I. Lisboa 2010 - O Desafio Europeu

De acordo com os relatórios da Comissão Europeia e da OCDE, a EU padece de um atraso estrutural, em matéria de I&D, face aos níveis verificados nos US e no Japão:


Ora, os problemas da EU, em matéria de I,D&I (Investigação, Desenvolvimento e Inovação), não são, meramente, do domínio do investimento e da dimensão dos recursos humanos envolvidos.

São, em especial, os factores culturais que fragilizam a performance europeia na inovação:

No longo prazo, o desempenho económico dos Estados é fortemente determinado por factores relacionados com o conhecimento. A I&D e a inovação tecnológica contribuíram significativamente para o bom desempenho económico dos Estados Unidos nos últimos anos. 

Assim, o atraso europeu em matéria de I,D&I traduz-se, naturalmente, num prejuízo económico. Atesta-o défice anual de 20 000 milhões € da balança comercial da EU em produtos de alta tecnologia.

Uma análise levada a cabo pela equipa ERASME para a CE mostra que se o investimento em I&D atingir os 3% em 2010, a economia europeia terá, em 2015, um aumento de 3,1 milhões de novos empregos e um aumento do PIB em 4,2%.

A necessidade de corrigir este atraso motivou, em boa medida, o surgimento da Estratégia de Lisboa. A Estratégia de Lisboa, aprovada em Março de 2000, fixou o objectivo de transformar a EU, até, 2010, na região mais competitiva do mundo, com uma economia baseada no conhecimento. As metas essenciais passavam por alcançar uma taxa de crescimento económico em 3% e a criação de 20 milhões de postos de trabalho até 2010.
Nesse âmbito foram igualmente lançadas as bases para um Espaço Europeu de I&D, tendo por objectivo alcançar, até 2010, a meta de 3% do PIB investido em I&D (1% público e 2% privado).

O Plano de Acção, aprovado em 2000, visando a construção do Espaço Europeu de Investigação e Desenvolvimento incluiu os seguintes elementos-chave:


Na última Cimeira da Primavera (24 de Março de 2006), sob proposta da Comissão Europeia, foram aprovadas algumas medidas adicionais com vista à manutenção dos main goals adoptados na revisão da Estratégia de Lisboa em 2004. Merece destaque o facto de, nessa ocasião, se ter decidido que:


Entretanto, o 7º Programa-quadro para a I&D, relativo ao período 2007-2013, encontra-se na fase final do processo legislativo. Na Proposta do 7º Programa-quadro, formulada pela Comissão Europeia são introduzidas algumas alterações relativamente ao Programa anterior. Por um lado, as regras de participação serão mais simples e transparentes. Por outro lado, o orçamento proposto é de 67 800 milhões € (o dobro do 6º PQ). O Programa-quadro está organizado em 4 Programas específicos:

Na sequência de uma Comunicação, de Fevereiro de 2006, da Comissão Europeia, a EU tem vindo a trabalhar, num movimento de ampla consulta pública, na criação do Instituto Europeu de Tecnologia (EIT), prevendo-se, para os próximos meses, a apresentação e aprovação do respectivo instrumento jurídico.

O EIT funcionará com recurso a financiamento público e privado e será um operador de Educação, Investigação e Inovação, com estatuto jurídico independente da regulamentação nacional, no qual participarão empresas, departamentos universitários e equipas de investigação, de excelência, tendo por objectivo:

 

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