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19.04.2010 12h30
18.04.2010 01h39
18.04.2010 01h08
17.04.2010 20h27
Permitam-me que comece por agradecer a honrosa presença entre nós do Presidente Vaclav Klaus, a quem me liga um relacionamento pessoal de muitos anos, e que é bem o sinal do empenho das autoridades checas no reforço das relações económicas e empresariais entre os nossos dois países.
Quero, também, felicitar os organizadores deste Seminário dedicado à promoção do investimento, de parcerias e do comércio entre Portugal e a República Checa, e saudar todos os presentes.
Como economista, sempre acreditei no poder dos mercados, da iniciativa empresarial e da abertura económica entre os países como indutores primordiais do desenvolvimento e do bem-estar dos cidadãos.
Em Portugal temos beneficiado muito da nossa crescente integração económica na União Europeia e, em particular, do mercado único europeu. É difícil de conceber que tivéssemos atingido o nosso actual patamar de desenvolvimento sem as vantagens e sem os próprios desafios que o nosso compromisso com a Europa nos tem trazido.
Um dos resultados deste processo é termos hoje melhores instituições e melhor regulação económica. Beneficiamos de uma maior estabilidade monetária, decorrente da nossa participação na área do euro, e também dos princípios orientadores do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que trouxeram um importante referencial de disciplina à condução das políticas orçamentais.
Ainda que enfrentemos desafios muito exigentes, sobretudo em matéria de finanças públicas, e resultantes, em parte, da grave crise financeira que se abateu sobre o Mundo nos últimos dois anos, o facto é que a nossa inserção no quadro económico, político e institucional europeu contribui para minorar os custos da estabilização económica e proporcionam um quadro favorável ao desenvolvimento sustentável.
Sem querer alongar-me excessivamente, é para mim óbvio que a participação de Portugal no processo de construção europeia foi essencial à nossa consolidação democrática ao desenvolvimento económico e social do país.
Portugal e a República Checa são, de alguns anos a esta parte, parceiros no quadro da União Europeia. Portugal muito poderá dizer sobre a sua experiência de adesão, que precedeu a da República Checa, como muito terá a beneficiar com os ensinamentos da experiência checa, com destaque para o exemplo que constitui a sua forte capacidade exportadora.
Minhas Senhoras e meus Senhores
Os dados dos fluxos comerciais e de investimento entre os nossos dois países não fazem justiça à excelência que caracteriza o nosso relacionamento político, nem à proximidade que resulta da nossa pertença comum ao Mercado Único europeu.
Seria, por isso, muito positivo que desta iniciativa surgissem resultados palpáveis em termos de acréscimo dos fluxos comerciais e do investimento directo.
Portugal detém, hoje em dia, competências específicas em sectores como os das obras públicas, energias renováveis, distribuição e telecomunicações, que julgo poderem ser particularmente úteis à República Checa. O grau de sofisticação do nosso sistema financeiro é, por seu turno, também muito elevado. Nos países onde se verifica uma elevada presença de investimento directo português, este é, normalmente, visto como benéfico no plano estratégico, e tende a integrar-se de forma plena nas comunidades em que se insere.
Praga é das cidades mais belas da Europa. Mas, como sabem, Portugal é, também, um dos destinos turísticos mais atractivos do nosso continente.
Lisboa acaba de ser eleita como melhor destino turístico europeu, sendo que Portugal está muito longe de se esgotar em Lisboa. Temos um país de paisagens extremamente diversificadas e dotado de uma extensa e magnífica zona costeira. Um destino com características que não concorrem, antes complementam, as da República Checa.
As ligações aéreas directas entre os nossos dois países, de que, felizmente, dispomos, facilitam não apenas o turismo, mas também a constituição de parcerias empresariais.
Um outro factor a contribuir para uma crescente aproximação entre os nossos países é o significativo número de jovens portugueses que estudam, hoje, em universidades checas. Sugiro aos empresários presentes que tirem partido do capital que representam esses jovens, que conhecem as realidades checa e portuguesa.
Minhas Senhoras e meus Senhores
Os últimos dois anos foram particularmente duros para as economias dos nossos países, e alguns dos nossos cidadãos têm sofrido um agravamento das suas condições de vida.
Porém, nenhuma crise económica dura para sempre. E as estratégias empresariais para tirar partido das oportunidades do futuro são, muitas vezes, construídas durante as fases mais baixas do ciclo económico.
Parece-me, por isso, que este é um bom momento para mobilizar recursos. Há uma combinação de factores económicos favoráveis ao investimento. Destaco dois deles. Em primeiro lugar, são muitos os activos que se encontram hoje a preços invulgarmente atractivos. Isso significa que há oportunidades para parcerias empresariais de vários tipos, que permitem uma melhor utilização de capacidades instaladas.
Em segundo lugar, as condições de financiamento são hoje, igualmente, muito atractivas, devido às baixas taxas de juro que estão a ser praticadas, em particular em países da zona euro, e mesmo aqui, na República Checa, onde as taxas de juro directoras se encontram em níveis historicamente baixos.
Para um economista, esta combinação de factores sugere condições excepcionais para pensar novos investimentos e parcerias.
Para um empresário, gestor, ou investidor é importante conhecer, em proximidade, no terreno, as perspectivas que se abrem em cada um dos países. Como certamente poderão verificar durante o Seminário de hoje, as agências de comércio e investimento de cada país estão muito empenhadas na detecção e aproveitamento de novas oportunidades. Em particular, aquelas que se materializem na criação de novos empregos qualificados e consistentes com as condições de desenvolvimento dos nossos países.
Um grau de desenvolvimento que implica uma crescente internacionalização das nossas empresas. A República Checa constitui uma excelente plataforma numa região onde os empresários portugueses estão cada vez mais presentes, assim como Portugal, pelas suas relações históricas e culturais e pela relevância da sua presença económica, dispõe de condições privilegiadas para funcionar como parceiro nos mercados da América Latina, ou de África.
Senhor Presidente da República Checa,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
A afinidade entre os nossos dois países é bem maior do que aquilo que reflectem os números das trocas comerciais e do investimento. O quadro institucional em que nos movemos favorece o estabelecimento de relações comerciais e empresariais baseadas na confiança mútua. A vontade política das autoridades nos nossos países responderá de forma positiva a um aprofundamento das relações económicas e empresariais.
Cabe ao sector privado tirar partido destas condições na identificação e no desenho de projectos credíveis e sustentáveis.
Estou confiante em que este Seminário venha a dar um importantíssimo contributo nesse sentido.
Muito obrigado
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