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Visita ao Centro de Formação  Profissional de Setúbal,  no âmbito da 6ª jornada do Roteiro para uma Economia Dinâmica dedicada à Educação e Formação Profissional
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Setúbal, 11 de setembro de 2015 ler mais: Visita ao Centro de Formação  Profissional de Setúbal,  no âmbito da 6ª jornada do Roteiro para uma Economia Dinâmica dedicada à Educação e Formação Profissional

PRESIDENTE da REPÚBLICA

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República na Cerimónia Comemorativa dos 114 anos da AHRESP e do Lançamento da Campanha de Solidariedade Social “Direito à Alimentação”
Casino do Estoril, 10 de Dezembro de 2010

Senhor Presidente da AHRESP,
Senhor Secretário de Estado,
Senhores Autarcas,
Senhor Presidente da Caritas Portuguesa
Minhas Senhoras e meus Senhores,

Começo por saudar e felicitar a direcção e todos os associados da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal pelos seus 114 anos de actividade. Nesta saudação, cumprimento particularmente os homenageados com a medalha dos 100 anos, pela consistência e perseverança com que acompanham a vida da AHRESP e pela capacidade de manterem bem viva a chama do associativismo neste sector.

Em 1896, os estabelecimentos que prestavam serviço ao público de comidas e bebidas criaram, na cidade de Lisboa, a sua primeira Associação. Hoje, a AHRESP, num contínuo e louvável esforço de congregação associativa, representa a nível nacional toda a área de Restauração e Bebidas e, também, de Alojamento em Hotelaria, Turismo em Espaço Rural, Turismo de Habitação e Alojamento Local.

A AHRESP soube realizar paulatinamente esta unificação, primeiro regional e depois sectorial, sempre fiel ao objectivo de promover o desenvolvimento e a qualificação das actividades económicas que a integram, tanto a nível nacional como internacional, e de apoiar os empresários seus associados. Mas procurou sempre manter, na esfera das suas preocupações e recomendações, a defesa dos interesses dos consumidores e a valorização do turismo português.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Entendeu a AHRESP, em muito boa hora e na data em que se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos, aliar a esta celebração o lançamento da “Carta do Direito à Alimentação” e de uma campanha de solidariedade destinada a combater um dos flagelos que, de modo envergonhado e silencioso, se tem propagado pelos estratos menos favorecidos da sociedade portuguesa: a falta de acesso a uma alimentação condigna.

Louvo esta iniciativa promovida pela AHRESP, à qual não poderia deixar de me associar, e que constituí um verdadeiro exemplo de como as instituições da sociedade civil podem dar um valioso contributo para um Portugal mais coeso, mais unido e solidário.

Saúdo, igualmente, a Associação Nacional de Municípios Portugueses e todas as entidades e personalidades que se solidarizaram com esta campanha e que serão fundamentais para que cumpra os seus objectivos e possa ser bem sucedida no terreno.

Como tenho tido a oportunidade de constatar nas minhas visitas por todo o País, em particular nas jornadas dos Roteiros para a Inclusão Social e para as Comunidades Locais Inovadoras, os municípios, as organizações de solidariedade social, as empresas, enfim, as instituições da sociedade civil têm desempenhado um valioso papel em matéria de responsabilidade social. Quero prestar-lhes a minha homenagem e expressar o meu agradecimento pelo excelente trabalho que têm desenvolvido e que tanto tem contribuído para minorar as carências e aliviar as dificuldades em que se encontram tantos portugueses.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

O turismo é uma actividade verdadeiramente estruturante em termos económicos e sociais. Tem potencial de crescimento, valoriza-se no aproveitamento dos recursos endógenos de cada região, estimula o empreendedorismo em micro e pequenas empresas e exerce efeitos indutores e multiplicadores noutras áreas produtivas e de serviços, formando assim uma ampla malha de actividades interdependentes, geradoras de emprego e de coesão social. É por tudo isso, e as Autarquias sabem-no bem, que o turismo continua a ser uma opção de investimento importante, nomeadamente em zonas com reduzida prestação económica ou a necessitarem de processos de reconversão.

Sendo, naturalmente, parte integrante da actividade turística, a gastronomia e os vinhos afirmam-se, nos dias de hoje, como um verdadeiro produto turístico de procura autónoma, seja pelo seu inquestionável valor cultural, seja pelas novas e criativas experiências que pode oferecer ao visitante.

O turista moderno procura prazer e saber nas suas viagens. Quer fruir produtos únicos e autênticos e, cada vez mais, aprofundar conhecimentos sobre o património enológico e gastronómico das regiões que visita.

De acordo com a Organização Mundial de Turismo, só na Europa existem mais de 1 milhão de turistas para os quais a gastronomia e os vinhos constituem a primeira motivação na decisão de viajar, e cerca de 30 milhões de turistas que, embora orientados para outros produtos turísticos, condicionam a escolha do destino à qualidade da gastronomia e dos restaurantes que podem encontrar.

Portugal, com uma morfologia diversificada e microclimas muito marcantes, exibe uma vasta e delicada oferta de vinhos, dispõe de castas únicas e tem uma gastronomia variadíssima, sustentada em produtos regionais de elevada qualidade. Somos, curiosamente, o país com mais produtos regionais certificados nas instâncias europeias.

Portugal debate-se com os sérios problemas económicos e financeiros que todos conhecemos. Vivemos um período em que é necessário juntar esforços e vontades, ganhar confiança e acreditar no futuro. A aposta na produção de bens e serviços competitivos nos mercados externos tem de estar na primeira linha das nossas prioridades. Para atingirmos e consolidarmos esse objectivo, necessitamos de trabalhar bem em várias frentes: procurar obter ganhos de produtividade, seja através do desenvolvimento tecnológico, seja pela via da inovação, da criatividade e da diferenciação; gerar uma cultura de estímulo ao conhecimento, à competência, ao empreendedorismo e à qualificação de quadros; e valorizar a boa gestão e os melhores exemplos.

Temos de ser muito mais exigentes. Exigência, em primeiro lugar, reflectida sobre nós próprios, nas nossas atitudes e no nosso desempenho e, depois, procurando exercitá-la e motivá-la nas várias esferas de intervenção - económica, política, social ou cultural - em que participamos.

A AHRESP é, reconhecidamente, uma associação bem estruturada e organizada, que muito tem contribuído para a modernização e melhoria de qualidade da prestação de serviço na restauração e similares. São exemplo disso as suas intervenções, de grande efeito prático e pedagógico, na preparação de programas nas áreas da formação, capacitação e certificação profissional, no incentivo às boas práticas de higiene e segurança alimentar, nutrição e dietética, assim como no suporte à constituição e organização das empresas do sector.

Felicito mais uma vez a AHRESP pelos seus 114 anos de actividade e pelas louváveis iniciativas que tem sabido promover ao serviço da melhoria da qualidade da vida dos portugueses.

Muito obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.