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Jovens, preservação do património e a valorização da identidade local
Juventude, artes e património: perspectivas para resgatar uma herança cultural em risco

No decurso do Roteiro para a Juventude realizar-se-á um encontro com jovens criadores subordinado à temática das artes e do património.

A iniciativa, organizada pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja e pela Associação de Desenvolvimento Regional Portas do Território, terá lugar na igreja de Nossa Senhora ao Pé da Cruz - um tesouro da Beja barroca em degradação galopante – local magnífico, escolhido para o encontro porque simboliza as dificuldades que afectam grande parte do património religioso do interior do país.

Tal como acontece em muitos outros casos, esta situação põe em perigo a nossa herança cultural e exige uma resposta organizada que possa contar com a articulação de esforços dos vários intervenientes – o Estado, os municípios e, de forma crescente, a sociedade civil.

No Baixo Alentejo tem vindo a concretizar-se, passo a passo, uma estratégia para a recuperação das antigas igrejas, muitas das quais já sem uso permanente.

A perspectiva é a de que estes imóveis (e os seus espólios) possam integrar um conjunto de itinerários de turismo cultural, religioso e ambiental que ajudem a consolidar o papel da região como destino patrimonial de excelência.

Isto passa também pela valorização da criação artística contemporânea, pela existência de ciclos de actividades culturais de qualidade, pelo fomento de públicos e hábitos culturais mais alargados, pelo suster do êxodo dos valores jovens e pela abertura a novas funções, aspectos que a Diocese de Beja integrou numa estratégia de dinamização a que deu o título de “vinho novo em odres velhos”.

Para que o património religioso não morra há que ter a coragem de promover a sua abertura e de mostrá-lo, numa linha de partilha, como elemento essencial da identidade regional.

Outro aspecto decisivo prende-se com a continuidade dos saberes e das práticas, geração após geração, o que pressupõe a capacidade de trabalhar com os mais novos, chamando-os a intervirem nesta dinâmica.

O trabalho efectuado nas igrejas históricas do Baixo Alentejo tem dado particular atenção à colaboração da juventude. Campos internacionais para a recuperação de monumentos, festivais de música e artes, exposições, encomenda de peças a jovens criadores, actividades de extensão cultural e de sensibilização, iniciativas de voluntariado, criação de postos de trabalho qualificado para os serviços são alguns dos campos de intervenção, com resultados positivos. Pretende-se agora alargar este esforço a outros domínios, apostando forte nos valores do território meridional.

A realização do encontro do Presidente da República com jovens que intervêm nos campos das artes, do património, da gestão cultural, do turismo e do desenvolvimento regional destina-se à apresentação das dinâmicas em curso, dos problemas encontrados e, mais ainda, de aprofundamento da rede de parcerias que hoje se está a tecer em torno do património alentejano.

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