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Imposição das insígnias de Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique no estandarte do Instituto dos Pupilos do Exército
Imposição das insígnias de Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique no estandarte do Instituto dos Pupilos do Exército
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Mensagem do Presidente da República para as Cerimónias Evocativas do Centenário da Primeira Grande Guerra
Lisboa, 18 de outubro de 2014

Portugueses,

Prestamos hoje, por todo o País, uma justa e sentida homenagem aos mortos da Primeira Grande Guerra. Cumprimos o compromisso de Honra de manter viva a memória do seu exemplo de dedicação à Pátria.

Fazemo-lo frente aos monumentos evocativos da Guerra, memoriais que testemunham o esforço e o sacrifício de milhares de portugueses que se dispuseram a dar a vida por Portugal, nos campos de batalha da Flandres, de Angola e de Moçambique, sem esquecer os que pereceram no flagelo do cativeiro, num quadro de extrema miséria e completo esquecimento.

A Grande Guerra marcou decisivamente o percurso da história contemporânea europeia e mundial. Foi uma rutura de dimensões múltiplas, que determinou o fim dos grandes Impérios, redesenhou o mapa político da Europa e alterou as relações de poder entre os Estados.

Foi o termo de um longo período de paz e da ilusão de que a interdependência económica e financeira das potências tornaria improvável qualquer ato de agressão.

Os primeiros sinais de conflito foram ignorados. A eclosão da Guerra acabou por surpreender pela brutalidade e extensão.

O início do conflito ocorreu num período de forte instabilidade em Portugal, com uma profunda crise política e económica que levara a descurar, de forma comprometedora, a capacidade militar do País.

Esta realidade não impediu que se assumissem compromissos sem que estivessem reunidas as condições necessárias à preparação e ao apoio das Forças Militares, decisão que se veio a revelar dramática para o País e para milhares de Portugueses.

Da História da Guerra fica o exemplo extraordinário da coragem e do amor à Pátria do Soldado Português. Fica o testemunho sublime de uma vontade inquebrantável, de uma capacidade de sofrimento e de um espírito de sacrifício sem limites de um punhado de portugueses que honraram Portugal nos campos de batalha de África e da Flandres.

Para sempre ficaram, também, as histórias e proezas vividas por homens simples. Os laços de camaradagem forjados na dureza da campanha, as amizades e as cumplicidades na partilha das horas amargas e dos momentos fugazes de alegria, a recordação dos que tombaram a seu lado no cumprimento do dever, das famílias que compartilharam no silêncio a dor da perda, dos lares feridos pelos vazios jamais preenchidos e pelos projetos nunca concretizados.

Serviram Portugal com total desprendimento e a humildade dos grandes.

O seu esforço não foi em vão.

É vital que olhemos e aprendamos com o passado, nunca deixando de valorizar a Paz e a Liberdade e nunca subestimando o esforço daqueles que as conquistaram e as mantêm.

Portugueses,

As armas deste cruel conflito calaram-se há muito tempo, assim como as vozes dos soldados caídos que encontraram o fim do sofrimento no descanso final. Ficou o seu exemplo e o legado que deixaram para as gerações futuras.

Mas também ficou a dura lição da incapacidade do País para assumir tão exigente compromisso, de que resultou a impreparação e o abandono dos nossos militares, com trágicas consequências e custos humanos elevados.

A memória da Grande Guerra deve constituir-se num tributo ao sacrifício, ao valor e ao carácter do Soldado Português.

Nas palavras da última mensagem de um jovem Tenente aos seus Soldados, recordando os companheiros que os deixaram:

“Todos poderão esquecê-los menos nós (...) temos de nos curvar ao respeito que infundem os que ficaram nessa cruzada do novo século. Que descansem – os heróis mortos”.

Portugal não os esquecerá.

© 2007-2016 Presidência da República Portuguesa

Acedeu ao sítio de arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.