Bem-vindo à página ARQUIVO 2006-2016 da Presidência da República Portuguesa

Nota à navegação com tecnologias de apoio

Nesta página encontra 2 elementos auxiliares de navegação: motor de busca (tecla de atalho 1) | Saltar para o conteúdo (tecla de atalho 2)
Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
Lamego, 9 de junho de 2015 ler mais: Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

INTERVENÇÕES

Clique aqui para diminuir o tamanho do texto| Clique aqui para aumentar o tamanho do texto
Intervenção do Presidente da República por ocasião do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto
Sinagoga de Lisboa, 27 de Janeiro de 2008

Excelentíssimo Senhor Rabino Elyahu Birnbaum, representante do Grão Rabino de Israel,
Excelentíssimo Senhor Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa,
Excelentíssimo Senhor Rabino da Sinagoga de Lisboa
Membros da Comunidade Israelita de Lisboa,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,

A Assembleia Geral das Nações Unidas, através da resolução nº 60/7 de 1 de Novembro de 2005, criou o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, e escolheu o dia 27 de Janeiro, recordando assim a data em que, no já distante ano de 1945, foi revelada a verdade sobre Auschwitz.

Estamos aqui a cumprir um dever de memória. Compreendemos o que se passou? Não compreendemos. Não se pode compreender um processo racional, burocrático e sistemático, cuidadosamente planificado e arquitectado, para realizar o irracional.

No entanto, mesmo que as nossas palavras sejam irremediavelmente pobres para descrever o horror concentracionário, temos o dever de falar. Temos o dever de recordar um mundo de onde o Bem se ausentou, um mundo que negou o homem porque negou o direito a ser diferente.

Milhões foram martirizados, sobretudo judeus. Honramos a memória de todas as vítimas. Mas quando se nega tão radicalmente o homem, a maior vítima é a própria humanidade.

O trabalho de memória começa por ser um esforço de reconstituição de um passado que não pode ser negado. É mais do que um imperativo de justiça. Contra a indiferença, contra o esquecimento, é de uma pedagogia que precisamos: que todos saibam o que aconteceu para que todos sejam levados a agir de modo a que não volte a acontecer.

Por isso, a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas instou todos os Estados a desenvolver programas de educação que transmitam às novas gerações as lições do Holocausto.

Permitam-me que recorde uma lição que nos foi legada pelo grande livro da sabedoria rabínica, o Talmude: aquele que é de todos o mais poderoso não é o que destrói o seu inimigo, mas o que transforma o inimigo em amigo.

Quando esta lição, válida em todos os tempos e para todos os homens, for verdadeiramente aprendida, alcançaremos a paz abundante e a vida boa para nós e para todo o Povo de Israel que a oração que há pouco partilhámos nos promete.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.