Bem-vindo à página ARQUIVO 2006-2016 da Presidência da República Portuguesa

Nota à navegação com tecnologias de apoio

Nesta página encontra 2 elementos auxiliares de navegação: motor de busca (tecla de atalho 1) | Saltar para o conteúdo (tecla de atalho 2)
Visita ao Hospital das Forças Armadas
Visita ao Hospital das Forças Armadas
Lisboa, 19 de janeiro de 2016 ler mais: Visita ao Hospital das Forças Armadas

PRESIDENTE da REPÚBLICA

INTERVENÇÕES

Clique aqui para diminuir o tamanho do texto| Clique aqui para aumentar o tamanho do texto
Discurso do Presidente da República no 4º Encontro da Rede PME Inovação COTEC
Lisboa, Centro Cultural de Belém, 9 de Novembro de 2010

Senhor Presidente da Direcção da COTEC,
Senhor Presidente do Júri do Prémio,
Senhor Presidente da Comissão de Acompanhamento da Rede PME Inovação,
Senhor Director-Geral da COTEC,
Senhores Empresários e Gestores,
Senhoras e Senhores,

Todos sabemos que uma recessão não é permanente. Apesar da situação de fragilidade que ainda permanece na economia mundial, são já notórios alguns sinais de recuperação da conjuntura internacional, fruto da pujante procura das principais economias emergentes.

Sendo previsível que o cenário de retoma económica não ocorra de maneira necessariamente uniforme a nível global, este é o momento de os empresários procurarem, com redobrado empenho, aproveitar o crescimento dos mercados externos de maior dinamismo. É por esta via que alcançaremos uma reestruturação e um crescimento mais rápido do tecido exportador português, perante um mercado europeu já relativamente consolidado.

Hoje, as oportunidades de colocação da produção nacional estão lá fora. É especialmente importante uma dispersão exportadora que abranja, de forma relevante, as economias emergentes. Os empresários devem olhar com acrescida atenção para um leque alargado de países, mercados e soluções de negócio e não ficar confinados aos espaços a que estavam habituados.

As dificuldades que o País enfrenta não impedem as empresas de aproveitar as oportunidades que existem a nível global, capitalizando as suas competências específicas.

São ainda uma minoria as empresas portuguesas que se constituem como exportadoras de dimensão relevante, sendo também poucos os mercados onde os nossos produtos e serviços têm uma presença expressiva.

Mas o facto é que, para aquelas que apostaram em estratégias de diversificação e alargamento geográfico, os resultados são compensadores. A respeito de todas as dificuldades e incertezas, as expectativas de crescimento por parte das empresas exportadoras são, no presente ano, positivas.

O reforço da nossa presença nos mercados exteriores assume uma importância cada vez mais decisiva para conseguirmos reestruturar a nossa economia e encontrar um novo modelo de crescimento. O grande desafio será estabelecer uma posição relevante nas novas centralidades planetárias do comércio e da inovação, numa vocação verdadeiramente global.

A tarefa de captação e fidelização de novos clientes no exterior é sempre mais exigente do que no mercado doméstico. Na presente conjuntura, a entrada em novos mercados é uma tarefa quase titânica, que exigirá esforço e coragem, mas que não podemos recusar.

Não ignoro, também, que os processos de entrada em novos mercados exigem sólidos recursos financeiros e organizacionais. Só com solidez financeira, organização e competências adequadas, além de uma boa dose de talento, é que as empresas poderão vencer num cenário de elevada concorrência internacional.

Acima de tudo, uma presença global exige uma forte capacidade de liderança. Uma liderança que imprima uma orientação estratégica alinhada com a inovação e a clareza de objectivos.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

A competitividade das nossas empresas não pode deixar de ser um desígnio nacional.

Num contexto de urgência, como aquele em que Portugal se encontra, é exigível aos poderes públicos a mais alta prioridade nos esforços para desburocratizar a vida das empresas exportadoras e reduzir, tanto quanto possível, os seus custos de contexto. Mais: toda a produção de nova legislação relativa à actividade das empresas deverá ser sujeita ao teste do seu impacto na competitividade empresarial.

Por outro lado, deverá ser intensificado, especialmente no que toca às empresas de mais pequena dimensão, o esforço de facilitação no acesso aos instrumentos de apoio ao comércio internacional, desde seguros de crédito ao financiamento à exportação.

