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Inauguração do Centro de Acolhimento Temporário para Crianças Refugiadas, Casa Caçula
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Lisboa, 15 de Maio de 2012 ler mais: Inauguração do Centro de Acolhimento Temporário para Crianças Refugiadas, Casa Caçula

INTERVENÇÕES

Intervenções da Dra Maria Cavaco Silva

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Apresentação da Campanha do Pirilampo Mágico 2007 (5)
Apresentação da Campanha do Pirilampo Mágico 2007 (7)

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INTERVENÇÕES

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Intervenção da Drª Maria Cavaco Silva na sessão de abertura da Campanha Pirilampo Mágico 2007
Auditório do Pavilhão do Conhecimento, Parque das Nações, 3 de Maio de 2007

Muito boa tarde a todos.

Não vou nomear especialmente ninguém, mas dirigir-me a todos como amigos. A amizade é, afinal, estarmos todos envolvidos num projecto. É isso que acontece aqui e felizmente acontece já há 21 anos.

Há pouco tempo, as meninas e os meninos de uma escola de Leiria mandaram-me uma colecção de 37 postais muito bonitos, com poemas escolhidos por eles e pelos professores, escolha essa integrada no Ler + do Plano Nacional de Leitura.

Gostei muito da ideia e gostei muito da escolha. Um dos poemas, de Sidónio Muralha, começava assim:
Eu vejo do meu quarto de dormir
Uma estrelinha
Miudinha
A luzir…

Como já andava no ar um certo cheiro a Primavera, embora ela nos tenha pregado muitas partidas este ano, pensei logo no Pirilampo Mágico, que costuma luzir um pouco mais nesta época do ano.

E realmente não tardou muito que fosse convocada para a festa anual desse bichinho mágico que, como disse o ano passado, faz estrelinhas na noite muito escura.

Atenção, estou a dizer que o Pirilampo Mágico costuma ter mais luz na época da Campanha.

Mas quero, queremos todos com certeza, que a magia deste projecto nos acompanhe todo o ano.

Pede-se um pouco mais de generosidade uma vez por ano.

Mas como comunidade solidária que queremos ser, que temos a obrigação moral de ser, sabemos que a nossa atenção não pode estar desperta apenas durante uma campanha. Só pode estar mais desperta durante uma campanha.

Esta realidade é permanente.

Alguns de nós, os que não foram atingidos directamente, ou indirectamente através de familiares e amigos, pela diferença, podemos de vez em quando descansar.

“Já há FENACERCI há 22 anos – pensamos, com um certo apaziguamento – funciona tão bem. Há tantas almas de boa vontade a lutar de forma empenhada e permanente contra a indiferença que atinge a diferença.

Deixem-me pôr um pouco de lado essa realidade que me magoa tanto. Assim como assim, eu não posso fazer nada. Ou não posso fazer grande coisa!”

Aqui está o nosso engano. Tenho encontrado ao longo deste ano exemplos de como tantos, que talvez pensassem que não eram capazes de fazer nada, foram afinal capazes de fazer tudo.

Presto aqui a minha humilde homenagem às mulheres e homens que fui encontrando e que de uma adversidade conseguiram fazer uma oportunidade, para os que amam mas também para si próprios.

Estamos a celebrar o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para todos.

Temos muitos anos de, muitos dias de.

Que não fiquem apenas no papel e nas intenções.

Que sejam verdadeiramente aproveitados não só para alertar, mas para pôr em prática planos concretos.

A Campanha do Pirilampo Mágico deste ano, integrando essa ideia, resume de uma maneira feliz os seus objectivos com o lema.

Não à Indiferença, faça a Diferença.

Vamos integrar, vamos trazer para junto de nós os diferentes, para que todos possamos ficar mais iguais.

Se alguma coisa aprendi neste ano de contacto rico e afectivo com os diferentes, e os muitos que trabalham com eles, foi isto: a sociedade, ao ignorar ou marginalizar as pessoas com deficiência, está a perder-se, mas também a perder muitas oportunidades.

Se a sociedade se empenhar em quebrar as barreiras, não tenho dúvidas que vamos ter surpresas muito agradáveis.

Na 4ª Jornada do Roteiro para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, a ideia que se quis fazer passar – desejo tanto que tenha passado – foi esta: a sociedade faz e pode fazer muito pelas pessoas com deficiência, mas as pessoas com deficiência podem fazer tanto pela sociedade, se lhes derem uma oportunidade.

Isto é verdade. Eu vi isto acontecer no meu país.

Vi, no meu país, pessoas diferentes fazerem coisas iguais em fábricas que exigiam rigor.

Vi, no meu país, pessoas diferentes cantarem e tocarem vários instrumentos.

Vi, no meu país, pessoas diferentes trabalharem com arte a cerâmica, o “papier mâché”, as tintas, as aguarelas.

Vi, no meu país, pessoas diferentes fazerem teatro.

Vi, no meu país, pessoas diferentes darem recitais de piano.

Vi, no meu país, pessoas diferentes competirem em provas desportivas exigentes.

Por favor acreditem.

Vamos todos fazer a diferença!

Vão ver que vale tanto a pena!

E, como disse já o ano passado, vão ver que não custa nada.

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