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INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República na Sessão de Encerramento da Conferência “Portugal: Rotas de Abril - Democracia, Compromisso e Desenvolvimento”
Fundação Champalimaud, 10 de maio de 2014

No encerramento desta Conferência, permitam-me umas breves palavras para, desde logo, agradecer a presença de todos e as intervenções dos oradores convidados.

Agradeço a todo o público que, durante dois dias, acompanhou esta iniciativa com interesse e atenção. Estou certo de que, ao fim destas duas jornadas, todos os que assistiram às sessões se encontram hoje mais conscientes da interação que existe entre a democracia, a cultura de compromisso e o desenvolvimento.

Aos intervenientes, agradeço, mais uma vez, a disponibilidade para participar nesta Conferência e as magníficas contribuições que nos trouxeram.

Recordo que a presente Conferência, intitulada “Portugal: Rotas de abril”, se inscreve no âmbito dos Roteiros do Futuro, uma iniciativa da Presidência da República que pretende abordar, em várias sessões temáticas, alguns dos grandes desafios que se colocam à sociedade portuguesa, situando a análise e a discussão de problemas de fundo numa perspetiva nacional e num horizonte temporal alargado.

Os Portugueses revêem-se na democracia como forma ideal de governo, mas existem sinais de um progressivo distanciamento dos cidadãos relativamente à atividade política.

Os Portugueses aspiram a viver num País mais desenvolvido, o que implica, por um lado, crescimento económico e combate ao desemprego e, por outro, uma defesa intransigente da transparência na vida pública e salvaguarda da justiça social.

Os Portugueses, enfim, estão conscientes dos desafios que Portugal irá enfrentar neste momento crucial da sua História. Reconhecem e valorizam o compromisso como pressuposto essencial de governabilidade e desenvolvimento numa perspetiva nacional de médio prazo.

A cultura do compromisso que predomina na maioria dos países da União Europeia, tem tido dificuldade em instalar-se na nossa democracia. É preciso insistir. Da minha parte, não deixarei de fazê-lo.

Por tudo isto, as intervenções que escutámos nestes dois dias revestiram-se de enorme interesse. Vozes autorizadas e independentes, reconhecidas pela sua lucidez, pelo seu saber e pela sua experiência, vieram confirmar as nossas intuições e as nossas convicções: o Portugal que nasceu há 40 anos é um projeto de justiça e de bem-estar que tem de ser constantemente alimentado pela qualidade da democracia e a esperança de um futuro melhor. As intervenções abrangeram temas tão diversos como a cidadania e o compromisso, os desafios da sociedade do conhecimento e a importância da inovação e da competitividade para um crescimento sustentável.

A Conferência contou com oradores nacionais e estrangeiros, com intervenções de personalidades dos mais diversos quadrantes. Em conjunto, procederam a uma reflexão serena e profunda, extremamente enriquecedora para todos nós.

Começámos por ouvir o General Ramalho Eanes, testemunho de sabedoria e de experiência. Uma personalidade que, em tempos decisivos da nossa História, se destacou pelo valor da coragem e pela firmeza inabalável das suas convicções.

À minha gratidão pessoal a todos os que estiveram presentes, aos oradores e aos que organizaram e acolheram esta iniciativa, quero, como Presidente da República, associar a gratidão dos Portugueses.

Como em muitas outras realizações que têm lugar este ano, aqui celebrámos abril com elevação e com dignidade, com sentido patriótico e de uma forma profunda e informada. As novas gerações, os que nasceram já depois de 1974, têm dificuldade em perceber que, numa ditadura, seria impossível termo-nos reunido nesta Conferência. Para os jovens, a liberdade é um valor adquirido. Em contrapartida, a segurança no emprego, a possibilidade de afirmar o seu talento ou a capacidade de constituir família e assegurar a sua autonomia são ambições – ambições legítimas – que os jovens de hoje não têm por adquiridas ou garantidas.

Foi para ajudar a cumprir essas ambições que esta Conferência se realizou. Cumprimos a liberdade há quarenta anos atrás. Falta cumprir o desenvolvimento, para que a nossa democracia corresponda aos sonhos nascidos numa madrugada de abril.

Muito obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.