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30.º aniversário da adesão de Portugal às Comunidades Europeias
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PRESIDENTE da REPÚBLICA

INTERVENÇÕES

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Intervenção do Presidente da República na cerimónia de abertura do 13º Congresso da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e 6º Congresso da Federação Europeia de Medicina Interna
Centro de Congressos, Lisboa, 23 de Maio de 2007

Senhor Ministro da Saúde
Senhor Bastonário da Ordem dos Médicos
Senhor Presidente da Federação Europeia de Medicina Interna
Senhor Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
Senhores Congressistas
Minhas Senhoras e meus Senhores,

É com especial satisfação que saúdo os participantes neste Congresso conjunto da Sociedade Portuguesa e da Federação Europeia de Medicina Interna.

A realização, em Portugal, deste encontro internacional representa, para além de um sinal de reconhecimento do valor dos médicos internistas portugueses no quadro europeu, um importante contributo para o reforço e para a circulação do saber entre os profissionais de saúde. A cooperação internacional entre médicos deve, cada vez mais, ser estimulada, porque as doenças não conhecem fronteiras. Na sociedade de informação global em que vivemos, também o conhecimento médico tende a adquirir uma dimensão planetária.

Senhores Congressistas,

A ciência médica tem sido capaz de aumentar a longevidade das populações e, mais do que gerar simplesmente uma maior esperança de vida, tem permitido que as pessoas vivam mais anos com saúde e qualidade.

A Medicina Interna é a especialidade médica que se dedica à prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças da pessoa adulta de uma forma global. Os internistas, dada a abrangência da sua formação, são profissionais especialmente qualificados para um acompanhamento completo da pessoa doente.

Os doentes exigem, com toda a legitimidade, respostas às perguntas que formulam. De um internista espera-se que dê opinião sobre quase tudo. O esforço envolvido pelos internistas na sua formação contínua e permanente, considerando a evolução cada vez mais rápida da ciência médica, merece a nossa admiração e o nosso reconhecimento.

A Medicina Interna tem gerado grandes professores de Medicina. Muito do que de melhor existe na ciência médica portuguesa e europeia foi, e é, o produto do trabalho de internistas. A Escola Europeia de Medicina Interna tem realizado cursos em Portugal, o que atesta bem o valor que é atribuído ao nosso País nas áreas do desempenho e da formação médica.

A visão holística do tratamento da pessoa doente, integrando as queixas de quem sofre, é o modelo terapêutico do internista. Esta abordagem da Medicina Interna contribui para a prestação de cuidados mais eficientes e maior controlo dos custos. O problema da gestão dos custos, tão importante nos actuais sistemas de saúde, desenhados a partir da ciência para servir os cidadãos, será um tema a discutir em profundidade neste Congresso.

A perspectiva integradora dos problemas de saúde, própria dos internistas, confere-lhes, por outro lado, uma posição central para o estabelecimento de pontes de continuidade entre cuidados primários e cuidados hospitalares, criando um ambiente de conservação da saúde mais amplo do que o mero combate à doença.

Senhores Congressistas,

O papel social dos médicos não se esgota no trabalho clínico nas enfermarias ou nos consultórios. Os médicos não podem esquecer o seu papel de exemplo, como formadores de outros profissionais e como modelos de comportamentos saudáveis que os cidadãos devem seguir.

É necessário preservar e cultivar o espírito de dedicação e serviço público que tem caracterizado os médicos portugueses. Importa desenvolver a formação médica pré-graduada no sentido de dar resposta à natural e desejável curiosidade científica dos jovens candidatos a médicos, sem deixar de lhes infundir um sentido de serviço e humanidade de que cabe aos internistas ser exemplo de primeira linha.

Os internistas, tais como os médicos de família, são tipicamente médicos de múltiplos saberes e competências. Um médico internista caracteriza-se por uma forte capacidade de resistência intelectual, nunca desistindo até à descoberta do diagnóstico e da causa da enfermidade. E é também um resistente físico, suportando, frequentemente, longas horas de privação de sono para depois, logo na manhã seguinte, prosseguir o seu labor com o mesmo profissionalismo da véspera. Sempre próximo de quem dele precisa.

Para além das suas particulares exigências de formação, a profissão médica tem riscos muito próprios. Risco de errar, riscos físicos crescentes, cansaços e tristezas. Mas estou certo de que a profissão de médico proporciona, talvez como nenhuma outra, grandes momentos de satisfação e alegria. Os médicos que escolheram trabalhar em Portugal merecem um justo reconhecimento público. É também esse reconhecimento que, com a minha presença, aqui quis deixar, fazendo votos de que os trabalhos deste Congresso conjunto sejam fonte de enriquecimento profissional e pessoal para todos vós e de benefício para as comunidades que, por toda a Europa, necessitam dos vossos cuidados.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.