17.01.2007
16.01.2007
15.01.2007
Alexandre Coutinho / Janelanaweb
BIOCON - from a suburban garage to the first Asian bio company
Jorge Nascimento Rodrigues
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16.01.2007
16.01.2007
Chief-Minister of Maharashtra,
Senhor Ministro da Economia e Inovação de Portugal,
Senhor Presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Bombaim,
Senhor Presidente do Comité Empresarial Indo-Português,
Senhores Empresários,
Senhoras e Senhores,
Gostaria de começar por felicitar a Câmara de Comércio e Indústria de Mumbai pela excelente iniciativa que é a organização deste Seminário Económico, em colaboração com as agências portuguesas de comércio externo e de investimento.
A história da Câmara de Comércio e Indústria de Bombaim, que já celebrou 170 anos de existência, está intimamente ligada à história do desenvolvimento da cidade e à modernização das estruturas de funcionamento da região.
Organização representativa de mais de 1750 grandes e médias empresas sedeadas em Mumbai, só por si geradoras de quase um terço do produto interno bruto indiano na indústria transformadora e nos serviços, apraz-me notar que alia uma acção vincadamente profissional de promoção dos interesses dos seus membros a uma visão abrangente das questões económicas e sociais.
Nos escassos dias que decorreram desde a minha chegada à Índia, pude já testemunhar a energia, o talento e a criatividade que têm imprimido a este país, no decurso dos últimos anos, um dos mais fortes ritmos de crescimento a nível mundial e conduzido a profundas transformações económicas e sociais que bem atestam da emergência de uma “Nova Índia”.
Essa energia e sentido de acelerada mudança, sentimo-los de forma especialmente viva nesta enorme metrópole que é Mumbai, a capital comercial, industrial e financeira da Índia e a mais populosa e cosmopolita das suas cidades. Sede de muitas das mais importantes empresas e instituições do país, responsável por quase metade do comércio externo e grande centro da indústria indiana de serviços – desde o reputado sector de tecnologias de informação e outsourcing de processos à indústria cinematográfica -, Mumbai apresenta-se como um dos mais dinâmicos centros de negócios da Índia e como um extraordinário pólo de desenvolvimento.
Não posso deixar, também por isso, de sublinhar a oportunidade que este Seminário representa, ao proporcionar um melhor conhecimento do que se faz actualmente na Índia e em Portugal e um estreitamento de contactos entre empresários e altos responsáveis indianos e portugueses, para o fortalecimento das relações empresariais e dos laços económicos entre os nossos dois países.
A Índia e Portugal que desfrutam de um excelente relacionamento político, de um quadro contratual assente numa boa base de acordos e protocolos celebrados em diversas áreas, e de uma indesmentível proximidade histórica e cultural. Mas que, ainda assim, e não obstante alguns exemplos de sucesso, que merecem todo o nosso apreço e encorajamento, apresentam um grau de relacionamento, a nível de trocas comerciais e de cooperação bilateral, que se situa muito aquém das suas potencialidades e, diria mesmo, do que se poderia razoavelmente esperar.
Desenvolver uma relação de futuro no século XXI entre Portugal e a Índia passa por mobilizar, porventura de forma mais articulada, as vontades dos agentes económicos, políticos e culturais e proporcionar as condições para que as oportunidades sejam mais e melhor divulgadas, a comunicação se estabeleça e os negócios possam materializar-se.
A temática deste Seminário e a forma como os trabalhos se encontram organizados são, por isso mesmo, particularmente apropriados.
A delegação empresarial que me acompanha nesta visita é representativa de vários dos sectores mais dinâmicos e conceituados da economia portuguesa – das tecnologias de informação, robótica e comunicação às biotecnologias, ao turismo e aos serviços bancários, passando pela engenharia, moldes e construção. É composta por responsáveis de topo de empresas, muitas delas, com presença internacional e vocação global, seleccionadas pelo seu interesse na Índia ou no estabelecimento de futuras parcerias com empresas indianas. E partilham certamente, com os seus congéneres aqui presentes, de uma visão estratégica e de uma postura empresarial virada para o mundo e para o futuro.
São empresas que ilustram bem o Portugal deste século, um país moderno, seguro, acolhedor, uma economia aberta, com excelentes infra-estruturas, um sistema financeiro altamente desenvolvido, e uma classe empresarial crescentemente orientada para a inovação e para a internacionalização. Empresas cuja reputação, experiência internacional e expertise as colocam em boa posição para ir ao encontro de muitas das necessidades de cooperação e investimento associadas à actual fase de desenvolvimento da economia indiana, como sucede na área das infra-estruturas, unanimemente apontada como desafio prioritário para a sustentabilidade do presente ritmo de crescimento económico do país. O investimento em infra-estruturas assume, de resto, um papel especialmente determinante na preservação da dinâmica produtiva e urbanística e da capacidade competitiva de metrópoles como Mumbai.
Reflexo das relações privilegiadas que Portugal mantém com a África e a América Latina, as empresas portuguesas têm vindo a canalizar um elevado nível de investimentos para essas economias, designadamente para os países de língua oficial portuguesa (língua que reúne mais de 200 milhões de falantes nos cinco continentes).
Enquanto Estado-membro da União Europeia, Portugal – sob cuja presidência e iniciativa foram lançadas, recorde-se, as Cimeira UE-Índia - é também plataforma de acesso a um mercado consolidado de 500 milhões de consumidores. Fazendo parte do grupo de países fundadores da zona euro, beneficia de fortes padrões de disciplina e estabilidade financeiras e de um clima macroeconómico e regulamentar favorável ao investimento estrangeiro.
Portugal é um país empreendedor, confiante em si próprio, capaz de multiplicar centros de criatividade científica e empresarial, de se afirmar como um país de oportunidades. Um Portugal que sabe que o futuro dependerá, em larga medida, da capacidade de criação de riqueza baseada na inovação e no conhecimento. E que vê a emergência económica e política da Índia como um processo natural, face aos enormes recursos e potencialidades do País e à sua ambição de assegurar um desenvolvimento rápido e sustentável.
O mundo cada vez mais global em que vivemos é um mundo fortemente competitivo, incluindo em bens e serviços até há bem pouco tempo considerados como não transaccionáveis, mas é, igualmente, um mundo de crescentes interdependências e complementaridades, em que a descoberta e a integração do conhecimento disperso pelo mundo fora tendem cada vez mais a funcionar, elas próprias, como fonte de novas vantagens competitivas para as empresas. É este, de facto, o desafio da sociedade do conhecimento, que hoje se apresenta de forma cada vez mais nítida e que abre toda uma fronteira de novas possibilidades e de vantagens mútuas.
Portugal e as empresas portuguesas têm muito a oferecer à Índia. E a Índia tem, seguramente, muito a oferecer a Portugal. Há muito que os dois países podem e devem fazer juntos.
Estou certo de que os trabalhos deste Seminário darão um contributo determinante para que os empresários indianos e portugueses possam descobrir e explorar, em benefício mútuo, novas vias de acesso a uma caminhada, em parceria, rumo ao futuro. Só lhes posso desejar, a todos, o maior sucesso.
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