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30.º aniversário da adesão de Portugal às Comunidades Europeias
30.º aniversário da adesão de Portugal às Comunidades Europeias
Lisboa, 8 de janeiro de 2016 ler mais: 30.º aniversário da adesão de Portugal às Comunidades Europeias

 

Documento de Enquadramento
- Objectivos Gerais do Roteiro para a Juventude Clique aqui para diminuir o tamanho do texto|Clique aqui para aumentar o tamanho do texto

Os problemas que preocupam os Jovens

As grandes questões que preocupam os jovens, em particular o grupo já hoje identificado como o dos jovens adultos, são muito acentuadas em Portugal, embora se verifiquem em toda a Europa.

Autonomia, educação e formação e emprego são alguns dos temas que mais preocupam os jovens.

A falta de autonomia até um período tardio da juventude é uma das maiores preocupações dos jovens, em Portugal, mas também em muitos países da Europa, sobretudo da Europa do Sul, o que se pode dever sobretudo ao prolongamento das carreiras escolares e formativas e à vulnerável inserção laboral dos jovens.

Este adiamento da entrada na idade adulta, com a dependência da família ou de apoios públicos, decorre essencialmente da degradação dos mecanismos de inserção profissional (mileuristas, recibos verdes, insegurança), da diluição das etapas que conduzem à vida adulta (fim dos estudos, casamento, emprego) e do prolongamento da escolaridade até ao ensino superior.


Gráfico: Taxa de desemprego - Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Portugal

Taxa de desemprego
Fonte: Instituto Nacional de Estatística - Portugal


Mapa: Incidência do Desemprego Jovem (percentagem dos jovens desempregados com menos de 25 anos no total de desempregados) - 2007

Incidência do Desemprego Jovem - 2007
(percentagem dos jovens desempregados com menos de 25 anos no total de desempregados)


A juventude surge como um estádio intermédio entre a infância e a idade adulta cujos contornos são cada vez mais imprecisos, quando, ainda há apenas uma geração, a entrada na vida adulta era claramente definida pelos eixos escolar/profissional e familiar/matrimonial.

Há também um acentuar claro dos trajectos individuais, cada percurso tem inúmeras opções e daí resulta uma grande incerteza sobre o caminho que se tenha como definitivo. Cada escolha, académica, profissional ou matrimonial é hoje facilmente reversível.

A taxa de escolarização da população jovem subiu na ordem dos 8% nos últimos quinze anos, crescimento que atingiu os 16 pontos percentuais no escalão etário mais novo (15-19 anos), sendo também particularmente assinalável no universo feminino. O aumento nas taxas de escolarização tem sido particularmente notório no ensino secundário (que sobe de 58% em 1990/91 para 87% em 2000/01) e no ensino superior (que passa de 11% para 27%).

“No grupo etário dos 15 aos 19 anos, a taxa de actividade desceu, nos últimos quinze anos, de 45.5% para 18%, havendo simultaneamente um aumento exponencial da condição de estudante. Por sua vez, dentro da população activa, são os mais jovens, sobretudo do sexo feminino, os mais atingidos por situações de desemprego, sendo que mais de 50% destes contaram com o suporte familiar como principal meio de vida e apenas 21% com o subsídio de desemprego. Em termos de indicadores de precariedade das inserções laborais juvenis, nota-se nos últimos quinze anos um acentuar do desemprego de circulação entre os jovens, bem como o prolongamento do tempo entre situações de desemprego.

A proporção de jovens com idades compreendidas entre 15 e 29 anos a cargo da família subiu de 59.6% em 1991 para 76.3% em 2001, aumento que incidiu sobretudo no escalão etário mais novo, não deixando de se reflectir, contudo, nas restantes faixas etárias”. (A Condição Juvenil Portuguesa na Viragem do Milénio, ed. IPJ, 2006).

De acordo com dados publicados pelo Eurostudent 2005 e incluídos no estudo “Estudantes do Ensino Superior Trajectos e Contextos de vida”, de Susana Martins e Rosário Mauritti, Centro de Investigação de Estudos e Sociologia CIES, a maioria dos estudantes do ensino superior em Portugal (55%) vive com os pais e, destes, 72% são financeiramente suportados pela família.

A inquietação face às rápidas mudanças do mercado de trabalho, a dificuldade em adquirir uma primeira experiência profissional, a frustração de muitas vezes não verem valorizados os seus diplomas, a degradação dos salários relativos e a instabilidade dos percursos, caracterizam o modo como os jovens encaram a entrada no mercado de trabalho.

É, pois, muito importante, que se analise e divulgue as oportunidades reais para que os jovens conquistem uma crescente autonomia e se tornem parte activa do meio social em que se inserem, realizando também as fortes expectativas de que são portadores.

Os jovens não podem ser considerados uma classe separada da sociedade, a juventude é uma etapa do percurso individual e um elo entre gerações.

Responsabilidade e solidariedade, eis um compromisso difícil mas indispensável.

 

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© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.