira, isolamento térmico em poliestireno expandido de alta densidade, cobertas com subtelha e ripado, para aplicação final de telha lusa igual à existente, pré-patinada.
Os frechais foram substituídos, refazendo-se caleiras e respectiva impermeabilização. Os tubos de queda e gárgulas foram desentupidos. No interior, refizeram-se os tectos segundo o mesmo desenho com placas de gesso cartonado.
Os rebocos exteriores foram picados nas áreas onde a aderência à base não resistiu à picagem, alargando este trabalho numa faixa de 20cm sobre reboco são, para garantir a adesão das novas argamassas. Todas as áreas de reboco novo utilizaram ligantes à base de cal, compatíveis com os existentes. No interior foram removidos os estuques apodrecidos, numa faixa igualmente alargada a 20cm sobre estuque são, e repostos com estuque tradicional à base de cal.
Os azulejos que se encontravam em paredes secas, estabilizadas e sem salitres, procurou-se fazer a recuperação, limpeza, retoque e impermeabilização no local, sem remoção.
As carpintarias apodrecidas foram removidas, retirado o molde, e executadas em madeiras novas, adequadas ao local de implantação. As madeiras existentes em estado de conservação considerado satisfatório foram mantidas no local, queimadas a maçarico, lixadas, com aplicação de betume e aparelho e pintura a esmalte, à cor existente.
As cantarias que se apresentavam cobertas por poeiras e depósitos terrosos, com alguns exemplos de crosta negra e colonização biológica activa, foram limpas usando processos a seco ou por via húmida, com métodos manuais ou mecânicos consoante a natureza do fenómeno de degradação a limpar ou eliminar. Em seguida foi aplicado biocida, seguido de lavagem com água corrente, em ciclos de lavagem/escovagem para remoção das colonizações já mortas pelo biocida. Os elementos de preenchimento de fissuras foram removidos e substituídos por tacos em pedra ou argamassas de cor integrada.
A estatuária foi limpa por via seca, seguida de aplicação de biocida por pincelagem, aplicando-se emplastros embebidos na solução nas áreas de colonização biológica muito activa e reincidente.
Nas cantarias e na estatuária terminou-se o trabalho com a aplicação de hidrorepelente, seleccionado no mercado para garantir uma correcta hidrofugação, mas permitir as trocas gasosas.
Os elementos decorativos dos nichos foram analisados quanto ao seu estado de agregação e adesão à base. Todos os que se detectaram destacados foram consolidados, com argamassas de assentamento compatíveis com a base. As peças em falta foram repostos por outras de igual proveniência, cor, textura, corrume e acabamento, formando os desenhos que estavam definidos em cada nicho. No final, aplicou-se o hidrorepelente certo para as pedras em cada caso, para aumentar a perenidade do conjunto.
O sistema hidráulico, desde a alimentação, válvulas de corte, canalizações e ponteiras foi revisto, de modo a torná-lo operacional, e de mais fácil manutenção. O princípio do circuito fechado da Cascata foi estendido aos bebedouros, de modo a que também nesse caso, a água dos repuxos regresse à bomba e seja de novo bombeada. Foram instaladas bombas para devolver a água ao tanque sobre a Cascata, de modo a que se estabeleça de novo o circuito original.
O que outrora aconteceu por gravidade a partir do tanque da Quinta de Cima, passou a ser assegurado por meio mecânico, por impossibilidade de repor a situação original integral. Todavia esta solução de poupança de água consome electricidade, pelo que e instalaram painéis fotovoltaicos na cobertura de capacidade igual ao consumo das bombas. Ficamos assim com um edifício auto-suficiente, animado pela luz do sol, que dará vida a todos os efeitos de água, todos os dias, e que descansará ao lusco-fusco, repousando durante a noite.
© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016
Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.
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