Bem-vindo à página ARQUIVO 2006-2016 da Presidência da República Portuguesa

Nota à navegação com tecnologias de apoio

Nesta página encontra 2 elementos auxiliares de navegação: motor de busca (tecla de atalho 1) | Saltar para o conteúdo (tecla de atalho 2)
Visita ao Centro de Formação  da Escola da Guarda (GNR)
Visita ao Centro de Formação da Escola da Guarda (GNR)
Portalegre, 11 de fevereiro de 2016 ler mais: Visita ao Centro de Formação  da Escola da Guarda (GNR)

INTERVENÇÕES

Clique aqui para diminuir o tamanho do texto| Clique aqui para aumentar o tamanho do texto
Discurso do Presidente da República na Cerimónia de Entrega do Prémio Champalimaud de Visão de 2008
Mosteiro dos Jerónimos, 9 de Setembro de 2008

Senhora Dra. Leonor Beleza, Presidente da Fundação Champalimaud,
Senhor Primeiro-Ministro,
Senhor Presidente do Júri, Prof. Alfred Sommer,
Senhora D. Luísa Champalimaud,
Minhas Senhoras e meus Senhores,

É com muito gosto que, neste magnífico cenário do Claustro do Mosteiro dos Jerónimos, me associo à entrega do Prémio Champalimaud de Visão de 2008.

Quero, em primeiro lugar, felicitar os laureados, os cientistas Jeremy Nathans e King-Wai Yau, que partilham o Prémio pelo sucesso das suas investigações para o entendimento dos processos da fisiologia da visão.

Quero igualmente, saudar todos aqueles que, na Universidade Johns Hopkins, contribuíram para este resultado e são parte integrante do seu êxito.

Este Prémio, que é o maior galardão mundial no âmbito da oftalmologia e do combate à cegueira, será por certo um impulso determinante para o progresso da investigação científica que os premiados têm vindo a conduzir.

Saúdo, também, o Presidente e cada um dos membros do júri internacional, personalidades de merecido renome, a quem coube avaliar e seleccionar o avanço científico mais importante entre todos os que candidataram, decidindo qual o melhor entre os melhores.

Julgo ser de elementar justiça salientar que o prestígio, já consolidado, do Prémio Champalimaud de Visão não reside apenas no facto de se tratar do maior prémio pecuniário do Mundo na área da saúde.

Esse prestígio deve-se, em muito, à Presidente da Fundação, Dra. Leonor Beleza, que tem sabido, como seria de esperar, dar plena expressão à ambição e ao sonho do fundador.

Não seria possível, de resto, regozijarmo-nos com este brilhante êxito e as suas repercussões mundiais sem evocar a memória de António Champalimaud, fundador da instituição que atribui este Prémio.

Ao doar cerca de 500 milhões de euros à causa da luta contra a cegueira, o fundador deu um exemplo de responsabilidade social que é uma referência e uma honra para Portugal.

Este Prémio pretende ser uma marca de distinção que celebre a qualidade dos premiados e o contributo dos respectivos trabalhos para a melhoria da saúde mundial no campo da visão.

Em dois anos, a Fundação marcou já de forma notável o âmbito da sua intervenção.

No ano passado, o primeiro da atribuição do Prémio, distinguiu-se a obra do Sistema Aravind, cuja actuação tem um impacto social de relevância internacional.

Este ano são distinguidos trabalhos de investigação que trouxeram um melhor conhecimento sobre os mecanismos da visão e sobre as origens das doenças que a afectam.

São descobertas científicas que rasgam horizontes no campo da genética e do controlo de doenças degenerativas e hereditárias, contribuindo para eliminar ou atenuar factores importantes de desigualdade e dependência.

O combate às doenças congénitas não tem unicamente uma função de bem-estar individual. Tem também implícita uma ambiciosa dimensão social de justiça e de igualdade de oportunidades logo à nascença.

Os avanços científicos na área das ciências biomédicas, não só para o tratamento mas, sobretudo, para a prevenção das doenças, têm permitido uma consistente melhoria da qualidade de vida e uma crescente longevidade dos cidadãos.

A aposta na Ciência deve estar centrada na solução dos problemas reais das pessoas, como muito bem nos relembra a atribuição deste Prémio.

Não há Ciência sem cientistas. E não há bem-estar social sem o contributo da Ciência. Logo, um dos deveres cimeiros do Estado e da sociedade é o de valorizar o papel dos cientistas na abertura das novas vias do conhecimento.

Essa valorização é, aliás, uma forma de promover a cultura científica e de convocar as novas gerações para o sonho de descobrir, de inventar e de inovar.

As mulheres e os homens da Ciência, aqueles que enveredaram por uma vida de muito estudo e de sacrifícios diários para romper as fronteiras do conhecimento, são cruciais ao nosso futuro colectivo e merecem reconhecimento público.

Precisamos de fazer despontar novas e muitas vocações para as actividades de investigação e de desenvolvimento.

Este Prémio, com o mérito adicional de ser oriundo de uma entidade privada, constitui também um estímulo à investigação científica nacional.

Todos os que trabalham na investigação científica para aliviar ou prevenir o sofrimento e a doença geram níveis de inclusão e de bem-estar que, de outro modo, não seriam possíveis.

As instituições que, como a Fundação Champalimaud e o seu Prémio de Visão, reconhecem e estimulam esse esforço são, por isso mesmo, dignas da nossa gratidão e depositárias da nossa esperança na construção de um mundo mais feliz e mais solidário, onde cada pessoa possa fruir plenamente a dádiva da vida.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.