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Mensagem do Presidente da República
Bangalore
16.01.2007

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Intervenção do Presidente da República Portuguesa na sessão de encerramento do Seminário Económico de Nova Delhi

Senhor Secretário de Estado e dos Assuntos Exteriores da Índia,
Senhor Ministro da Economia e da Inovação de Portugal,
Senhor Presidente da Federação das Câmaras Indianas de Comércio e Indústria,
Senhores Empresários,
Senhoras e Senhores,

É com grande satisfação que me dirijo a esta ilustre Assembleia e que saúdo e agradeço a presença de todos os participantes e as cordiais palavras do Senhor Secretário de Estado e dos Assuntos Exteriores.

Para além de traduzir um notável esforço de cooperação entre as três maiores e mais emblemáticas federações empresariais da Índia, este Seminário constitui uma iniciativa de fundamental importância para o desejável fortalecimento das relações económicas e dos laços empresariais entre Portugal e a Índia.

É, também, uma oportunidade para felicitar os representantes da classe empresarial indiana pelo seu contributo para o extraordinário desempenho da economia deste país, que, nos últimos três anos, teve um crescimento médio superior a 8 por cento, um dos maiores do mundo.

Em resultado de mais de uma década de forte crescimento, liderado pelo sector dos serviços e associado, em larga medida, a uma crescente abertura económica e a um vasto conjunto de reformas estruturais, o rendimento real per capita indiano aumentou mais de 50 por cento nos últimos dez anos. O desenvolvimento tecnológico e científico, o forte dinamismo das exportações e a acrescida integração nos sistemas financeiros internacionais evidenciam o papel cada vez mais importante que a Índia tende a desempenhar, como merece, na economia global.

Num mundo globalizado, a interdependência e a complementaridade entre as economias e entre as empresas tendem, de forma cada vez mais acentuada, a coexistir com a intensificação da concorrência em mercados cada vez mais alargados.

A concorrência à escala global está, ela própria, a mudar. Está a emergir uma economia cada vez mais baseada no conhecimento. E o conhecimento necessário para uma empresa construir a sua vantagem competitiva e competir não está num só lugar ou país, está disperso pelo mundo. O desafio actual consiste em ser capaz de identificar conhecimento disperso pelos mais variados pontos do mundo, de integrá-lo e de alavancá-lo à escala global.

Não posso deixar de sublinhar, neste contexto, a excelente oportunidade proporcionada por este Seminário para um melhor conhecimento e para um contacto mais estreito entre empresários indianos e portugueses.

A comitiva empresarial que me acompanha nesta visita é representativa de vários dos sectores mais dinâmicos da economia portuguesa - das tecnologias de informação, robótica e comunicação às biotecnologias, ao turismo e aos serviços bancários, passando pela engenharia, moldes e construção. É composta por responsáveis de topo de empresas, muitas delas, com presença internacional e vocação global, seleccionadas, também, pelo seu interesse na Índia ou no estabelecimento de futuras parcerias com empresas indianas. Partilham certamente com os seus congéneres aqui presentes de uma visão estratégica e de uma postura empresarial viradas para o futuro e para o mundo.

Construir uma relação de futuro entre Portugal e a Índia é, posso dizê-lo, o grande objectivo desta minha visita de Estado, a convite do Presidente da República da Índia.

O acolhimento inexcedível que temos recebido é testemunho não só da milenar tradição indiana de cortesia como do excelente relacionamento político existente entre os nossos dois países e da nossa indesmentível proximidade histórica e cultural.

Dispomos, igualmente, de uma boa base contratual, assente numa rede de acordos e protocolos celebrados em diferentes áreas.

Mas o certo é que, se exceptuarmos alguns exemplos pontuais de sucesso, que merecem o nosso particular apreço, o relacionamento entre Portugal e a Índia, no domínio económico e no da cooperação bilateral, permanece muito aquém do seu potencial. Importa, pois, mobilizar mais fortemente a vontade dos agentes políticos, económicos, culturais e científicos, sem a qual dificilmente se poderá construir a relação de futuro que vejo como possível, desejável e mutuamente benéfica.

É preciso que os empresários se conheçam melhor, que os fluxos de informação e de comunicação entre os nossos dois países sejam reforçados e que os agentes políticos contribuam com a criação de condições para que os negócios aconteçam.

Portugal tem muito para oferecer à Índia, e a Índia tem, seguramente, muito para oferecer a Portugal. E acredito que têm muito para fazer juntos.

Portugal é um país moderno, seguro, acolhedor, uma economia aberta, com excelentes infra-estruturas, um sistema financeiro sólido e sofisticado, e uma classe empresarial crescentemente orientada para a inovação e para a internacionalização. Reflexo das relações privilegiadas que Portugal mantém com a África e a América Latina, as empresas portuguesas têm vindo a canalizar um elevado nível de investimentos para essas economias, designadamente para os países de língua oficial portuguesa (língua que reúne, assinale-se, mais de 200 milhões de falantes, nos cinco continentes).

Enquanto membro da União Europeia – o principal parceiro comercial da Índia -, Portugal é também plataforma de acesso a um mercado consolidado de mais de 500 milhões de pessoas. Fazendo parte do grupo de países fundadores da zona euro, Portugal beneficia de fortes padrões de disciplina e estabilidade financeiras e de um clima macroeconómico e regulamentar favorável ao investimento estrangeiro.

O Portugal do Século XXI é um país empreendedor, confiante em si próprio, capaz de multiplicar centros de criatividade científica e empresarial, de se afirmar como um país de oportunidades. Um Portugal que sabe que o futuro dependerá, em larga medida, da capacidade de criação de riqueza baseada na inovação e no conhecimento. E que vê a emergência económica e política da Índia como um processo natural, face aos enormes recursos e potencialidades do País e à sua ambição de assegurar um desenvolvimento rápido e sustentável. O notável progresso realizado pela Índia é credor de admiração e respeito e justifica a melhor cooperação a nível bilateral e multilateral.

Vivemos a transição para um mundo e uma sociedade em rede. Mais do que um fenómeno económico, a Globalização é também um fenómeno cultural, social e político, que nos torna cidadãos activos de uma comunidade cada vez mais alargada, em que as fronteiras geográficas deixam de ser protecção ou obstáculo. Para países como Portugal, mas também para países com a dimensão da Índia, a globalização cria um novo quadro de exigências, assim como de oportunidades sem precedentes.

Há poucos meses, reuniram-se em Portugal cerca de duas dezenas de líderes das maiores empresas mundiais, provenientes de doze países dos diferentes continentes, em conjunto com outros tantos representantes de empresas portuguesas com ambição global, para debater os desafios da globalização. Mais precisamente, este Conselho, criado sob o meu patrocínio, debruçou-se sobre a forma de promover uma globalização que abra espaço à participação de todos os países, ou seja, uma globalização plural.

A discussão que teve lugar tornou claro que, numa economia do conhecimento, não há países periféricos. Uma empresa não tem necessariamente de pertencer a uma economia rica para competir no mercado global.

A globalização deve, com efeito, ser plural, facilitando o trabalho em conjunto, numa lógica de interdependência e num jogo de complementaridades e de concorrência justa, por forma a que o vencedor do processo seja a Humanidade como um todo.

Estou seguro de que Portugal e a Índia partilham desta visão e que podem tornar-se parceiros eficazes e construtivos. As empresas hoje aqui reunidas serão, estou certo, o melhor exemplo dessa relação de futuro que queremos construir.

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