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10º aniversário da Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras – Raríssimas
10º aniversário da Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras – Raríssimas
Lisboa, 28 de Setembro de 2012 ler mais: 10º aniversário da Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras – Raríssimas

INTERVENÇÕES

Intervenções da Dra Maria Cavaco Silva

INTERVENÇÕES

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Intervenção proferida pela Drª Maria Cavaco Silva no Fórum – Voluntariado: Promotor de Desenvolvimento
Centro Ismaili de Lisboa, 22 de Novembro de 2008

Senhora Presidente do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado
Senhor Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa
Senhoras e Senhores representantes das organizações de voluntários
Caros amigas e amigos

É com muito gosto que estou hoje aqui convosco, porque o tema do voluntariado, como já devem ter notado, me é particularmente caro.

Desde o início do mandato que o meu marido tem dado especial relevo ao papel do voluntariado no desenvolvimento de uma nova cultura de solidariedade.

A proposta que fez aos Portugueses de um “compromisso cívico” no combate à pobreza, às desigualdades e à exclusão social assenta na convicção de que os cidadãos têm uma forte responsabilidade para com aqueles que se viram, por razões várias, privados dos seus direitos cívicos e sociais, da sua autonomia pessoal ou da capacidade de poderem responder de forma eficaz à doença, à deficiência, à debilidade física ou intelectual, ao infortúnio ou às necessidades mais básicas de sobrevivência.

Sabemos que uma sociedade marcada por fortes desigualdades sociais e pela banalização das situações de pobreza dificilmente poderá enfrentar os desafios do presente e muito menos os do futuro.

Sinto que, mais grave do que essas desigualdades, é a incompreensão que muitos continuam a atribuir a essas situações.

Esconder a realidade ou baixar os braços não nos alivia nem a consciência, nem a responsabilidade.

Há mesmo uma forma muito sofisticada de ignorar essas situações que se traduz em remeter apenas para o Estado a responsabilidade de encontrar uma solução, um recurso ou mesmo proporcionar uma oportunidade.

Esta é uma forma de solidariedade que pode apaziguar as nossas inquietações, mas não nos dignifica como pessoas, seres humanos, cidadãos empenhados que queremos ser.

Por esta e muitas outras razões o voluntariado representa, acima de tudo, uma expressão de dignidade e de civilização. E por estas mesmas razões importa prestar homenagem e reconhecimento aos milhares de portugueses que entendem contribuir das mais variadas formas para esse combate.

Infelizmente, Portugal ainda não tem o nível de participação cívica e de voluntariado que eu desejaria ver no meu país. Ainda vogamos um pouco entre o assistencialismo privado tradicional e o proteccionismo público e estatal.

Mas tenho esperança que o papel responsável do cidadão solidário venha a ser uma peça muito importante da nossa existência colectiva.

Porque felizmente já são muitos milhares os Portugueses que diariamente assumem responsabilidade solidária através da participação em organizações de voluntários.

Não fora a actividade inestimável desses cidadãos e seria difícil imaginar em que situação viveriam muitos milhares de portugueses marcados pela pobreza e pela exclusão, pela doença ou pelo infortúnio, pela incapacidade de superar as dificuldades ou de recuperar a dignidade tantas vezes perdida por caminhos sem regresso.

A minha presença aqui a assistir às conclusões deste congresso é apenas uma homenagem e o reconhecimento da importância que atribuo ao trabalho de todos esses voluntários que são os fiéis depositários de um valor inestimável de qualquer organização social: solidariedade.

Admiro o vosso trabalho, a vossa entrega, a vossa tenacidade.

Sei que o vosso exemplo representa um contributo muito grande para que o movimento português do voluntariado ganhe a expressão que os problemas sociais exigem.

Por isso sei também que podemos contar convosco.

A todos um muito obrigada.

Maria Cavaco Silva
 

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