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Encontro com Mães Adotivas
Encontro com Mães Adotivas
Palácio de Belém, 9 de maio de 2012 ler mais: Encontro com Mães Adotivas

INTERVENÇÕES

Intervenções da Dra Maria Cavaco Silva

INTERVENÇÕES

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Discurso da Drª Maria Cavaco Silva no Jantar Anual de Solidariedade da Liga dos Amigos das Crianças do Hospital D. Maria Pia
Casino da Póvoa, 19 de Maio de 2006
Senhora D. Maria Clara Gomes

Minhas Senhoras e Meus Senhores

A minha presença aqui mostra que as crianças são a minha preocupação maior e uma das causas que elegi como mulher do Presidente da República.

Elas são o futuro e é nossa obrigação dar-lhes o presente.

Infelizmente, também as crianças adoecem. Quando ficam doentes precisam ainda mais de cuidados, de carinho e de atenção. Precisam de Amigos. E os hospitais também precisam de quem os ajude, de verdadeiros Amigos.

Um hospital com a qualidade e tradição do Hospital D. Maria Pia tem responsabilidades a que não pode responder sozinho.

Mas felizmente tem uma Liga de Amigos.

Como os Amigos são para as ocasiões, assim que recebi o convite, aceitei-o com naturalidade, porque me considero também uma amiga do Hospital D. Maria Pia.

Portanto, aqui me têm hoje como mais uma amiga que também quer ajudar.

O D. Maria Pia, quase bicentenário, é uma instituição de referência, com uma longa história de sucessos e com profissionais distintos, a quem deixo aqui uma palavra de reconhecimento.

A Liga de Amigos une personalidades muito distintas da nossa sociedade, muitas das quais estão aqui presentes, e tem um corpo de voluntários a quem também quero fazer uma referência especial.

A actividade da Liga fornece meios e equipamentos, apoia as famílias que mais precisam e promove mais conforto nos espaços do hospital.

O vosso exemplo de mobilização da sociedade deve ser acompanhado e apoiado por todos os que se interessam pela construção de uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais solidária.

As situações de crise, a insegurança e o desamor reflectem-se sempre nos elos mais fracos e vulneráveis: as crianças.

Os hospitais são, muitas vezes, lugares de solidão, de ansiedade e sempre de puro medo para uma criança pequena.

Graças a ajudas como as vossas, os nossos hospitais pediátricos têm-se tornado em espaços mais acolhedores e alegres, o que não deve ser tarefa fácil num Hospital que recebe anualmente mais de cinco mil crianças e onde se efectuam cerca de oitenta mil consultas, como é o caso do D. Maria Pia.

Tudo o que a Liga tem feito pelas famílias mais carenciadas é muito importante. O mundo é sempre um lugar assustador para quem nele está a crescer. Talvez hoje o seja ainda um pouco mais pelos sinais inquietantes de violência exercida sobre os mais desprotegidos.

Também no apoio emocional e psicológico, as associações e organizações não governamentais podem, com o devido enquadramento, prestar uma colaboração inestimável.

Apoiar as crianças e adolescentes, as suas famílias e acompanhantes, é contribuir para o bem-estar de toda a comunidade.

Muitos dos que aqui estão esta noite sabem, por experiência própria, como a alma nos dói quando um dos nossos mais pequenos adoece. Sentimo-nos perdidos e nesses momentos o hospital pediátrico é o nosso socorro, a nossa segurança, o nosso porto de abrigo.

Como adultos, temos grandes responsabilidades para com os mais novos. Temos de os proteger, temos de lhes dar bons exemplos.

A educação que devemos dar-lhes não se esgota nas letras ou nos números. A escola, a família, todos temos a obrigação de modificar e melhorar o nosso comportamento para que não os coloquemos em perigo, nem os levemos a colocarem-se em perigo.

Sabemos que estar vivo é correr riscos. Mas o pai ou a mãe que conduzem um carro de forma inutilmente arriscada fazem perigar a saúde de quem transportam, a vida própria e a de outros e geram, através de um mau exemplo, futuros infractores.

Poderia citar outros exemplos, como o consumo excessivo de álcool ou o tabaco.

Pelo contrário, é bom que chamemos a atenção para a importância positiva da ocupação dos tempos livres, da companhia dos pais, do tempo passado com os avós e de tantos outros pequenos prazeres da vida que estão na origem de um crescimento saudável das crianças de hoje e dos adultos de amanhã.

Aquilo que uma criança possa aprender para melhorar a sua saúde vai fazer dela um adulto que no futuro também vai saber cuidar dos seus filhos. Esta é uma obrigação de cidadania. É criar uma cadeia de amor entre gerações. É semear para colher.

Ao reunirmo-nos aqui, estamos a dar prova da nossa vontade de ajudar as crianças do Hospital D. Maria Pia.

A doença dos mais novos toca-nos fundo e toca-nos a todos, pois nenhuma família está livre de poder precisar dos cuidados de um hospital ou serviço pediátrico. E quando a criança que amamos adoece, perdemos a alegria e o sono.

“Deito-me e durmo com uma tranquilidade enorme”, dizia a Senhora Presidente da Liga numa entrevista ao Jornal de Notícias em Dezembro do ano passado.

Com certeza que dorme. A obra da Liga, o seu trabalho diário no Hospital que há tanto tempo ajuda, dão-lhe motivos para dormir com tranquilidade, e dão-lhe a paz de alma do dever cumprido, que a sabedoria popular define no “dormir de consciência tranquila”, ou “dormir como um justo”.

Com a nossa presença aqui esta noite e a nossa generosidade, vamos conseguir os meios para darmos noites de sonos tranquilos e sonhos cor de rosa a muitas mais crianças.

Bem hajam pela vossa solidariedade!

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