Saúdo calorosamente o Senhor Presidente do México, D. Enrique Peña Nieto, bem como os distintos membros da sua delegação.
Felicito as organizações envolvidas nesta iniciativa e a todos agradeço a vossa presença.
A excelência das relações políticas entre o México e Portugal – que, nos últimos anos, ganharam um novo impulso –, as nossas afinidades culturais e a complementaridade das nossas economias fazem dos nossos dois países parceiros naturais.
O México é um país que encerra grandes oportunidades. Para além da sua dimensão, é uma economia que detém forte capacidade industrial e revela uma crescente propensão ao investimento e a consumos de qualidade. Notamos com satisfação o importante processo em curso de liberalização dos sectores da energia e das telecomunicações promovido pelo Governo mexicano e felicitamos o Presidente Peña Nieto pelas reformas estruturais em curso.
Portugal, por seu turno, é um país plenamente integrado no grande espaço da União Europeia e que tem uma presença marcante em todos os continentes. Desde África, quer seja no Magrebe, ou nos países lusófonos, em particular Angola e Moçambique, ao Oriente - na China, em Macau ou em Timor. Além disso, Portugal é, hoje em dia, uma importante porta do Atlântico para a Europa. O porto de Sines é o primeiro de águas profundas nas rotas de acesso a este continente, venham elas por África ou através do renovado Canal do Panamá.
Senhor Presidente,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Findo o programa de ajustamento, Portugal recuperou a credibilidade e o acesso aos mercados. A economia portuguesa é hoje mais competitiva, sustentável e mais integrada na economia global. Sem dúvida que Portugal oferece hoje excelentes condições para investidores de fora da Europa, que queiram entrar no mercado europeu.
Deste processo de ajustamento têm vindo a emergir claros sinais de recuperação da atividade económica, com efeitos na redução do desemprego. Mas o mais relevante é o facto de esta retoma ter sido sustentada no aumento das exportações, que subiram de 30 por cento do PIB em 2010 para 40 por cento em 2013. Este é o caminho que vamos continuar a trilhar. Sabemos bem que uma economia pequena e aberta ao exterior apenas pode ser sustentável a longo prazo com um sector exportador moderno e dinâmico.
Sabemos que é essencial manter o ritmo das reformas estruturais em curso e que o crescimento económico terá de assentar, fundamentalmente, no investimento privado, nacional e estrangeiro, e nas exportações.
Estamos determinados a proporcionar a quem investe em Portugal um ambiente empresarial estável e atrativo. Nesse sentido, estão em curso reformas essenciais na área das relações laborais, da Justiça, do licenciamento e da tributação das empresas. Portugal beneficia também de um novo e interessante programa europeu de apoio ao investimento, especialmente dirigido para as PME´s e para a inovação e competitividade.
Estamos a promover uma maior interação entre as empresas, as universidades e os centros de conhecimento científico e tecnológico, bem como entre o investimento nacional e parceiros estrangeiros.
A maioria das empresas portuguesas presentes neste Seminário conhece esse caminho e caracteriza-se, de resto, pelas suas bem sucedidas experiências de I&D e de introdução de processos de inovação e de internacionalização em várias geografias, nomeadamente na América Latina.
Temos em Portugal uma nova geração de empresas, com grande capacidade empreendedora, inovadora e tecnológica. Muitas estão a desenvolver produtos e serviços diferenciadores para novos segmentos de procura no mercado mundial: na eletrónica, nas tecnologias de informação, na área das energias renováveis, na indústria farmacêutica, no sector automóvel e aeronáutico, no desenvolvimento de aplicações de software para processos de fabrico ou de gestão, ou nas indústrias da cultura e da educação.
Também nas chamadas indústrias tradicionais, como o calçado, a têxtil e vestuário, o mobiliário, a agroalimentar ou os vinhos, a experiência acumulada e uma posição comercial forte nos mercados internacionais, conjugadas com uma aposta constante em inovação e criatividade, representam importantes mais-valias que as empresas portuguesas têm sabido capitalizar.
Destaco ainda as tecnologias de gestão, de preservação e requalificação ambiental, a eficiência energética, as redes de infraestruturas, o ordenamento, a valorização urbanística, a gestão das cidades e as atividades ligadas ao turismo, áreas, todas elas, onde as empresas portuguesas já têm provas dadas no mercado global.
Senhor Presidente,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
O potencial de oportunidades no desenvolvimento de negócios e de parcerias entre os nossos países é, sem dúvida, enorme. A assinatura dos instrumentos de cooperação empresarial que acabamos de testemunhar é um sinal inequívoco de que estamos no bom caminho.
Registo ainda, com satisfação, que o Acordo existente entre os nossos dois países para evitar a dupla tributação tem tido uma implementação exemplar.
A presença portuguesa no mercado global torna-nos, estou convencido, parceiros qualificados para os empresários mexicanos. O México está, por seu lado, numa robusta rota de desenvolvimento e tem manifestado interesse em encontrar parcerias estratégicas visando terceiros mercados.
Temos, portanto, objetivos estratégicos convergentes e oportunidades complementares, que podemos e devemos explorar.
É com essa convicção que irei terminar. Mas não sem antes vos transmitir a fundada expectativa de que os trabalhos deste Seminário e os encontros que se lhe seguirão sejam passos determinantes para que os empresários mexicanos e portugueses possam identificar interesses mútuos e tirar partido das oportunidades. Estou certo de que os laços económicos e de cooperação empresarial sairão daqui reforçados. Este será, sem dúvida, um contributo fundamental dos nossos empresários para o aprofundamento das relações entre o México e Portugal.
Muito obrigado.
© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016
Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.
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