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Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa
10 de Junho
Quinta-feira
  • 10:15
    Cerimónia Militar
  • 12:00
    Sessão Solene comemorativa do Dia de Portugal
  • 13:30
    Almoço oferecido pelo Presidente da Câmara Municipal de Faro
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INTERVENÇÕES

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  • Discurso do Presidente da República na Câmara Municipal de Faro, por ocasião das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
    Faro, 9 de Junho de 2010

    Senhor Presidente da Câmara Municipal,
    Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
    Senhoras e Senhores,
    Farenses,

    Portugal reúne-se em Faro e a capital do Algarve, que completa quatrocentos e setenta anos como cidade, recebe-nos em festa.

    Por ter sido aqui, no ponto mais meridional do continente, que nos idos de 1249 findou a nossa reconquista e se definiu o território, Faro é um símbolo nacional de integridade e obra acabada. Eis uma óptima razão, entre muitas outras, tão óptimas como esta, para fazer desta cidade palco das comemorações de 2010 do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

    Gostaria de expressar aos Farenses, na pessoa do Senhor Presidente da Câmara, o meu reconhecimento pelo acolhimento que nos é dado, expressão da hospitalidade tão própria do anfitrião algarvio, deixando a todos uma palavra de profunda gratidão pela forma empenhada como colaboraram na preparação das comemorações deste 10 de Junho.

    Neste dia entrámos na Vila-a-Dentro e, em poucos metros, percorremos milénios de história.

    Na Porta do Arco da Vila, com a qual a cidade se embelezou no início do século XIX, contemplámos o Portal Árabe, com o seu arco em ferradura, antiquíssima entrada de quem chegava por mar.

    Percorremos de seguida a estreita e sinuosa Rua do Município, ladeando o antigo Aljube.

    Quando respirámos ar salgado soubemos que a Ria, de seu nome Formosa, se abria no oceano de águas transparentes do Algarve.

    Neste Largo da Sé, onde escavações arqueológicas têm desvendado o passado mais longínquo, em 15 de Novembro de 1910, quando batiam no relógio da torre as duas horas da tarde, inúmeros Farenses começaram a formar o cortejo que festejava a jovem República e celebrava o seu reconhecimento pelas nações mais poderosas do mundo. Movia-os o mesmo orgulho pátrio que hoje nos conduziu até Faro. Ouviram-se, nesse dia já tão distante, as notas fervorosas da “Portuguesa”.


    Senhoras e Senhores,
    Farenses,

    Em Faro, neste dia festivo, temos o dever de dar curso ao pensamento, promover a reflexão e pensar no Algarve de que Faro é capital.

    O que diferencia, marca e identifica o Algarve como parte de Portugal?

    Que combinação original de território e cultura medrou nestas terras?

    Podemos evocar a propósito palavras do poeta António Pereira:

    “Sou algarvio
    E a minha rua tem o mar ao fundo.”

    Esta relação umbilical do algarvio com o mar que mora ao fundo da sua rua é, de certa forma, a sua identidade.

    Uma identidade que se forjou no tempo com as mulheres e homens que vivem em comum e querem partilhar um destino.

    Como preservar uma identidade que, firmando a unidade de sentimentos, permita novas vias de afirmação regional?

    E, simultaneamente, como reforçar uma identidade de projecto, transformadora e com futuro?

    O caminho é o aprofundamento de uma relação singular entre a geografia e a história, entre a natureza e a cultura.

    Sobre o contributo das mulheres e dos homens de cultura, António Aleixo, o poeta popular por excelência, reflectia:

    Ser artista é ser alguém!
    Que bonito é ser artista...
    Ver as coisas mais além
    Do que alcança a nossa vista!

    Quantas vezes, na minha juventude, ouvi esta quadra e ela me fez pensar o que seria ver para além da vista.

    Reencontrar o antigo em Faro é fácil. Basta contemplar as pedras que o tempo preservou. Dar-lhes vida, contudo, é bem mais difícil.

    Tem de se ir além do que a vista alcança, visitar a história para encontrar o seu sentido simples e profundo.

    Julgo poder dizer que as pedras desta cidade são a prova de um modo de ser que, na sua essência, é um encontro de povos e de culturas.

    O Algarve é terra derradeira para quem vem de Norte e de Leste, e também o foi para aqueles que partiram a desvendar as rotas oceânicas.

    Eis Finisterra abraçando o mar, lugar onde desde sempre se encontraram, sucederam e entrelaçaram modos de ser e de viver.

    Ossónoba, palavra fenícia, foi o nome que identificou esta cidade no período romano. E foi ainda nesse período que se formou uma forte comunidade cristã que, depois, os povos germânicos respeitaram.

    Ainda mais notável, assinala-se o facto de no período árabe esta terra ter adoptado o nome de Santa Maria do Ocidente, esse mesmo Ocidente que dá nome ao Algarve.

    Algarve é pois palavra que emerge como símbolo dos contactos seculares que relacionam a Andaluzia, o Norte de África e o Mediterrâneo com este seu cais natural atlântico.

    A numerosa comunidade estrangeira que encontra aqui o seu lar adoptivo continua a história de encontro de culturas deste Algarve da beira-mar, do barrocal e da serra, que sempre foi um porto de abrigo e um ponto de encontro.

    O Algarve e o mar têm cumprido um destino comum.

    O caminho para uma identidade algarvia será sempre definido como a busca de um encontro e de um abrigo num abraço permanente com o mar.

    Felicito a Câmara Municipal de Faro pelo seu esforço para afirmar a cidade como a capital cosmopolita deste Algarve, centro de referência e atracção para os milhões de pessoas que anualmente o visitam, espaço de cultura e de conhecimento com visão de futuro.

    Agradeço-lhe, Senhor Presidente da Câmara, a sua empenhada e eficaz colaboração na organização deste Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

    Obrigado.

09.06.2010
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