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Assembleia Geral das Nações Unidas
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Nova Iorque, EUA, 28 de setembro de 2015 ler mais: Assembleia Geral das Nações Unidas

PRESIDENTE da REPÚBLICA

INTERVENÇÕES

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Mensagem de Ano Novo do Presidente da República
Palácio de Belém, 1 de janeiro de 2016

Boa noite,

De uma forma muito calorosa, desejo a todos os Portugueses um Bom Ano de 2016.

Um Ano Novo é sempre um tempo de incerteza mas também de esperança.

Olhamos o futuro sem saber o que este nos trará – a nós, às nossas famílias, ao nosso País.

Mas, em simultâneo, encaramos sempre o Ano Novo com um sentimento de esperança, desejando que ele seja melhor e mais próspero, quer no plano pessoal e familiar, quer no plano profissional.

Portugueses,

Ao longo de dez anos, percorri o País inteiro, estive com as comunidades da Diáspora, contactei milhares de Portugueses.

São esses Portugueses – todos vós, todos os Portugueses – o nosso grande motivo de esperança num tempo de incerteza.

Através da iniciativa dos Roteiros, tive o privilégio de, ao longo de dez anos, conhecer Portugal de perto, mantendo um diálogo de proximidade com o País real, com os seus problemas e dificuldades, mas também com os seus anseios e as suas realizações.

O primeiro Roteiro que lancei, logo em maio de 2006, foi dedicado à Inclusão Social.

Mais do que os aspetos dramáticos que alimentam o pessimismo e o desânimo, procurei, acima de tudo, valorizar os bons exemplos, enaltecer o trabalho admirável de pessoas e de instituições que promovem o combate à exclusão social, à violência doméstica, ao desemprego e à pobreza, à discriminação das pessoas com deficiência.

Desde então, desenvolvi iniciativas nos mais variados domínios de atividade: a Ciência, a Juventude, o Património Histórico-Cultural, as Comunidades Locais Inovadoras, a Economia Dinâmica, as Florestas, a Pesca.

Conheci – conheci de perto – os Portugueses que hoje estão a construir Portugal. A todos quero expressar o meu mais profundo agradecimento.

Jovens cientistas e investigadores de excelência, empreendedores económicos, sociais e culturais, dirigentes associativos, instituições de solidariedade e voluntários, artistas e criativos talentosos, é este imenso Portugal que se afirma no presente e se projeta no futuro de uma forma extraordinária.

A nossa sociedade civil demonstrou, em tempos muito difíceis, a sua vitalidade, o seu dinamismo, a sua ambição de viver num país melhor e mais justo.

Em todos os Portugueses que conheci – empresários, gestores e trabalhadores, jovens agricultores, autarcas e professores – há um traço de união, um denominador comum.

Todos eles, sem exceção, são testemunho de um profundo amor a Portugal.

É com essa ambição patriótica que iremos construir em conjunto um país melhor e mais solidário, com mais justiça social.

Os Portugueses que estão a fazer Portugal nem sempre são conhecidos nem valorizados como merecem.

Os Portugueses que estão a fazer Portugal não exigem o impossível nem pedem muito ao seu País.

Pedem apenas que o Estado crie condições para que possam desenvolver o seu trabalho e, depois, que os poderes públicos não estabeleçam entraves à sua atividade, desde a criação de emprego e riqueza até à defesa do património e do ambiente, passando pela inovação social e tecnológica.

Este não é um País imaginário. Este é o Portugal do presente, que encontramos bem vivo de Norte a Sul, no litoral e no interior, nas regiões insulares, nas comunidades da Diáspora.

Este é o País real, o País verdadeiro, que muitos agentes políticos desconhecem, que a comunicação social tantas vezes ignora e que conheci de perto durante os meus mandatos.

Este Portugal tem por adquiridos os princípios da liberdade e da democracia, identifica-se plenamente com os valores civilizacionais do Ocidente e com o modelo de desenvolvimento económico e social da Europa.

Os Portugueses que estão a fazer Portugal querem viver numa terra de paz, de solidariedade e de progresso.

Para isso, é fundamental combater as desigualdades e as situações de pobreza e exclusão social, que afetam ainda um grande número de cidadãos: os idosos mais carenciados, os desempregados ou empregados precários, os jovens qualificados que não encontram no seu país o reconhecimento que merecem.

Ao longo da História, muitos milhares de Portugueses partiram para o estrangeiro em busca de melhores condições de vida.

Há quarenta anos, Portugal acolheu muitos milhares de Portugueses vindos das antigas colónias de África. Regressaram ao nosso país em condições difíceis, por vezes trágicas, e aqui prosperaram com o valor do seu trabalho e do seu esforço.

Temos, assim, o dever de acolher aqueles que nos procuram para se integrarem na nossa sociedade, partilhando connosco os valores e princípios de que nunca abdicaremos: a democracia e a liberdade, a tolerância e a dignidade da pessoa humana, o respeito pela nossa cultura e pelas nossas tradições.

Numa Europa marcada por tensões e conflitos, onde em várias paragens emergem pulsões extremistas e xenófobas, Portugal deve afirmar a sua identidade universalista, o espírito com que, há mais de 500 anos, deu novos mundos ao mundo.

Portugueses,

Vivemos um tempo de incerteza.

Temos o dever de defender o modelo político, económico e social que, ao longo de décadas, nos trouxe paz, desenvolvimento e justiça.

Temos de renovar o contrato de confiança entre todos os Portugueses, aquilo que constitui a maior razão para acreditarmos num futuro melhor, para nós e para os nossos filhos.

Com esperança no futuro, desejo aos Portugueses – a todos os Portugueses – um Feliz Ano Novo.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.