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Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
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PRESIDENTE da REPÚBLICA

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República Portuguesa por ocasião do Banquete oferecido em sua honra e da Dra. Maria Cavaco Silva pelo Presidente da República da Polónia e Senhora de Lech Kaczynski
Varsóvia, 2 de Setembro de 2008

Senhor Presidente, Excelência,
Excelentíssima Senhora D. Maria Kaczynska,
Excelentíssimas Autoridades,
Senhoras e Senhores,

Quero agradecer, muito sensibilizado, as amáveis palavras que Vossa Excelência, Senhor Presidente, acaba de proferir e o acolhimento que me tem sido dispensado, bem como a minha mulher e a toda a delegação que nos acompanha.

Foi com grande prazer que aceitei o convite que Vossa Excelência me dirigiu para visitar a Polónia, um País parceiro e amigo. Um país que soube enfrentar os desafios da consolidação democrática, do desenvolvimento económico e social e assumiu o seu lugar na União Europeia e na Aliança Atlântica, para o que muito contribuiu a acção de Vossa Excelência.

Um País a que Portugal se encontra ligado por laços políticos, económicos e comerciais que remontam ao início da nossa epopeia marítima. Laços de que falaram nomes grandes dos nossos dois países como Glogow, Miechow, Copérnico, ou Damião de Gois.

Portugal esteve ao lado da Polónia na Insurreição de 1863-64, na proclamação da independência, em 1918, liderada pelo Marechal Pilsudski - que viveu, aliás, algum tempo na Ilha da Madeira - ou no apoio à sua luta pela liberdade e à integração euro-atlântica, na certeza de que não há, nunca haverá Europa sem a Polónia.

Mais recentemente, adoptaria como seu João Paulo II, esse Papa cuja ligação a Portugal, aos portugueses e a Fátima constituem, para nós, um motivo de orgulho e de alegria.

João Paulo II marcou os nossos corações, mas também o nosso tempo. A Europa do presente não seria a mesma sem o seu histórico apelo ao “fim das fronteiras”, como o sucesso da Europa do futuro depende da nossa capacidade de “não termos medo”, como ele nos pediu.

Senhor Presidente,

Esta proximidade muito contribuiu para o excelente relacionamento político de que desfrutam os nossos dois países. Um relacionamento ao qual a pertença comum à União Europeia e à NATO trouxe novas oportunidades de desenvolvimento.

O nosso apego a uma verdadeira integração europeia está bem espelhado em iniciativas como a que recentemente permitiu abrir o espaço Schengen aos novos Estados-membros da UE, na forma como exercemos as nossas Presidências do Conselho da União Europeia, no nosso empenho na Política de Coesão Social, no desenvolvimento da Estratégia de Lisboa e na celebração do Tratado de Lisboa.

Vivemos numa época – e os últimos acontecimentos são bem um sinal disso - que exige uma Europa mais forte, mais ágil e mais coesa, mais capaz de afirmar a sua voz na cena internacional e de responder aos anseios dos seus cidadãos. É isto que visa o Tratado de Lisboa, o qual reflecte um esforço de compromisso entre 27 Estados soberanos. Quero, aliás, aproveitar esta ocasião para sublinhar e agradecer o papel de Vossa Excelência, Senhor Presidente, para que tivesse sido possível alcançar este resultado.

Estou certo que partilhamos os mesmos ideais e valores europeus, que os nossos objectivos são semelhantes. O apoio maciço da população polaca ao projecto de integração europeia, de que todas as sondagens dão conta, é revelador de uma Nação confiante, que pretende contribuir de forma activa e dinâmica para o projecto europeu.

Aliás, para quem conhece a História da Polónia e visita este país, é fácil perceber o seu apego à soberania, que tanto lhe tem custado, mas também o valor da reconciliação, que a União Europeia simboliza.

Senhor Presidente,

Portugal está envolvido na reformulação do seu paradigma de desenvolvimento, apostando na qualificação humana, na inovação e no desenvolvimento sustentável, como resulta da Exposição que hoje inaugurámos. Os laços privilegiados que mantém nos cinco continentes, designadamente com os países que falam português, fazem dele um parceiro natural para a penetração nesses mercados.

Por seu lado, a Polónia é um país estável, com notáveis taxas de crescimento. A sua localização geográfica, a qualificação dos seus recursos humanos, a dimensão do seu mercado e a vocação para servir como plataforma para mercados geograficamente próximos, são atributos inestimáveis.

Urge, pois, intensificar a nossa relação económica e comercial, respondendo, com dinamismo e capacidade de iniciativa, aos desafios e oportunidades.

Acompanha-me uma importante delegação de empresários portugueses. Muitos deles já têm negócios na Polónia, pretendendo consolidar a sua aposta de sucesso neste país. Outros, procuram oportunidades para nele investirem, ou para darem a conhecer os seus produtos e os seus serviços. Estou certo que os contactos com os empresários e autoridades polacas permitirão identificar novas oportunidades de investimento e de trocas comerciais.

Mas o sucesso da cooperação entre dois países passa, igualmente, pelo conhecimento mútuo das respectivas realidades geográficas, humanas e culturais.

Registo, a esse título, com satisfação, o aumento dos fluxos turísticos bilaterais, a criação da Cátedra de Português, na Universidade de Cracóvia, a que irei associar-me, e do curso de línguas eslavas, na Universidade de Lisboa.

Senhor Presidente,

Esta minha visita à Polónia é o momento para celebrar o que nos aproxima e a crença no futuro das nossas relações. É nesse espírito que peço a todos que se juntem a mim num brinde à saúde do Presidente Lech Kaczynski e de sua mulher, ao Povo amigo da Polónia e à prosperidade das relações entre os nossos dois países.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.