Boa noite
Tenho dito, por diversas vezes, que o poder autárquico é uma das mais conseguidas realizações do Portugal democrático.
A possibilidade que temos de eleger aqueles que irão governar os nossos municípios e as nossas freguesias constitui um elemento essencial de uma democracia de qualidade.
O poder local é um poder de proximidade. São os autarcas que conhecem de perto os problemas concretos dos cidadãos, os seus anseios, as suas carências, as suas dificuldades.
As eleições de amanhã são diferentes das outras eleições mas, nem por isso, menos importantes. Está em jogo a defesa dos interesses das populações a nível local.
Ninguém tem o direito de alhear-se dos problemas da sua terra, das suas perspectivas de desenvolvimento, do rigor e da transparência como é governado o seu município e a sua freguesia.
Os cidadãos devem ter presente que o poder local se encontra numa fase de profunda transformação.
Na generalidade dos casos, as infraestruturas essenciais e os grandes equipamentos indispensáveis ao desenvolvimento estão concluídos.
Agora, os autarcas são chamados a desempenhar tarefas de outra natureza.
Desde logo, no âmbito do combate a velhas e novas situações de pobreza e na promoção da inclusão social.
Em tempos de crise e de desemprego, as autarquias têm aqui um papel essencial a desempenhar.
Por outro lado, as autarquias têm vindo a fazer um esforço significativo na acção educativa, bem como no lançamento de projectos culturais.
É também imprescindível que haja uma aposta cada vez mais intensa na qualidade ambiental, na captação de investimento, na criação de emprego, no apoio às pequenas e médias empresas, no turismo de qualidade, na reabilitação urbana e na salvaguarda do património.
São estes alguns dos desafios que os autarcas que irão ser eleitos têm de enfrentar nos anos que se avizinham.
Renovo a minha confiança no sentido de responsabilidade dos cidadãos. Ser responsável é participar. Numa democracia, o primeiro gesto de participação política é votar.
Votar livremente e em consciência é uma obrigação que todos temos.
Uma obrigação que temos, para com aqueles que construíram o Portugal democrático.
Uma obrigação que temos para com o presente, para com a resolução dos problemas do dia-a-dia.
Acima de tudo, votar é uma obrigação que temos para com o futuro.
Se votarmos, os nossos filhos e os nossos netos nunca poderão dizer que não actuámos quando devíamos.
Votar é uma oportunidade de fazermos ouvir a nossa voz.
Amanhã devemos todos ir votar, em nome de Portugal e do nosso futuro.
Boa noite
© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016
Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.
Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.