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Assembleia Geral das Nações Unidas
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Nova Iorque, EUA, 28 de setembro de 2015 ler mais: Assembleia Geral das Nações Unidas

INTERVENÇÕES

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Intervenção do Presidente da República por ocasião do Almoço oferecido pelo Presidente da República da Colômbia
Casa de Nariño, Palácio Presidencial, Bogotá, Colômbia, 16 de abril de 2013

Agradeço, muito sensibilizado, as palavras que Vossa Excelência, Senhor Presidente, acaba de proferir, e o caloroso acolhimento que me tem sido dispensado, bem como a minha Mulher e a toda a delegação portuguesa, nesta Visita de Estado à Colômbia.

Recordamos muito afetuosamente a recente Visita a Portugal de Vossa Excelência e da Senhora D. Maria Clemência de Santos, que muito nos honrou e que todos temos presente com grande simpatia.

Creio que nunca se terá assistido, entre os nossos dois países, a uma dinâmica tão intensa de contactos entre responsáveis políticos, agentes culturais e empresariais, como nos últimos tempos. Atrever-me-ia a dizer que a Colômbia “está de moda” em Portugal e que Portugal “está de moda” na Colômbia.

Foi neste espírito e com grande gosto que aceitei o convite que Vossa Excelência me dirigiu para visitar a Colômbia e para inaugurar a Feira do Livro de Bogotá deste ano, na qual Portugal é o país convidado. É uma participação que muito nos honra e que, estou certo, será um marco fundamental no reforço das relações culturais entre os nossos dois países, que aliás conheceram já um outro ponto alto: a instituição, na Universidade dos Andes, da Cátedra Fernando Pessoa, um dos maiores poetas portugueses.

Senhor Presidente,

Olhamos para a Colômbia como um país modelo na América Latina, sobretudo pela forma como tem sabido enfrentar os grandes desafios da consolidação democrática, do desenvolvimento económico e da justiça social.

Com uma economia pujante e estruturada, uma política de abertura ao investimento estrangeiro, um leque diversificado de relações políticas e económicas com outras nações, além de uma invejável posição geográfica, a Colômbia destaca-se no novo milénio como um destino extremamente atrativo e uma excelente plataforma de projeção noutros mercados da América Latina.

Portugal, por seu lado, é uma democracia estável e consolidada. É um país com uma economia moderna e aberta, dotado de excelentes infraestruturas e com um capital humano extremamente qualificado. É ainda, desde há décadas, um Estado-membro da União Europeia.

Em suma, somos um país que abre portas à iniciativa dos empresários colombianos, que podem, através dele, encontrar novas vias de acesso ao gigantesco mercado único europeu e a outros mercados que, fruto da sua História, Portugal conhece bem e com os quais mantém laços privilegiados de cooperação e de amizade.

Este é, como sabemos, um tempo de grandes desafios a nível nacional e a nível europeu. Nos últimos dois anos, Portugal tem vindo a realizar um importante esforço de ajustamento macroeconómico e financeiro. Temos também levado a cabo um ambicioso e exigente conjunto de reformas estruturais destinadas a aumentar a flexibilidade e a capacidade competitiva da nossa economia.

Assim, é com enorme satisfação que registo o crescente interesse das empresas e dos investidores portugueses pela Colômbia. Um sinal visível desta realidade é a expressiva comitiva empresarial que me acompanha nesta Visita. Amanhã, teremos a honra de encerrar o Seminário Económico e Empresarial, que, durante dois dias, reúne empresários, empreendedores e investidores dos nossos países.

Congratulo-me que o Acordo Comercial Multipartes, entre a União Europeia, a Colômbia e o Peru, tenha sido aprovado. Estou certo de que, em breve, todos beneficiaremos da concretização deste projeto.

Senhor Presidente,

Os nossos dois povos e os nossos países encontram-se ligados por laços seculares. Não obstante, é no passado recente, na atualidade dos nossos dias, que a História do nosso relacionamento mais se aviva em exemplos que tão particularmente nos animam e nos dão esperança no futuro.

Permito-me, Senhor Presidente, citar Gabriel García Márquez quando dizia: “Basta abrir os jornais para saber que entre nós ocorrem coisas extraordinárias todos os dias”. Somos tentados a dizer que o grande escritor colombiano parecia falar do relacionamento entre o seu país e Portugal.

Devemos aproveitar a atual dinâmica para enriquecer ainda mais este nosso relacionamento com uma cooperação reforçada em áreas como as novas tecnologias de informação, as energias renováveis, a construção de infraestruturas ou o turismo.

Senhor Presidente,

No mundo globalizado em que hoje vivemos, o fenómeno da integração regional ganha cada vez maior peso. A América Latina não é alheia a essa dinâmica.

A Aliança do Pacífico, que será em breve presidida pela Colômbia, constitui um marco no futuro das relações comerciais entre os países que a integram e o resto do Mundo. Portugal pediu já para ser admitido como membro observador. Aproveito, aliás, esta ocasião para agradecer o apoio concedido pela Colômbia a esta nossa pretensão.

Tal como em Lisboa, há uns meses, quero expressar os meus mais sinceros votos para que o processo de paz em curso, do qual Vossa Excelência é o grande protagonista, chegue a bom porto. Todos sabemos que a paz e a estabilidade são elementos fundamentais na consolidação do Estado de direito democrático e no fortalecimento da posição da Colômbia nesta região e no Mundo.

Senhor Presidente,

É com este espírito de amizade fraterna que gostaria de reiterar a minha convicção de que as relações entre os nossos dois países serão cada vez mais fortes. Peço, pois, que se juntem a mim num brinde a Vossa Excelência, Senhor Presidente, e à Senhora D. Maria Clemência de Santos, à paz e prosperidade do povo colombiano e ao futuro da amizade luso-colombiana.

Muito obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.