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INTERVENÇÕES

Intervenções da Dra Maria Cavaco Silva

INTERVENÇÕES

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Discurso da Dra. Maria Cavaco Silva na Sessão de Abertura das Jornadas Nacionais da Cáritas Portuguesa, subordinadada ao tema “Combate à Pobreza e à Exclusão pelos caminhos da Inovação Social”
Setúbal, 24 de Fevereiro de 2010

D. Gilberto Reis
Senhor Governador Civil
Senhora Presidente da Câmara
Dr. Eugénio da Fonseca
Caros Companheiros de Mesa
Caros participantes

Estamos aqui reunidos hoje para darmos início às Jornadas Nacionais da Cáritas Portuguesa.

Todos conhecemos a Cáritas e, tendo uma parte do nosso país sido atingida por uma catástrofe que tanto nos dói na alma – o corpo parece às vezes curar-se mais depressa – vem-nos logo à ideia este nome de ajuda e solidariedade que há anos nos faz companhia nos maus momentos.

Estas Jornadas são dedicadas ao tema Combate à Pobreza e à Exclusão social, focando principalmente a inovação social.

O último Roteiro que o meu marido fez nas zonas de Entre Douro e Vouga e na Beira Interior, e que eu acompanhei, como de costume, foi precisamente centrado nas Comunidades Locais Inovadoras.

Tive ocasião de ver que as pessoas estão a agir a nível económico, social, empresarial, ambiental. Não estão à espera que os outros venham fazer por si, aquilo que acham ser a sua obrigação.

Estão a dar-nos um óptimo exemplo de como é possível lutar contra a interioridade, contra a crise, contra o desânimo.

Eu diria mesmo que estas Jornadas têm bons pontos de partida, para o seu trabalho, nos objectivos que estão no sítio da Presidência, pois as temáticas abordadas nas Jornadas e no Roteiro não podiam ser mais próximas.

Falamos tanto de crise nos últimos tempos e, como uma desgraça nunca vem só, neste fim de semana a Madeira, a nossa Ilha de beleza famosa em todo o mundo, a nossa Pérola do Atlântico, sofreu um desastre natural de proporções inimagináveis.

Nestes momentos de tragédia precisamos ainda mais uns dos outros.

Gostamos de ser felizes em comunidade mas eu sinto que, como as famílias se unem ainda mais nos momentos de dor, também os povos sentem mais necessidade de união nos momentos de catástrofe.

Para chorarem os seus mortos, sim, mas também para se organizarem e fazerem face, juntos, ao trabalho de reconstrução que é necessário em todos os cenários de destruição e morte.

Fomos há pouco confrontados, a nível global, com a tragédia do Haiti.

Quando fui à Missa por intenção das vítimas da calamidade, o Prof. Eugénio da Fonseca teve ocasião de me dizer – a Cáritas tem capacidade de ajudar mais rápido porque está no terreno.

É a isso que a Cáritas sempre nos habituou – estar no terreno.

Sei que também está no terreno na Madeira, porque tive ocasião de a visitar in loco quando lá fui.

É reconfortante, neste momento de tragédia, sabermos que a Cáritas, como sempre, está lá.

É reconfortante sabermos que, ainda com a alma a chorar, o Exército, os Bombeiros, a Protecção Civil, as Polícias, estão todos lá, a fazerem o possível e o impossível.

É bom saber que a população não baixou os braços.

Tentando engolir as lágrimas, passou imediatamente à acção, para pôr em prática o lema de todas as derrocadas: é preciso enterrar os mortos e cuidar dos vivos.

Há sempre lições a tirar de todas as tragédias. Que saibamos, com humildade, aprender a fazer melhor, a corrigir o que está mal.

É hora de trabalhar e não deixar que a angústia de tanto por fazer deixe instalar-se o desânimo.

É também nas horas de graves dificuldades que a inovação, tema chave destas Jornadas, sofre sempre uma aceleração.

A necessidade aguça o engenho – diz a sabedoria popular. As dificuldades também.

Não tenho a mínima dúvida de que estas Jornadas, que Deus quis que se realizassem num momento de luto nacional, vão ser capazes, através do diálogo e de uma rica troca de experiências, de abrir mais uma vez o caminho da Esperança.

Desejo a todos um óptimo trabalho, para bem de todos nós.

Maria Cavaco Silva
 

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