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10º aniversário da Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras – Raríssimas
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Lisboa, 28 de Setembro de 2012 ler mais: 10º aniversário da Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras – Raríssimas

INTERVENÇÕES

Intervenções da Dra Maria Cavaco Silva

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Cerimónia de abertura do Congresso Multidisciplinar de Dor (9)

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INTERVENÇÕES

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Intervenção da Dra. Maria Cavaco Silva na Cerimónia de Abertura do Congresso Multidisciplinar de Dor
Porto, 14 de Junho de 2007

É bom que estejamos aqui reunidos hoje para, pela segunda vez, distribuirmos os prémios do Concurso “A Dor na Criança”.

É claro que todos gostaríamos que estes prémios não existissem e eu tenho esperança que os progressos científicos, tão grandes nos últimos tempos, tornem esse sonho realidade: um mundo sem dor.

Talvez seja apenas uma utopia. Talvez nem seja desejável porque, como sabemos, a dor aguda é um alerta, um meio auxiliar de diagnóstico, o primeiro sintoma de que qualquer coisa está errada connosco e é preciso descobrir essa qualquer coisa.

Mas depois de feito o diagnóstico, de cumprir essa tarefa, todos sabemos hoje que a dor já não nos traz nenhuma vantagem.

E é, portanto, necessário reduzi-la a um patamar em que não venha colidir com a qualidade de vida.

Este fim de semana li algumas considerações do Presidente da APED, Prof. José Castro Lopes, a propósito do Dia Nacional de Luta Contra a Dor que celebramos hoje, e fiquei cheia de esperança com as afirmações optimistas de alguém que sabe bem do que fala.

Dizia o Prof. Castro Lopes, e cito apenas a ideia, que com os meios de que dispomos actualmente é possível na maioria dos casos reduzir a intensidade da dor para níveis compatíveis com uma boa qualidade de vida. E quero insistir no adjectivo boa. Isto parece–me importante.

Mas sabemos que ainda há dores que martirizam continuamente e que têm a capacidade de roubar a alegria de viver.

E como podemos nós imaginar crianças sem alegria de viver?


Essa dor indizível de vermos os nossos pequenos a sofrerem sem lhes podermos valer, essa dor, eu quero muito que acabe e acredito que vai acabar.


Hoje distribuímos também um prémio para os que dedicam a sua vida a estudar meios para matar a dor.

Já avançámos muito, mas ainda temos muito caminho a percorrer.

Enquanto não chegarmos lá, lembrou-se a APED de instituir estes prémios que põem as meninas e os meninos afligidos por esta praga que não se vê, mas mói de mansinho às vezes e muito, muito forte outras, a tentarem explicar-nos com cores e traços o que lhes passou pela cabeça e pela alma quando se sentiram mais ameaçados por esse bicho tão mau que não tem vergonha de fazer mal até aos mais pequeninos.

Ninguém lhe deve ter ensinado, a esse bicho, que os pequeninos precisam de paz, de alegria e brincadeiras para se tornarem grandes.

E eles puseram mãos à obra, enfrentaram com muita coragem essa coisa feia que lhes tinha dado momentos maus, e aqui temos hoje o resultado, na exposição que acabámos de visitar.

Que grande lição estas crianças, a quem a vida não poupou ao sofrimento, nos dão a nós, adultos!

Depois de lhes termos dado estes merecidos prémios, de lhes termos agradecido a sua arte e a sua capacidade de superar o mal com a esperança, todos vamos daqui mais ricos, mais fortes e talvez um bocadinho menos piegas, perdoem-me a expressão.

E por esta lição, minhas queridas meninas, meus queridos meninos, vocês merecem todos os prémios do mundo, e não só os da APED.

E nós, os grandes, só temos que vos agradecer!

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