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INTERVENÇÕES

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Intervenção do Presidente da República na Sessão de Encerramento do Seminário Económico
Club El Nogal, Bogotá, Colômbia, 17 de abril de 2013

Gostaria de começar por dirigir um particular agradecimento ao Presidente Juan Manuel Santos Caldéron pela sua presença, que muito nos honra, neste Seminário Económico. Quero também felicitar as agências colombiana e portuguesa de investimento e comércio externo pela organização desta excelente iniciativa que promoveu o debate entre os senhores empresários, cuja presença saúdo muito vivamente.

A Colômbia é um país que tem um papel de destaque na História deste Continente. O Novo Mundo, a América Latina, o sucesso na democratização e a consolidação do desenvolvimento económico estão plenamente representados aqui, neste espaço territorial e nesta comunidade de cidadãos.

A Colômbia é hoje exemplo de uma democracia e de uma economia de sucesso. Tenho acompanhado, com grande interesse, os esforços feitos para integrar plenamente a Colômbia na economia latino-americana e, num âmbito mais vasto, na economia global.

A Colômbia está a transformar-se, pelo seu próprio mérito, pelo vigor dos seus líderes e pela fibra do seu povo, num elemento de estabilidade nesta região do mundo. É hoje também um dos exemplos de sucesso das economias da América do Sul. A comunidade internacional segue com grande esperança os desenvolvimentos económicos, sociais, políticos e culturais nesta zona do globo.

A Colômbia tornou-se, assim, de uma forma natural, um destino para as empresas portuguesas que buscam oportunidades de se internacionalizarem, muitas vezes estabelecendo parcerias com empresas locais – como foi o caso que acabámos de testemunhar.

Portugal, por seu lado, é uma economia moderna e aberta, dispõe de excelentes infraestruturas, condições naturais privilegiadas e de um capital humano extremamente qualificado. Na sequência da crise que assolou o Mundo e a Europa, o nosso país tem vindo a realizar um importante esforço de ajustamento macroeconómico e financeiro. Tem também levado por diante um significativo programa de reformas estruturais, de forma a aumentar a flexibilidade e a capacidade competitiva da sua economia.

Para além disto, Portugal é membro da União Europeia e – graças à sua História – tem relações singulares com os países de língua portuguesa espalhados pelos vários continentes. Ao gigantesco mercado único europeu – 500 milhões de consumidores – junta-se assim, na sua área privilegiada de relações, este universo que contempla cerca de 250 milhões de pessoas.

A Colômbia conta com uma presença já significativa de empresas de capitais portugueses. Estamos, aliás, numa fase do relacionamento entre as nossas duas economias em que muitas empresas olham para a Colômbia como um destino muito atraente para os seus investimentos e apostas estratégicas.

O potencial é enorme e espero que esta minha visita contribua para aprofundar o nosso relacionamento bilateral nos planos económico, comercial e cultural. Por isso mesmo, não posso deixar de sublinhar a oportunidade que este Seminário e os Encontros Empresariais representam para o reforço dos laços económicos entre os nossos dois países. Desde logo, ao proporcionarem um estreitamento dos contactos entre empresários e altos responsáveis portugueses e colombianos. E, mais ainda, ao contribuírem para um melhor conhecimento do que se faz atualmente na Colômbia e em Portugal.

Acompanho com expectativa e confiança a aposta estratégica que algumas das empresas portuguesas com mais competências, capacidade e recursos estão a fazer na Colômbia. É uma boa aposta, que todos esperamos seja bem-sucedida. Alarga o número de países da nossa dimensão com quem estabelecemos relações económicas privilegiadas e reforça as pontes entre a Europa e a América Latina.

O facto de a economia colombiana ter indicadores económicos ao nível dos que Portugal apresentava numa fase relativamente recente faz com que as empresas portuguesas tenham uma forte capacidade de perceber e antecipar alguns tipos de desenvolvimentos expectáveis na Colômbia. Deste modo, creio que as empresas portuguesas podem dar um particular contributo para o reforço do tecido produtivo colombiano.

As empresas que me acompanham representam muito do melhor e mais dinâmico de Portugal e apresentam experiências bem-sucedidas de internacionalização em várias geografias. Poderia falar com gosto sobre a qualidade individual de cada uma das empresas aqui presentes, mas sei que os líderes empresariais o terão feito ou o farão muito melhor do que eu.

Falarei apenas em traços gerais dos setores aqui representados e do modo como podem contribuir, pela sua experiência e competência, para a modernização em curso na Colômbia e para facilitar uma ligação mais profunda e diversificada a Portugal, à União Europeia e aos países que, nos vários continentes, falam a língua portuguesa e com os quais mantemos relações especialmente próximas.

Estão aqui representadas empresas dos setores da distribuição e dos serviços financeiros, cujos investimentos no exterior configuram sempre uma aposta estratégica que tende a perdurar por muitos anos e a servir de âncora a novos projetos.

As empresas portuguesas associadas à construção de infraestruturas, por seu turno, têm também uma forte reputação de competência à escala global, e estão habituadas a compreender as necessidades de investimento de países que se encontram no estádio de desenvolvimento e de crescimento da economia colombiana.

Mas não nos ficamos por estes setores. Temos aqui, igualmente, empresas que atuam em várias áreas da produção industrial, no turismo, nas novas tecnologias, na agricultura científica, na consultoria, na arquitetura. E recordo, neste particular, o prémio internacional da melhor decoração de interiores do mundo em 2012, obtido pelo Hotel BOG em Bogotá, com assinatura da arquiteta portuguesa Nini Andrade e Silva.

A economia portuguesa possui hoje um forte conteúdo científico e tecnológico – aplicações de software, tecnologias de informação, robótica e comunicação, farmacêuticas, biotecnologias, energias renováveis. A participação de empresas portuguesas destas áreas no mercado global torna-as parceiros qualificados e apetecíveis para as entidades colombianas.

A Colômbia, por seu lado, muito próxima em características económicas e de estádio de desenvolvimento, tem a ambição de encontrar parcerias estratégicas que lhe confiram maior massa crítica e mais competitividade na sua abordagem a terceiros mercados. Embora geograficamente afastados, cada um do seu lado do Mundo, sei que, juntos, podemos criar valor acrescentado!

Sublinho, a propósito, a recente assinatura do acordo aéreo entre os nossos dois países, que vem facilitar a criação de condições de mobilidade indispensáveis a uma maior dinâmica empresarial e turística.

Mas quero ainda referir a presença de empresas ligadas aos chamados setores tradicionais da economia portuguesa, desde a cortiça aos têxteis, passando pelo calçado e pelo setor agroalimentar. São empresas que souberam modernizar-se de forma notável e que hoje apresentam um forte nível de prestígio e de competitividade a nível internacional.

São, todas elas, empresas que ilustram bem o Portugal deste novo milénio. Um país moderno e acolhedor, com uma vasta herança cultural.

Uma economia favorável ao investimento externo e às novas tecnologias e que apresenta, não obstante a sua dimensão, múltiplos centros de excelência tecnológica e científica e de criatividade empresarial.

Estou certo de que os trabalhos deste Seminário darão um contributo decisivo para que os empresários colombianos e portugueses possam identificar e explorar interesses e oportunidades. No terreno, em concreto, em benefício mútuo.

Mais do que de boas intenções ou palavras de circunstância, o tempo é de ação. Conto convosco.

Muito obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.