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Cerimónia de agraciamento do Eng. António Guterres
Cerimónia de agraciamento do Eng. António Guterres
Palácio de Belém, 2 de fevereiro de 2016 ler mais: Cerimónia de agraciamento do Eng. António Guterres

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República na entrega do Prémio da Fundação San Benito de Alcántara à Central Hidroeléctrica do Alqueva
Alqueva, 15 de Outubro de 2007

Altezas Reais
Senhores Ministros
Senhores Secretários de Estado
Senhor Embaixador de Espanha
Senhor Presidente do Conselho de Administração da EDIA
Senhores Premiados
Digníssimas Autoridades
Senhoras e Senhores,

Permitam-me que comece por agradecer, muito sensibilizado, a presença entre nós de Suas Altezas reais os Príncipes das Astúrias, uma presença que honra este acto e que é sinal da particular afeição que lhes merece o nosso País.

D. Felipe foi uma das primeiras personalidades internacionais que tive o prazer de receber após a minha eleição para a Presidência da República, ainda antes da tomada de posse.

Por outro lado, foi durante a minha Visita de Estado a Espanha, a primeira que efectuei, que foi anunciado que a Princesa das Astúrias esperava a chegada de mais um filho, a Infanta Sofia, um momento de alegria que minha mulher e eu tivemos ocasião de partilhar com Suas Majestades os reis e com Suas Altezas Reais, os Príncipes das Astúrias.

Durante essa Visita de Estado, tive oportunidade de efectuar aquela que foi a primeira Visita de um Chefe de Estado português ao Principado das Astúrias. Uma visita que, num gesto que muito nos sensibilizou, Sua Alteza Real o Príncipe Filipe quis acompanhar pessoalmente.

Depois de episódios tão marcantes, é fácil compreender a satisfação muito particular com que minha mulher e eu recebemos Vossas Altezas em Portugal, e que convosco nos associamos a este acto.

A atribuição, pela prestigiada Fundación San Benito de Alcântara, do Prémio Puente de Alcantara à Central Hidroeléctrica do Alqueva, honra Portugal e reveste-se, a vários níveis, de uma grande importância.

Em primeiro lugar, porque estamos perante um projecto estruturante do desenvolvimento social, ambiental e económico do Alentejo. O Alqueva - o maior lago artificial da Europa - assume-se como uma reserva estratégica de água e como uma infra-estrutura fundamental para o desenvolvimento dos sectores da agricultura, do turismo e da produção de energia.

Recordo, com satisfação, o momento em que o Governo, por mim liderado, decidiu, em 1993, retomar o Projecto, interrompido há longos anos, e lançar os primeiros concursos públicos com vista à sua construção. Este empreendimento de fins múltiplos entrou em funcionamento em 2002. Agora, é fundamental que o esforço de consolidação prossiga para que possam ser atingidos todos os objectivos previstos no Projecto.

Em segundo lugar, porque este projecto se reporta a duas áreas fundamentais da nossa cooperação com Espanha: a Água e a Energia.

A Convenção Luso-Espanhola de Albufeira, que regula a gestão dos rios internacionais, designadamente o Rio Guadiana, foi assinada há quase 10 anos e fez, com êxito, a sua “prova de vida” por altura da seca de 2005. Apesar das dificuldades que atingiram os dois países, com a totalidade dos seus territórios em situação de seca grave ou extrema, foi possível, com recurso aos mecanismos previstos na Convenção, minimizar os riscos colocados pela escassez de água.

Mas a obra que mereceu o Prémio da Fundação San Benito de Alcântara – a Central Hidroeléctrica de Alqueva – convoca-nos para a importância de um outro tema da cooperação entre Portugal e Espanha: o Mercado Ibérico da Electricidade.

Em ambos os casos – água e energia – Portugal e Espanha têm a ganhar com uma maior articulação e cooperação.

Em terceiro lugar, porque este Prémio chama a atenção para a importância das energias renováveis no quadro da sustentabilidade do nosso modelo de desenvolvimento.

Seja pela necessidade de reduzirmos a nossa factura energética – muito penalizada pela escalada do preço do petróleo, seja pela necessidade de combatermos as alterações climáticas, é tempo de apostar, do lado do consumo, na eficiência energética e, do lado da oferta, na produção a partir de fontes de energias renováveis.

A este propósito, vale a pena recordar que Portugal tem apenas 46% do seu potencial hídrico explorado. Congratulo-me, por isso, com recente fixação, tanto a nível europeu como a nível nacional, de metas mais ambiciosas para as energias renováveis.

Em conclusão, felicito, vivamente, os projectistas, os trabalhadores e os empresários que participaram no consórcio de empresas que projectou e construiu a Central Hidroeléctrica do Alqueva e renovo a minha imensa satisfação por termos entre nós Suas Altezas Reais os Príncipes das Astúrias, para se associarem à entrega do Prémio Puente de Alcantara.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.