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10º aniversário da Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras – Raríssimas
10º aniversário da Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras – Raríssimas
Lisboa, 28 de Setembro de 2012 ler mais: 10º aniversário da Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras – Raríssimas

INTERVENÇÕES

Intervenções da Dra Maria Cavaco Silva

INTERVENÇÕES

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Intervenção da Dra. Maria Cavaco Silva na Cerimónia de Inauguração do Centro de Acolhimento Temporário para Crianças Refugiadas
Lisboa, Quinta do Pombeiro, Parque da Belavista, 15 de Maio de 2012

Encontrámo-nos no dia 5 de Novembro de 2009 para o lançamento de mais um projecto de solidariedade da Swatch.

Encontrámo-nos no dia 22 de Novembro de 2010 para o lançamento da primeira pedra nesta casa onde já havia tantas pedras, mas à solta.

Como não há duas sem três cá estamos de novo, no dia 15 de Maio de 2012, a abrir as portas da Casa Caçula.

Não há duas sem três mas às três é de vez… e não foi fácil!

Perante a realidade assustadora dos milhões de refugiados no mundo e sabendo nós que a nossa era civilizadíssima e tecnicamente tão avançada provoca situações em que essa realidade confrangedora está sempre a avançar, temos obrigação de, na medida do nosso possível, fazer alguma coisa contra ela.

Portugal sempre foi um país aberto ao mundo, à tolerância, à diferença. Com altos e baixos, claro, mas sempre com desejos de encontrar o outro, de receber o outro.

Basta dizer-se que o símbolo da nossa identidade é Luiz de Camões, um Poeta aventureiro das sete partidas do mundo.

Queremos continuar a ser uma porta aberta, para sair e para entrar.

E nesta época de globalização as fronteiras fazem cada vez menos sentido.

Infelizmente, ainda se morre e se mata por fronteiras, por credos, por raças.

E no meio disso as crianças tornam-se as mais vulneráveis a serem apanhadas nestas teias do mal que as enredam e as deixam perdidas num mundo onde lhes mataram os familiares e os deixaram sem pátria e sem casa.

A Caçula é uma gota de água no oceano difícil dos refugiados.

Mas, se pararmos por acharmos pouco, nunca fazemos nada e é sempre melhor fazer alguma coisa. Creio que aqui estamos todos de acordo.

Se o mundo hoje é muito grande e temos mais noção das suas injustiças através da velocidade com que viajam as notícias, também sabemos que nele há milhões de pessoas que, de variadíssimas formas, trabalham voluntariamente para tentarem torná-lo um lugar mais habitável.

É desses que se empenham e lutam que nós queremos fazer parte e não dos que à beira do caminho dizem que não vale a pena porque nunca vamos chegar a todo o lado.

A casa Caçula que hoje abrimos a crianças e jovens é uma areiazinha a brilhar contra o abandono.

Resta-nos agradecer a todos os que tornaram possível este porto de abrigo.

Tempus Swatch
Sic/Esperança
BPI
Fundação Luís Figo
J C Decaux

Sem a vossa generosidade e perseverança não estaríamos aqui hoje a entregar mais uma casa a quem dela tanto precisa.

Que o êxito de mais esta empreitada nos dê ânimo para continuarmos.

Para terminar, desejo que estas paredes deem a quem aqui vier procurar refúgio, algum conforto e força para enfrentar as aflições da vida.

 


Maria Cavaco Silva
 

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