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Assembleia Geral das Nações Unidas
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Nova Iorque, EUA, 28 de setembro de 2015 ler mais: Assembleia Geral das Nações Unidas

PRESIDENTE da REPÚBLICA

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República na Inauguração do Colégio Pedro Arrupe
Lisboa, 14 de Novembro de 2010

Senhor Presidente do Conselho de Administração do Colégio Pedro Arrupe,
Senhora Directora,
Senhores Professores, Pais e Alunos,
Minhas Senhoras e meus Senhores,

Foi com muito gosto que aceitei o convite para estar presente na inauguração do Colégio Pedro Arrupe, que aqui nasceu virado para o rio, num espaço amplo e tranquilo, e que acrescenta a esta zona do Parque das Nações um equipamento de grande qualidade no campo do ensino.

Pude já apreciar as magníficas instalações, a luminosidade, o equilíbrio, a envolvente. Vi, à entrada, o painel que diz “aqui vão crescer os jovens do século XXI”, uma afirmação carregada da imensa responsabilidade dos que se propõem formar os nossos jovens e prepará-los para enfrentar as vicissitudes da vida.

A melhor forma de preparar o futuro é, sem dúvida alguma, dar aos jovens um ensino de qualidade e transmitir-lhes os valores que hão-de servir-lhes de bússola nas suas escolhas pessoais, na relação com os outros e na sua intervenção enquanto cidadãos.

Deixo aqui os meus votos muito sinceros de que possam cumprir plenamente os propósitos que vos animam, o que é também, certamente, a expectativa dos pais que escolheram este Colégio para confiar a educação dos seus filhos.

A escolha de Pedro Arrupe como Patrono do Colégio é uma homenagem a esse homem extraordinário que nasceu há 103 anos. A história e as lições da sua vida são uma referência firme para a abertura ao mundo, ao diálogo e à diferença.

É com este espírito que o Colégio define o seu projecto educativo como “uma carta de marear para o século XXI” e escolhe o Mar como um tema transversal a todo o seu projecto.

Os Portugueses viajaram pelo mar até aos cinco cantos do Mundo e com isso colocaram-se no centro do Mundo. Não só geograficamente, se olharmos para o muito que o mar une, mas também na nossa capacidade de conviver com povos de todas as origens, raças e credos, de deixar um traço da nossa cultura e da nossa maneira de ser por todos os sítios por onde andámos.

Temos que aprender a usar essas qualidades que nos caracterizam como povo e essa centralidade do nosso território. O ensino do mar e a educação de qualidade são, sem dúvida, duas sementes que darão bons frutos.

Como Presidente da República, tenho procurado evidenciar a importância decisiva da educação das crianças e jovens na construção do futuro que todos desejamos para Portugal.

É uma missão que pode e deve contar com as instituições privadas que desenvolvem a sua acção neste sector e que constituem, muitas delas, uma referência de qualidade no panorama do ensino, projectando-se no percurso de sucesso dos seus alunos.

Não podemos prescindir, bem pelo contrário, da competição que estabelecem entre si e com o sector público.

Deve haver multiplicação e diversificação na escolha e nas oportunidades, sem o que é a própria liberdade de ensinar e de aprender que fica comprometida.

Vivemos num mundo global, em que a mobilidade dos jovens e dos adultos é uma realidade e um desafio incontornável. Diversidade, competitividade e capacidade de livre escolha implicam que se alargue e multiplique a oferta e se deixe que cada um se afirme na sua capacidade de ter êxito.

Todas as escolas, públicas e privadas, têm que participar e interagir no combate ao insucesso escolar, no aumento da confiança dos pais, das famílias e da sociedade na qualidade do ensino, na promoção efectiva da igualdade de oportunidades.

Para enfrentar as dificuldades e vencer é cada vez mais determinante o grau de conhecimento e a capacidade de, em permanência, manter o espírito aberto a mais formação e a novos saberes.

Precisamos, para isso, de instituições de ensino de qualidade. Para que possam crescer e afirmar-se é necessário um quadro normativo onde possam agir com confiança na concretização dos seus projectos e dos seus investimentos.

Por isso se espera e exige que a acção política, no seu relacionamento com a sociedade civil, assente na transparência e na abertura ao diálogo. Perante as dificuldades e incertezas que o País atravessa, essa actuação tem que pautar-se, mais do que nunca, por critérios de previsibilidade e estabilidade.

De facto, ao que é imprevisível na realidade económica e social não pode acrescer a imprevisibilidade da acção dos poderes públicos.

Pelo contrário, deve haver uma especial sensibilidade para atenuar essa incerteza, que tem um custo em termos de prémio de risco, e agir de modo a incutir confiança nos agentes que contribuem para o desenvolvimento económico, social e cultural do País.

Isto é válido para qualquer decisão, e tanto mais quando estão em causa alterações substanciais para o curso normal da vida das famílias, dos cidadãos e das empresas, seja qual for o seu campo de acção.

É importante que as medidas adoptadas sejam previamente articuladas com os organismos representativos da sociedade civil, por forma a que os seus legítimos interesses não sejam afectados de forma abrupta e inesperada.

Espero e desejo que se realize plenamente o objectivo que uniu os vossos esforços em torno deste novo projecto educativo de inspiração inaciana.

Quero expressar a todos os seus dirigentes, a todos os professores, colaboradores, alunos e suas famílias, as minhas felicitações pela nova escola e os meus votos dos maiores êxitos no vosso trabalho.

Obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.