Quero agradecer ao Presidente Barack Obama ter aceite o convite que lhe dirigi para efectuar esta Visita de Trabalho, no quadro da sua primeira deslocação a Portugal. Portugal recebe o Presidente Obama com amizade e satisfação.
O encontro que acabámos de manter e o almoço de trabalho que se lhe seguiu permitiram uma frutuosa troca de pontos de vista e deixaram bem patente a excelente relação política que existe entre Portugal e os Estados Unidos da América. Uma relação sólida, assente numa forte identidade de pontos de vista e na partilha de valores e princípios.
A proximidade que caracteriza o nosso relacionamento muito deve ao papel da Comunidade Portuguesa e luso-descendente dos Estados Unidos. Uma Comunidade que, não esquecendo as suas raízes, revela um extraordinário apego ao seu país de acolhimento. Uma Comunidade a que está ligado um número crescente de figuras de primeiro plano da vida política norte-americana, a nível federal e estadual.
A nossa cooperação com os Estados Unidos é cada vez mais ampla e diversificada. No entanto, é muito vasto o potencial ainda existente. Nesse sentido, foi claramente reafirmado o interesse comum em reforçar o diálogo e a cooperação, com base no Acordo de Defesa e Cooperação, assinado em 1995, e que permanece como o enquadramento institucional do nosso relacionamento.
No domínio das relações económicas, registámos o incremento recente nas nossas trocas comerciais, bem como o aumento do investimento português nos Estados Unidos. Contudo, o volume das nossas exportações para os Estados Unidos está, ainda, muito longe do que justifica a qualidade dos nossos produtos e a dimensão do mercado norte-americano. Também o volume dos investimentos americanos em Portugal está muito distante do que seria legítimo esperar.
Tive, ainda, a oportunidade de abordar, com o Presidente Barack Obama, a actual situação económica e financeira nos nossos dois países e a nível global. Registo a minha satisfação com as palavras que nos chegam por parte das autoridades norte-americanas quanto à confiança na capacidade dos portugueses para superarem os desafios com que o nosso país se confronta.
O nosso encontro permitiu, ainda, uma reflexão sobre a agenda da Cimeira da NATO. Portugal, membro fundador da Aliança e nação atlântica, sempre se bateu pelo reforço dos laços transatlânticos. Portugal e os Estados Unidos pretendem uma Aliança revigorada e capaz de responder de forma eficaz aos desafios e às ameaças que, hoje, se colocam à segurança transatlântica. É esse o objectivo da ampla reforma que será discutida e, esperamos, aprovada na Cimeira de Lisboa.
Por fim, tendo em conta a recente eleição de Portugal para o Conselho de Segurança, acordámos quanto à necessidade de um diálogo político mais intenso sobre as questões na agenda das Nações Unidas.
Quero, mais uma vez, agradecer ao Presidente Barack Obama a disponibilidade que manifestou para esta Visita e desejar-lhe que se sinta em Portugal como em sua própria casa.
Muito obrigado
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