Senhor Presidente, Excelência,
Excelentíssima Senhora D. Sílvia Gasparovicová,
Excelentíssimas Autoridades,
Senhoras e Senhores,
Agradeço, muito sensibilizado, as palavras que Vossa Excelência, Senhor Presidente, me acaba de dirigir, bem como a forma calorosa como temos sido recebidos, eu próprio, minha mulher e a delegação que nos acompanha.
Há quinze anos, no seguimento de um processo exemplar, a Eslováquia juntou-se ao concerto das nações soberanas, como exemplar tem sido o caminho percorrido desde então.
No domínio interno, a Eslováquia consolidou as instituições democráticas e as bases de uma economia de mercado aberta e dinâmica, capaz de produzir índices de crescimento económico sem paralelo em qualquer outro país europeu. Na frente externa, cumpriu o objectivo da adesão à União Europeia e à NATO, com um grau de sucesso que suscita a admiração de todos os seus parceiros e de que a sua próxima adesão ao EURO, em Janeiro de 2009, constitui um sinal emblemático.
Excelência,
Sempre entendemos que a União Europeia não faria sentido sem a plena integração dos seus membros do Centro e do Leste. Por isso mesmo, fomos, desde o início, defensores empenhados do processo de alargamento.
Defendemos um projecto europeu assente nos valores da democracia, da justiça e da equidade, que seja um garante da paz, da estabilidade e do desenvolvimento social e económico.
Um projecto em que os nossos cidadãos se revejam, que sirva os seus interesses, que responda com eficácia às suas preocupações e anseios, que lhes permita tirar partido das novas oportunidades. Um projecto que se constitua numa real mais valia face à defesa isolada dos interesses nacionais de cada Estado membro e que permita à União falar a uma só voz quando esse é o caminho para obter os melhores resultados. Um projecto que permita à Europa assumir, com confiança, a sua inserção num mundo globalizado.
Foram estes os princípios pelos quais Portugal norteou o exercício das suas Presidências. Foram eles a ditar a nossa defesa de um espaço Schengen alargado, promotor do sentimento de pertença à União; de uma Política de Coesão, que salvaguarde a equidade na construção do Mercado Único; de uma Estratégia de Lisboa, que dote a Europa dos meios necessários para fazer face aos desafios do nosso tempo; de uma Política Externa e de Segurança Comum que garanta credibilidade à posição da União na cena internacional.
Vemos o Tratado de Lisboa como um contributo essencial para assegurar estes objectivos, permitindo que a União se concentre nas questões concretas de que depende o futuro dos seus cidadãos.
Senhor Presidente,
As relações políticas entre Portugal e a Eslováquia são excelentes, facilitadas por uma comunhão de valores e de interesses.
Os dois países são, hoje, parceiros na NATO e na União Europeia, onde assumem, frequentemente, posições comuns, e possuem já um significativo historial de apoios mútuos às candidaturas respectivas nas Organizações Internacionais. Os Acordos bilaterais abrangem as mais variadas áreas.
Dispomos, assim, das bases para que a excelência do nosso relacionamento político se reflicta num número cada vez mais alargado de sectores, desde logo nas nossas relações económicas e comerciais.
Portugal está empenhado num paradigma de desenvolvimento assente na inovação tecnológica, na qualificação dos recursos humanos, no desenvolvimento sustentável. Dispomos de uma economia crescentemente internacionalizada, com excelentes pontes de contacto nos cinco continentes, fruto de um legado histórico de projecção universal, que nos deixou também a terceira língua europeia mais falada no mundo, património de mais de 250 milhões de pessoas.
A Eslováquia, por seu turno, é um caso de sucesso na transição para a economia de mercado, constituindo um atractivo pólo de investimento. O seu rápido desenvolvimento económico e social faz antever uma evolução equivalente dos seus padrões de consumo, abrindo campo a um incremento das trocas comerciais. Os progressos registados no seu aparelho produtivo deixam adivinhar uma necessidade de diversificação de mercados para as suas empresas, que a constituição de parcerias facilita. Finalmente, a posição geográfica e a capacidade de interlocução junto dos seus vizinhos fazem da Eslováquia uma plataforma natural para a penetração em mercados próximos.
A importante delegação empresarial que me acompanha e o programa de contactos que aqui manterá reflecte o interesse do meu país, dos empresários portugueses, em explorar oportunidades para incrementar os fluxos de investimento, o volume das trocas comerciais e a constituição de parcerias, tendo em vista uma actuação conjunta em mercados terceiros.
O sucesso das empresas portuguesas que operam no mercado eslovaco constituirá, certamente, um estímulo e um exemplo.
Urge, ainda, estimular a cooperação entre instituições científicas e académicas, bem como os fluxos turísticos entre os nossos dois países, neste caso tirando partido da riqueza do património histórico e cultural e das evidentes complementaridades que existem.
Senhor Presidente,
A dimensão cultural é uma vertente indispensável na aproximação entre os povos.
O programa da minha visita inclui o lançamento do primeiro dicionário das línguas eslovaca e portuguesa, bem como a inauguração de uma Exposição de Arte Contemporânea que revela novas tendências e artistas portugueses, e um Concerto de Fado da cantora Mariza, que nos acompanha. Espero que estas iniciativas permitam aproximar os nossos povos e estimular a vontade de levar mais longe o conhecimento e a cooperação.
Certo de que se saberemos estar à altura das oportunidades que se abrem ao reforço dos laços que nos unem, peço a todos que se juntem a mim num brinde à saúde e felicidade pessoal do Presidente Ivan Gasparovic e de sua mulher, ao Povo amigo da Eslováquia e ao futuro das relações entre os nossos dois países.
© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016
Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.
Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.