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Audiência com o Presidente Eleito Marcelo Rebelo de Sousa
Audiência com o Presidente Eleito Marcelo Rebelo de Sousa
Palácio de Belém, 28 de janeiro de 2016 ler mais: Audiência com o Presidente Eleito Marcelo Rebelo de Sousa

PRESIDENTE da REPÚBLICA

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República na Cerimónia de Encerramento do 2º Encontro Rede PME Inovação
Museu do Oriente, 20 de Novembro de 2008

Senhor Ministro da Economia e Inovação,
Senhor Presidente da COTEC,
Senhoras e Senhores Empresários e Gestores,

Começo por saudar, naturalmente, os participantes neste 2º Encontro da Rede PME Inovação, permitindo-me deixar uma palavra de especial apreço para os convidados vindos de Espanha, cuja presença é um sinal da importância de um melhor conhecimento recíproco entre os agentes económicos da Península Ibérica.

Quero ainda felicitar a COTEC Portugal pela organização deste segundo Encontro ibérico, o qual acontece na sequência do que teve lugar em 2006, por ocasião da minha visita de Estado a Espanha.

Agora, dá-se novamente oportunidade às pequenas e médias empresas portuguesas e espanholas para estabelecer contactos entre si, aprofundando a frutuosa troca de experiências que a COTEC tem favorecido.

Nos nossos dias, como tenho repetidamente sublinhado, o empreendedorismo e a inovação desempenham um papel essencial no crescimento económico na Europa. Para tal, é necessário fortalecer uma «cultura empreendedora» e reduzir o impacto das barreiras que ainda se colocam à inovação. Existem entraves burocráticos, por certo, mas também há ainda muitas barreiras que se situam ao nível dos investigadores e da mentalidade e do espírito dos empresários.

Os nossos agentes económicos têm de recusar a tendência para o conformismo e a resignação. É nas alturas difíceis, como aquela que atravessamos, que se vê a fibra de um empreendedor.

Neste contexto, instituições como a COTEC têm um papel essencial, ao estimular e premiar os valores do trabalho e do mérito, ao promover a criatividade, a ousadia, a capacidade de controlo dos riscos e a iniciativa dos indivíduos e das organizações empresariais.

As nossas sociedades vivem ainda sob o estigma do insucesso, o que é um elemento de paralisação do empreendedorismo. Temos de aceitar que os revezes são parte integrante do processo de aprendizagem necessário para chegar ao sucesso. Temos de perceber que o êxito representa, como diria o poeta espanhol Antonio Machado, «um caminho que se faz caminhando». As dificuldades que encontramos nesse caminho não nos devem fazer desistir. Quem procura o sucesso não desiste à primeira.

Além do trabalho e da capacidade de acreditar em nós próprios, a cooperação é um factor-chave para vencer na sociedade do conhecimento. Nos nossos dias, ninguém vence sozinho. O sucesso depende sempre de uma conjugação de esforços e de vontades. Daí o mérito desta Rede PMEs Inovadoras da COTEC. O seu alargamento a mais de 100 membros é um indicador de que se está no rumo certo.

Estiveram também no rumo certo as empresas premiadas pela COTEC, as quais, pelo seu exemplo, são fonte de inspiração para todos aqueles que, em tempos de incerteza, pretendem alcançar o sucesso e não se deixam abater pelas dificuldades.

O êxito destas empresas demonstra que é possível vencer e atingir os objectivos. Ao invés de se lamentarem, de se limitarem a falar das crises e dos obstáculos, foram capazes de saber correr riscos, de identificar oportunidades e de definir estratégias, confiando nas suas capacidades.

É, pois, com satisfação que anuncio o lançamento da segunda edição do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, galardão que pretende, uma vez mais, distinguir a capacidade empreendedora dos Portugueses no mundo.

Senhores Empresários e Gestores,

Apesar da recuperação verificada ao longo da última década no domínio da Investigação, Desenvolvimento e Inovação, Portugal ainda está muito longe das metas da União Europeia, e mesmo das metas que colocámos a nós próprios. Sabemos que ainda há fragilidades na eficiência com que os investimentos em inovação são convertidos em novos bens e serviços.

A promoção da cultura de inovação e, não menos decisivo, a potenciação da sua prática no seio das empresas, têm sido temas centrais assumidos pela COTEC desde a primeira hora. Após cinco anos de existência, as razões que presidiram à sua criação mantêm-se válidas e o caminho percorrido é altamente positivo.

Porém, novos e talvez maiores desafios se colocam. É necessário aproveitar melhor o potencial de conhecimento gerado nos últimos anos em Portugal. Além de criar novo conhecimento, importa sobretudo apoiar os empreendedores a transformar esse capital de saber em produtos e serviços de valor com vista a mercados cada vez mais globais.

O trabalho realizado pela COTEC é de verdadeiro interesse nacional. Na qualidade de Presidente da Assembleia Geral, tenho-lhe dado todo o meu apoio e seguido com atenção as suas iniciativas, as quais têm contribuído positivamente para sensibilizar as empresas Portuguesas para a inovação como factor central da competitividade. Sabemos bem que este é um processo muito complexo, com condicionalismos de ordem económica, educacional e cultural.

Mas importa hoje, mais que nunca, não abrandar e dar continuidade ao trabalho desenvolvido dos últimos cinco anos. A intensificação deste esforço será um precioso contributo para a competitividade da economia Portuguesa. Confio na COTEC e nos seus associados para atingirmos este desígnio fundamental para o País.

A criação de condições para que cada vez mais empresas apostem na inovação como instrumento de competitividade e de crescimento é uma missão prioritária da COTEC. Estou certo de que, com o capital de informação e conhecimento que também já possui, a COTEC saberá desempenhar essa missão com a excelência que caracteriza todas as suas iniciativas.

Muito obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.