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Cerimónia de Homenagem aos Combatentes, por ocasião do 50º aniversário do início da Guerra em África
Cerimónia de Homenagem aos Combatentes, por ocasião do 50º aniversário do início da Guerra em África
Lisboa, 15 de março de 2011 ler mais: Cerimónia de Homenagem aos Combatentes, por ocasião do 50º aniversário do início da Guerra em África

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Discurso do Presidente da República nas Cerimónias de Comemoração do 171º aniversário da presença militar ininterrupta em Lamego e do 50º aniversário das Operações Especiais
Lamego, 6 de Setembro de 2010

Senhor Ministro da Defesa Nacional,
Senhor Presidente da Câmara de Lamego,
Senhor Chefe do Estado-Maior do Exército,
Excelência Reverendíssima, Bispo de Lamego,
Senhor Comandante do Centro de Tropas de Operações Especiais,
Senhoras e Senhores,
Militares,

É sempre com particular satisfação que visito Lamego, esta histórica, nobre e linda cidade das Beiras. Saúdo calorosamente a população do concelho.

Quando, à chegada, vislumbro o Castelo, no cimo do monte mais alto da cidade, velando ainda pelas suas terras e pelos seus habitantes, penso em Lamego também como um esteio da nossa nacionalidade, no carácter e na alma fortes do seu povo e no heroísmo resistente e humilde dos seus militares.

Neste período das Festas, Lamego engalanada torna-se especialmente acolhedora, com a hospitalidade das suas gentes a ter paralelo apenas na beleza que os olhos podem contemplar e na riqueza das manifestações da sua cultura tradicional, que tão bem a caracterizam e identificam.

Lamego é uma cidade exemplar na forma como recebe e se relaciona com os militares e tem hoje mais um motivo de festa, com as comemorações dos 171 anos de presença militar ininterrupta e do 50º aniversário das unidades de Operações Especiais aqui localizadas.

O Regimento de Infantaria 9, em Lamego desde 6 de Setembro de 1839, foi a primeira unidade do Exército aquartelada nesta cidade. O seu comportamento heróico na I Guerra Mundial, nomeadamente em Neuve Chapelle, em Março de 1918, valeu-lhe o lugar de honra na sua Brigada: a prerrogativa de formar à direita de todos os batalhões.

Participou em várias campanhas na defesa da Pátria, aquém e além-mar. Na década de 60 do século passado, com a evolução da arte da guerra e do contexto estratégico internacional, tornou-se necessário criar uma unidade militar do Exército que dominasse com mestria as novas capacidades exigidas no âmbito das operações especiais e, particularmente, no da contra-subversão.

Surge assim, em 1960, o Centro de Instrução de Operações Especiais, com a divisa «QUE OS MUITOS, POR SER POUCOS, NAM TEMAMOS».

A aposta na qualidade e na excelência dos recursos humanos começou cedo, com alguns militares fundadores das Operações Especiais a visitar a Argélia, onde a França combatia então a insurreição, de onde retiram lições fundamentais para a elaboração dos manuais de contra-subversão do Exército, apreendendo conceitos ainda hoje válidos para aquele tipo de combate, tão presente nos teatros de operações actuais.

Durante 15 anos, saíram de Lamego quadros e subunidades combatentes - Caçadores Especiais e Comandos - que, em África, nos teatros de operações de Angola, Moçambique e Guiné, deram provas inequívocas de heroísmo e demonstraram possuir elevada noção do dever, em toda a sua intensa actividade operacional.

O Centro de Instrução de Operações Especiais, actual Centro de Tropas de Operações Especiais, participou activamente nas operações que, em 25 de Abril de 1974, conduziram à restauração da democracia em Portugal. No passado recente, a actividade desta Unidade continuou a ser notória, com o seu empenhamento em operações de evacuação de cidadãos nacionais e de apoio à paz.

Intensa formação e treino, ministrados por quadros competentes e com grande motivação, permitiram criar e manter um corpo de tropas de elite altamente especializado e de elevadíssima prontidão, que constitui um instrumento de grande valia ao dispor da defesa nacional e da política externa portuguesa, com provas sobejamente dadas em combate e em teatros de operações de elevado risco.

Na Guiné, no Senegal, em Cabo Verde, na República do Congo, em São Tomé, na Bósnia-Herzegovina, no Kosovo e em Timor-Leste, entre outros locais, esta Unidade tem estado sempre presente onde quer que Portugal dela precise.

Os elementos das operações especiais fazem jus à sua divisa, não temendo o inimigo pelo seu número, nem as múltiplas missões que lhes são cometidas, pela sua exigência ou complexidade. Este pequeno grupo de militares cumpre o seu dever com coragem, determinação e patriotismo, pois sabe que está na vanguarda da defesa de Portugal e dos Portugueses.

É, assim, de inteira justiça o público reconhecimento que lhes irei prestar nesta cerimónia, ao conceder ao Centro de Tropas de Operações Especiais o título de Membro Honorário da Ordem Militar de Avis e ao impor o respectivo distintivo no Estandarte Nacional à sua guarda.

Sendo o valor e o profissionalismo das Forças Armadas largamente reconhecidos pelos Portugueses, Lamego é, um dos melhores exemplos de grande afinidade da Instituição Castrense com a população e com as autoridades locais.

O apoio, o respeito e o carinho que os militares sempre sentiram por parte das gentes de Lamego tem sido, certamente, um factor de motivação para o exercício da sua missão em defesa da coesão e segurança nacionais.

Aqui, percebem-se as Forças Armadas como aquilo que na realidade são: não um corpo estranho à sociedade, mas antes parte integrante do povo de que emanam. São os nossos familiares e amigos que se dispuseram dar o seu esforço e a própria vida para que possamos todos cumprir Portugal.

Uma palavra final de louvor aos militares do Centro de Tropas de Operações Especiais que, à semelhança dos seus antepassados do “Nove”, têm deixado pelos caminhos da História um rasto de valor e bravura, mas também de uma profunda humanidade, em todas as campanhas onde têm participado.

Encorajo os presentes, civis e militares, para que continuem a trabalhar em conjunto. Apelo aos portugueses para que ponham de lado as divisões, pois é de coesão e união de esforços que Portugal necessita para fazer face às dificuldades que enfrenta. Juntos somos melhores, juntos somos mais fortes, juntos venceremos os obstáculos que se nos deparam, como sempre o fizemos ao longo da nossa História.

Bem hajam.

© 2007-2016 Presidência da República Portuguesa

Acedeu ao sítio de arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.