É com o maior prazer que me encontro aqui, hoje, na companhia de Sua Majestade o Rei da Suécia, na sessão de encerramento deste Fórum.
Quero felicitar ambas as agências nacionais – AICEP Portugal Global e Business Sweden – bem como a Confederação Empresarial da Suécia, pela organização deste encontro.
Os nossos dois países comungam de valores profundos que deveriam efetivamente promover relações económicas e comerciais mais estreitas.
Os nossos países são protagonistas chave e merecedores de total confiança no seio da União Europeia. As nossas populações e instituições prezam a compreensão e a cooperação mútuas.
Tais valores partilhados podem constituir a origem de vantagens competitivas para ambos os nossos países. As nossas empresas são globamente consideradas como parceiros comerciais de confiança. Providenciamos elevados níveis de conhecimentos técnicos e detemos prestígio global em diversas indústrias específicas.
Dada a dimensão das nossas economias, temos a tendência em confiar mais no desempenho económico das empresas de média dimensão. Nestes termos, temos um interesse comum em apoiar o ponto de vista de que os normativos gerais europeus não devem ser demasiado exigentes para o tipo de empresas que serão, provavelmente, as fontes mais significativas de emprego de maior valor acrescentado nas nossas sociedades.
Em Portugal, a Suécia foi sempre aceite como um país amigo e a reputação em que se tem as empresas e instituições suecas é muito elevada. A Suécia tem sempre merecido a nossa confiança como parceira e conselheira desde os anos setenta, quando nos ajudou no planeamento e na implementação de relevantes programas sociais de saúde e de segurança social. Acredito, assim, que parcerias entre empresas dos nossos dois paises deverão ser bem sucedidas. Quero também acreditar que a experiência sueca será um bom apoio para Portugal na sua atual nova fase de industrialização.
A minha opinião é que as excelentes, duradouras e já antigas relações políticas entre os nossos países, juntamente com importantes complementaridades em muitas áreas das nossas economias, constituem um terreno fértil para o desenvolvimento de parcerias, investimentos e o aumento de trocas comerciais.
Portugal é uma economia aberta, com excelentes infraestruturas, condições naturais privilegiadas e um capital humano altamente qualificado. Após a crise que se abateu no Mundo e na Europa, o meu país empreendeu um enorme esforço na realização de um ajustamento macroeconómico e financeiro. Nestes tempos difíceis e exigentes, Portugal implementou um importante e ambicioso programa de reformas estruturais, a fim de aumentar a flexibilidade e a competitividade da economia.
As instituições internacionais reconhecem que as reformas estruturais estão, de um modo geral, no caminho certo e que as autoridades portuguesas demonstraram tanto uma elevada transparência como um aprofundado empenhamento em todo o processo.
O meu país tem suportado os custos da fragmentação do mercado financeiro europeu. Os elevados custos dos empréstimos para as empresas portuguesas de média dimensão têm sido bastante injustos e, pior, economicamente ineficazes. Mesmo assim, as empresas portuguesas – especialmente as de média dimensão – têm conseguido resultados excecionais nos mercados internacionais nos últimos anos.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
A economia portuguesa está atualmente a por em campo uma gama alargada de atividades e serviços industriais. Os setores mais tradicionais, tais como os têxteis, vestuário e sapatos, mantêm uma posição forte nos mercados internacionais. Tendo realizado um processo importante de modernização, abrangem agora uma nova classe de protagonistas tecnologicamente sofisticados em termos de moda, design, inovação e gestão de cadeia logística.
Portugal está a ser cada vez mais reconhecido em termos internacionais pelos esforços despendidos em energias renováveis. A economia portuguesa tem hoje diversos exemplos de componentes científicas e tecnológicas acrescidas em muitas áreas, tais como tecnologias de informação e comunicação, preservação e gestão ambiental, planeamento e renovação urbana, bem como eficiência energética.
Estou certo de que as possibilidades de cooperação que vão encontrar com empresas portuguesas resultarão em vantagens mútuas em termos de competências e de tecnologias.
Não obstante as tendências globais, por parte das grandes empresas, de deslocarem a produção para países emergentes, estamos a observar um novo interesse em modos de operação nos quais a flexibilidade, a proximidade do cliente e o serviço têm um papel estratégico muito importante. Portugal oferece vantagens competitivas únicas para ser uma “Localização Prioritária” em muitos empreendimentos para o mercado europeu.
Além disso, Portugal detém uma presença comercial importante nos países de língua portuguesa situados em África e na América Latina, com profundas raízes nas nossas ligações históricas e culturais de longa data. Tal permite-nos ser uma plataforma privilegiada de contacto com estes países, uma plataforma com uma rede já estabelecida e “know-how” operacional, aberta a empresas suecas interessadas em trabalhar com esses mercados.
Portugal é reconhecido como um destino turístico de topo, e não apenas devido às boas condições climatéricas. Somos um país afável e seguro, com uma longa e bonita costa, e também paisagens interiores de elevado interesse, com tradições e culturas seculares, e excelentes gastronomia e vinhos. Tal faz com que o meu país seja um local estimulante para visitar, mas também providencia oportunidades acrescidas de investimento e de estabelecimento de parcerias nestas áreas.
Este Fórum é uma excelente ocasião para aprofundar o conhecimento e a confiança mútua entre as empresas suecas e portuguesas, e para explorar interesses e oportunidades comuns, situando as nossas relações económicas e comerciais mais consonantes com a excelência das nossas relações políticas.
Gostaria de incentivar fortemente as empresas suecas hoje aqui presentes a trabalhar com os seus homólogos portugueses na identificação e na montagem de projetos partilhados.
Muito agradeço a vossa atenção e o vosso empenho em construir um elo económico proveitoso e duradouro entre os nossos dois países.
© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016
Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.
Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.