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Assembleia Geral das Nações Unidas
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Nova Iorque, EUA, 28 de setembro de 2015 ler mais: Assembleia Geral das Nações Unidas

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República na Sessão de Encerramento do Encontro COTEC
Madrid, 26 de Setembro de 2006

Senhor Presidente da Confederación Española de Organizaciones Empresariales
Senhor Presidente da COTEC Espanha
Senhor Presidente da COTEC Portugal
Senhor Director da Oficina Económica da Presidência do Governo de Espanha
Senhor Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico de Portugal
Senhores Empresários
Senhoras e Senhores

Num mundo globalizado, países como Portugal e Espanha só têm um caminho: abraçar a mudança, olhando o mundo pelo prisma das oportunidades. Não termos medo, não ficarmos à espera, não nos resignarmos. Em Maio, na reunião em que fui eleito Presidente da Assembleia Geral da COTEC - Portugal, disse que o grande desafio para as empresas portuguesas só pode ser um: "Pensar Global e Agir Global".

Gostaria de felicitar a COTEC Espanha e a COTEC Portugal pela organização deste Encontro Ibérico, por ocasião da minha Visita de Estado a Espanha. Pequenas e Médias Empresas inovadoras portuguesas tiveram, assim, oportunidade de estabelecer contactos com empresas espanholas e de dar a conhecer os seus produtos e serviços.

Ontem mesmo, tive ocasião de oferecer a Sua Majestade o Rei, um presente especial: um “software” português, com mapas de Portugal e de toda a Europa, que permite, em oito línguas diferentes, através do telemóvel, aceder a informação georeferenciada e navegar com instruções visuais e sonoras.

Foi, naturalmente, um gesto simbólico, mas de grande significado: o de dar a conhecer o Portugal do Século XXI.

Um País empreendedor, confiante em si próprio, capaz de desmultiplicar centros de criatividade científica e empresarial, de se afirmar como um país de oportunidades. Um Portugal que sabe que o futuro dependerá, em larga medida, da capacidade de criação de riqueza baseada na inovação e no conhecimento.

A aposta deve ser colocada nas actividades económicas do futuro, o que requer um forte espírito de iniciativa. A combinação da inovação tecnológica com o empreendedorismo é absolutamente crítica para vencermos num mundo globalizado.

A Estratégia de Lisboa só será bem sucedida se contar com a energia das Pequenas e Médias Empresas.

Para tal, a Europa precisa de fortalecer a sua "cultura empreendedora". É essencial estimular e premiar os valores do trabalho, do esforço e do mérito, bem como a ousadia, a capacidade de risco e de iniciativa.

É minha convicção que, nestes tempos de viragem, devemos difundir uma mensagem de apoio aos empreendedores. Devemos reconhecer o seu mérito – e retirar as muitas barreiras que tantas vezes desencorajam os seus investimentos e as suas iniciativas.

Essa mensagem que, em boa medida, é "cultural", deve ser clara: ter ambição é positivo, vale a pena arriscar, vale a pena abrir novos caminhos, agarrar o destino com ambas as mãos, pensar a vida "por conta própria".

O estímulo à inovação é uma condição essencial para aumentar a competitividade europeia.

Acredito na nova geração de empreendedores. Baseiam no Conhecimento a sua vantagem competitiva, têm ambição e acreditam em si próprios, têm garra e optimismo, pensam e querem agir global. Importa criar condições para que essa nova geração encontre oportunidades de realização na Europa.

Senhoras e Senhores

A Sociedade do Conhecimento é uma sociedade assente na confiança e na cooperação.

Numa Sociedade do Conhecimento, tão ou mais importantes do que as redes de comunicações, são a confiança e a cooperação, a capacidade de trabalhar e de criar em rede.

Quando pessoas e instituições são capazes de pensar e executar projectos em conjunto, estão a dar um belíssimo exemplo.

Estimular as parcerias público-privadas (entre Universidades, centros de I&D, laboratórios de Estado e associados, empresas), bem como estimular a procura de serviços de I&D e de produtos intensivos em conhecimento por parte das empresas são contributos-chave para a dinamização do sistema de inovação.

É necessário fomentar a aplicação dos resultados da investigação e orientá-los para a resolução das necessidades das empresas; incentivar a que os investigadores, no âmbito da sua carreira, desenvolvam projectos de I&D no seio das empresas; e criar uma cultura de propriedade intelectual, que deve ser vista, de resto, numa lógica de mercado global. É necessário estimular a criação de novas empresas tecnológicas por parte de professores e investigadores, com recurso a "capital semente", "business angels" e incubação; e participar, em parceria, nos programas internacionais de apoio à I&D.

Dia após dia, concretiza-se a visão do mundo como uma verdadeira aldeia global, complexa, integrada e interdependente. O que distingue os países desenvolvidos dos países em desenvolvimento é, cada vez mais, a diferença de Conhecimento. A Globalização é fonte de novas oportunidades para as pessoas e para as organizações com mais Conhecimento. Países com elevado “stock” de Conhecimento e que dispõem de centros de excelência científica têm maior facilidade em atrair investimento de qualidade.

Senhoras e Senhores

A transformação do potencial científico e tecnológico em inovação geradora de novos negócios viáveis, catalisadores do crescimento, susceptíveis de criar valor, é hoje o grande desafio da Europa. Não se trata apenas de um requisito da Estratégia de Lisboa; trata-se de uma condição indispensável para a sobrevivência económica europeia num mundo globalizado.

A circulação globalizada de ideias, de informação e de conhecimento permite-nos aprender com o mundo. A nossa juventude tem hoje outros horizontes: mais de 35 mil estudantes portugueses tiveram oportunidade de viver e estudar noutro País Europeu, no âmbito do programa Erasmus, em especial em Espanha. Este programa envolveu já mais de um milhão e meio de europeus. As viagens internacionais são mais frequentes e acessíveis. O trabalho move-se, a criatividade expande-se em rede.

A Globalização abre novas oportunidades para as empresas venderem noutros mercados, outrora inacessíveis ou fechados. A previsível explosão da classe média nos países emergentes cria novos e aliciantes mercados, com elevado crescimento e acrescido poder de compra, que devem ser aproveitados pelas empresas portuguesas e espanholas.

As pessoas estão mais ligadas em rede do que nunca. Em escassos segundos, os motores de busca trazem o mundo para perto de cada um de nós. Os bens e serviços produzidos num país estão cada vez mais disponíveis em qualquer outro. As comunicações internacionais banalizam-se e o seu custo reduz-se extraordinariamente.

Vivemos a transição para um mundo e uma sociedade em rede. Mais do que um fenómeno económico, a Globalização é também um fenómeno cultural, social e político, que nos torna cidadãos activos de uma comunidade cada vez mais alargada.

Mas é certo que esta alteração de paradigma implica uma maior capacidade cientifica e tecnológica das empresas, ao tornar o Conhecimento um vector de competitividade verdadeiramente decisivo.

Senhoras e Senhores

Portugal e Espanha abriram novos mundos ao Mundo. A vocação universalista de ambos deu origem à primeira Globalização da era moderna. Temos, hoje, uma fabulosa oportunidade de mostrar que somos capazes de aproveitar este novo mundo sem fronteiras que temos pela frente.

Como se viu esta manhã, temos já excelentes exemplos de empresas tecnológicas, portuguesas e espanholas, a prosseguir estratégias ousadas de internacionalização e de conquista de novos mercados.

Por isso acredito que, com uma Europa Empreendedora, com espírito de iniciativa, confiança e cooperação, seremos capazes de navegar por estes novos mares e de vencer.

Muito obrigado

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.