Imagem de Luís Vaz de Camões
Uma página da Presidência da República Portuguesa
Exmo Senhor Presidente da Républica Toda a minha família adorou a sua visita a Viana do Castelo .Foi um dia inesquécivel . Pois o senhor é o..., Marcos --- Sua Excelência, Foi para mim um momento inesquecível, poder assistir às comemorações do 10 de Junho e poder testemunhar a alegria eterna do meu..., Manuel Bernardino Oliveira Terceiro --- Graças a Deus, pelo Presidente da República que temos. Parabéns pelo vosso discernimento de análise da situação que vivemos. Deus vos ajude. , José Luís Graça Bastos --- Exmo. Senhor Presidente da República, Prof. Doutor Aníbal Cavaco Silva Obrigado pelas palavras de estímulo para que não haja uma baixar de braços,..., Fernando Campos --- Exmo. Senhor Presidente da República, Professor Anibal Cavaco Silva. Foi com grande emoção e alegria que vi o dia 10 de junho. Saúdo sua..., Maria Rosa --- Caro Senhor Presidente, Sua carta endereçada a todos nós foi uma das coisas mais bonitas e marcantes que poderiam ter acontecido nesse dia tão..., Eduardo Domingues de Jesus --- Exmo. Senhor Presidente da República Dr Aníbal Cavaco Silva, Mais um ano, mais uma cerimónia do Dia de Portugal e das Comunidades. Desta vez, em..., Mário Jorge Duarte Relvas --- Saúdo Sua Excelência o Presidente Cavaco Silva neste dia de Portugal . O seu exemplo de vida pública, a sua obra feita de que todos nós..., Maria Santos --- A dia da raça é uma ideia da Primeira Républica, sem a conotação que posteriormente lhe foi atribuída. O discurso de Sua Excelência o Sr...., Pedro Luís Santos --- Sou Conselheiro do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira no Pará e Presidente do Centro Loriguense. Muito me honra participar da Solenidade em..., Jorge Lucas Fleury ---
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10 de Junho
Terça-feira
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INTERVENÇÕES
  • Intervenção do Presidente da República na Câmara Municipal de Viana do Castelo por ocasião das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
    Viana do Castelo, 9 de Junho de 2008

    Senhor Presidente da Câmara Municipal,
    Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
    Senhoras e Senhores,

    Comemoramos, em 2008, os 750 anos do Foral de Viana do Castelo, outorgado por D. Afonso III. Comemoramos os 160 anos da sua elevação a cidade, por decreto de D. Maria II. E ainda comemoramos os 130 anos da chegada do caminho-de-ferro a Viana do Castelo.

    Neste ano histórico para Viana do Castelo, julguei por bem que as celebrações do Dia de Portugal e das Comunidades tivessem lugar nesta bela cidade que desde a primeira hora é Portugal.

    Agradeço a todos os vianenses e, em particular, à Câmara Municipal, na pessoa do seu presidente, toda a colaboração prestada e todo o entusiasmo que colocaram nestas comemorações.

    Encontramo-nos nas margens do Lima, o curso de água que os soldados romanos encontraram no fim da sua demanda de conquista e confundiram com o lendário Rio do Esquecimento. Quem se atrevesse a passar para a outra margem, acreditavam, perderia a memória do seu passado, da sua família e da sua pátria. Nada pior lhes poderia acontecer.

    O seu general, Décio Júnio Bruto, teve de cruzar ele próprio o rio, vencendo o temor que decerto sentia, para demonstrar que esta não é terra de esquecimento, mas terra de memória viva.

    “Porque é instável a memória dos homens, encontrou-se o remédio da escrita para que os actos dos mortais se tornassem firmes e chegassem ao conhecimento dos vindouros.”

    Esta passagem notável do Foral de Viana do Castelo vinca, nas palavras de D. Afonso III, a importância da preservação da memória colectiva.

    No Minho da terra eternamente vestida de verde, entre a serra e o mar, núcleo da Terra Portugalense, guarda-se a memória da cultura castreja e de uma longa tradição de resistência que sempre serviu a nossa causa nos momentos difíceis.

    Nesta cidade virada ao sul, debruçada para o mundo que descobrimos, guarda-se também a memória de um Portugal que recusou confinar-se a um canto da península europeia e aceitou o desafio da distância e do desconhecido.

    Relembro a figura de Diogo Álvares, o vianense que, como tantos outros, daqui partiu, enfrentando, nas palavras de Camões

    “(...) as várias partes que os insanos
    Mares dividem, onde se apousentam
    Várias nações, que mandam vários Reis,
    Vários costumes seus e várias leis.”

    Vejo Diogo Álvares, que no Brasil foi mediador entre homens e culturas, como um exemplo do português do mundo, aquele português que aproximou globalmente os povos.

    No Minho das devoções e invocações, das romagens e romarias, das confrarias e irmandades, guarda-se ainda a memória de Frei Bartolomeu dos Mártires, humilde mas firme arauto da verdade perante os grandes, pertinaz defensor dos interesses pátrios.

    Em cumprimento de um dever nacional de reconhecimento para com este grande português, que escolheu Viana do Castelo para viver os últimos dias e que os vianenses quiseram que repousasse para sempre nestas terras, prestei hoje mesmo pública homenagem à figura singular de Frei Bartolomeu dos Mártires.

    O mundo em que vivemos premeia aqueles que aceitam um destino universal sem perderem as amarras da memória. Em Viana, guardiã da memória, vencedora do Rio do Esquecimento, encontramos fios que nos ligam no tempo, fios indestrutíveis como os cordões de ouro que a mãe minhota lega a sua filha numa cadeia que é um elo vivo entre gerações.

    Aqui defende-se a memória de Portugal com o mesmo vigor com que se preservam as recordações mais íntimas nessas jóias tão próprias da ourivesaria vianense: as memórias, peças que guardam carinhosamente no seu cofre uma recordação ou uma saudade.

    Eis, pois, Viana do Castelo, cidade aberta ao mar e ao mundo, acolhendo hospitaleiramente o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.

    “Havemos de ir a Viana,
    Ó meu amor de algum dia”

    Assim cantou Amália Rodrigues as palavras de Pedro Homem de Mello.

    Neste Dia de Portugal, Portugal veio a Viana.

    Renovámos a recordação do que somos e o desejo do que podemos ser. Vencemos de novo o Rio do Esquecimento.

    Mas a memória,

    “(...) é como o vento,
    Quem pára perde-lhe o jeito,
    E morre a todo o momento.”

    Havemos de voltar a Viana, algum dia. Em breve, certamente.

    Muito obrigado.

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