Ao Estado competirá, igualmente, reconhecer o esforço das empresas, em particular através de políticas fiscais que funcionem como incentivo aos ganhos de competitividade.

Não temos opção: por mais difíceis que sejam os desafios, temos que vencê-los. No passado, os Portugueses fizeram prova do seu talento e da sua fibra e mostraram ao mundo que eram capazes de ultrapassar os obstáculos. Não creio que tenhamos mudado assim tanto.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

As pequenas e médias empresas inovadoras são uma das mais poderosas forças de transformação da sociedade. Os seus líderes são, tipicamente, pessoas dispostas a aceitar a mudança como um facto natural. Sabem para onde querem ir e o que pretendem ser. Estabelecem objectivos claros e ambiciosos. Estimulam uma cultura de pertença e de envolvimento de todos nos propósitos da organização.

O contributo das PMEs inovadoras é incontornável para a consolidação de um novo modelo para a economia portuguesa. Desde logo, pela sua contribuição para a criação líquida de emprego. E, sobretudo, por ser nas PMEs mais inovadoras – e, por isso mesmo, mais competitivas – que se encontra o mais forte potencial de crescimento da capacidade exportadora da nossa economia.

Há cinco anos, a COTEC definiu um plano de actividades dirigido a um conjunto inicial de vinte e quatro PMEs, tendo como propósito o reconhecimento público da sua atitude e da sua actividade inovadora, exemplo de criação de valor para a economia e para o País. Nasceu assim uma ideia feliz, a Rede PME Inovação.

Foi com esse mesmo espírito que visitei, ao longo do meu mandato, algumas das empresas que constituem esta Rede, uma boa amostra do que de mais inovador e competitivo existe no tecido económico nacional.

O sucesso da Rede é inegável, fruto de uma abordagem coerente e de um trabalho persistente da equipa responsável pela organização e realização das actividades desta iniciativa Cotec.

O sucesso desta iniciativa pode ser comprovado pelo próprio crescimento da Rede nestes cinco anos. Registo com muita satisfação que a Cotec tenha correspondido ao meu desafio inicial e tenha conseguido, ano após ano, exceder as expectativas de alargamento da Rede.

Saúdo as empresas recém-chegadas, que aceitaram o desafio de serem admitidas num grupo de acentuado prestígio. A admissão à Rede resulta, é bom lembrá-lo, da aplicação de critérios rigorosos, que atestam um grupo de PMEs de elevado nível de qualidade e desempenho.

A Rede cresceu e diversificou-se nas características das empresas que a compõem, implicando novas respostas por parte dos seus dinamizadores. Mas o propósito original deve manter-se o mesmo: destacar o mérito de quem assume uma cultura e uma prática de inovação.

É esse o espírito do Prémio PME Inovação que hoje tive o prazer de entregar. Renovo aqui os meus parabéns aos vencedores.

A Rede Cotec PME Inovação representa, além do mais, um exercício continuado de cooperação, que importa destacar. Sabemos que a inovação não resulta de trabalho individual, mas da colaboração de muitos. Não é limitada pela geografia nem por fronteiras.

Sublinho, por isso, o esforço da Cotec no apoio específico às sucessivas fases de crescimento da PMEs inovadoras, quer através da promoção da sua visibilidade face a investidores, quer no apoio à sua internacionalização.

Ainda a propósito de cooperação empresarial, salientaria o facto de estarem hoje aqui reunidos líderes de PMEs inovadoras e líderes das maiores empresas nacionais. Este encontro, tal como os anteriores, é uma boa oportunidade para o reforço dos laços de cooperação entre organizações que se complementam nas suas competências específicas.

Devem ser estimuladas, por isso mesmo, as condições para uma maior aproximação entre pequenas e grandes empresas. Estou convicto de que o estreitamento de relações, através de mais parcerias e processos de inovação conjuntos, será benéfico para todos.

As empresas que compõem a Rede PME Inovação são uma boa amostra do que poderá vir a ser, num futuro próximo, a base do tecido económico português. Foi, pois, com muita satisfação e com fundada esperança que me associei a este 4º Encontro PME Inovação.

Muito obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.