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Apresentação do livro 'As Primeiras-Damas - As Mulheres dos Presidentes da República em Democracia'
Apresentação do livro 'As Primeiras-Damas - As Mulheres dos Presidentes da República em Democracia'
Palácio de Belém, 12 de Abril de 2011 ler mais: Apresentação do livro 'As Primeiras-Damas - As Mulheres dos Presidentes da República em Democracia'

INTERVENÇÕES

Intervenções da Dra Maria Cavaco Silva

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Abertura da Campanha do Pirilampo Mágico (4)
Abertura da Campanha do Pirilampo Mágico (8)
Abertura da Campanha do Pirilampo Mágico (3)

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INTERVENÇÕES

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Discurso da Drª Maria Cavaco Silva na Sessão de Abertura da celebração dos 20 anos da Campanha Pirilampo Mágico
Câmara Municipal de Lisboa, 3 de Maio de 2006

Senhora Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Sr. Presidente da RTP
Sr. Presidente da FENACERCI
Minhas Senhoras e meus Senhores

Não é fácil disfarçar, nem o queremos fazer, o que todos sentimos com estes vinte anos do Pirilampo Mágico.

Bem mais difícil será expressar em poucas palavras o que representam esses 20 anos para os milhares de crianças e famílias que durante esse período puderam beneficiar da luz que a magia do Pirilampo desperta.

É a magia das coisas simples, de todos os pequenos momentos que, multiplicados até onde a vontade e o amor nos conseguem levar, transformam um ponto de luz perdido na noite num imenso e quente dia de sol que aquece e ilumina a vida destas crianças.

É a magia da vontade daqueles que, por sua livre iniciativa, tomaram nas suas mãos a responsabilidade de inventar um futuro melhor para as crianças com deficiência mental e multideficientes. Poderíamos pensar que seria o resultado natural da responsabilidade dos pais e das instituições públicas. Mas todos sabemos que os pais destas crianças, as instituições que se dedicam à sua protecção, os técnicos que dia a dia tentam encontrar novas soluções, os amigos que partilham este desafio, vão felizmente muito, muito além dessa responsabilidade natural.

Difícil hoje será imaginar o que seria o bem-estar destas crianças se o seu futuro se limitasse à concretização da responsabilidade natural. É nessa diferença que está a magia da vontade, do querer, do acreditar que é possível iluminar a noite a partir do contributo de todos.

Nesta magia não há lugar para a palavra resignação nem para o conformismo que, por vezes, uma suposta força do destino nos quer impor.

É a magia da dádiva, do reconhecimento, do limitado e por vezes humilde contributo do cidadão anónimo que se habituou a respeitar e a admirar o trabalho excepcional que tem vindo a ser desenvolvido por instituições como aquelas que estão federadas na FENACERCI.

São muitos anos de acreditar e ousar ir mais longe por uma causa que é responsabilidade de todos.

Partindo de uma base sólida que é a educação especial, as instituições associadas na FENACERCI têm vindo a responder progressivamente ao que poderemos designar por visão integrada, e tanto quanto possível coerente, dos problemas da deficiência mental e da multideficiência.

Desde a intervenção precoce ao emprego protegido, passando pelas actividades ocupacionais, de cultura e de lazer, pela formação profissional e pelo apoio domiciliário, estas organizações perceberam há muito que estes problemas têm de ser abordados de uma forma sistémica, com respostas especializadas que não se compadecem com voluntarismos – por mais inclusivos que sejam – e que exigem competência para ganhar o desafio fundamental destas crianças: capacitá-las para poderem aproveitar ao máximo as oportunidades que a vida lhes dá.

Para isso são necessários meios materiais e humanos que não podem ser eternamente regateados. Há uma obrigação moral de todos em poder contribuir para que esses recursos não se transformem num défice permanente.

Por isso é tão importante que, pelo menos uma vez por ano, possamos tomar consciência de que todos teremos de contribuir para que esse défice seja cada vez menor. Porque ele não é só das crianças e das instituições que as defendem. É de todos nós, da nossa sociedade, do nosso país, do nosso futuro colectivo.

São mágicas as sucessivas Campanhas do Pirilampo, porque nos dão uma dimensão da solidariedade que não se limita a pedir, a exigir ou a reivindicar. É uma atitude que não se esconde na estrita defesa dos direitos e que revela em todas as suas dimensões o exemplo de quem sente que deve fazer e não o faz a rogo de quem quer que seja.

O Pirilampo Mágico representa para mim um pouco mais. Algo que está no limiar do sonho e a que não desisto de apelar: ver o cidadão comum mais perto destas crianças, dedicar mais atenção aos seus problemas, interessar-se mais pelas dificuldades, mas também pelas alegrias, por que passam estas instituições de solidariedade social.

Trata-se de passar da contribuição para a partilha, do despertar momentâneo para a participação empenhada em fazer desta causa uma razão adicional para se ser mais feliz.

Tenho a certeza de que a Magia do Pirilampo é suficientemente forte para, a pouco e pouco, podermos transformar esse sonho numa realidade de que nos vamos orgulhar.

Um bem-haja a todos quantos contribuírem para realizar este sonho.

Vão ver como se sentem bem!

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