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19.04.2010 12h30
18.04.2010 01h39
18.04.2010 01h08
17.04.2010 20h27
Magnífico Reitor,
Senhora Professora Chefe do Departamento de Estudos Luso-Brasileiros,
Excelentíssimas Membros do corpo docente da Universidade Carolina,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Quero agradecer, muito sensibilizado, as palavras que Vossa Excelência, Senhor Reitor e a Senhora Professora Sárka Grauová me dirigiram, bem como a oportunidade que me foi proporcionada de me encontrar com estudantes de nacionalidade checa que estão a aprender a língua portuguesa.
Foi com grande satisfação que aceitei o convite para visitar a Universidade Carolina, uma das mais antigas e prestigiadas da Europa.
A História desta Universidade ilustra bem quão remotas são as relações culturais entre os nossos dois países. Efectivamente, os arquivos revelam que já no final do século XVI e início do século XVII, aqui ensinava direito canónico, o português Bento Pinhel.
Dando continuidade a essa tradição, a Universidade Carolina tem contribuído de forma assinalável para a difusão da língua e cultura portuguesas na República Checa, através do leitorado e do Centro de Língua Portuguesa.
Esse esforço, extraordinariamente bem sucedido, deve-se em larga medida ao empenho e dedicação de Vossa Excelência, Senhor Reitor, e de todos aqueles que diariamente para ele contribuem, começando, desde logo, pela Professora Chefe do Departamento de Estudos Luso-Brasileiros. A todos quero deixar uma palavra de profundo reconhecimento e de estímulo para o futuro.
A cooperação universitária de que o Leitorado de português é exemplo tem igualmente expressão em Portugal, como atesta o Protocolo entre a Universidade Carolina e a Universidade de Lisboa, de que resultou a criação de um Leitorado de língua checa naquela Universidade portuguesa.
Da Comitiva que me acompanha fazem parte o Magnífico Reitor da Universidade de Lisboa e a Leitora que aí ensina a língua checa. A sua presença é sinal da importância que atribuo ao aprofundamento das relações de cooperação entre Universidades, como elemento central para a difusão do conhecimento e para a aproximação entre os Povos.
Temos também connosco a Embaixadora da República Checa em Portugal, cujo excelente nível de conhecimento da língua portuguesa lhe permite integrar um grupo em franco crescimento, cuja constituição apadrinhei: o dos Embaixadores falantes de Português.
Peço, agora, a compreensão de Vossa Excelência, Senhor Reitor, para que passe a utilizar a língua portuguesa, dirigindo-me, muito em particular, aos estudantes checos que a ela dedicam os seus estudos.
Antes do mais, quero felicitar-vos pela escolha que fizeram.
A língua portuguesa é, hoje, falada por mais de 250 milhões de pessoas, espalhadas pelos cinco Continentes. É a terceira língua europeia com maior número de falantes no Mundo, e o quinto, ou sexto idioma mundial – consoante os critérios – o que atesta bem a sua projecção internacional.
Segundo as mais recentes avaliações, a língua portuguesa é, também, um dos idiomas em maior expansão, devido ao forte crescimento demográfico dos países e regiões onde o português é língua veicular e de um interesse crescente por parte de quantos a utilizam como língua estrangeira.
Os especialistas estimam que, em 2050, o número de falantes de português nos países em que é língua oficial ascenda a 335 milhões de pessoas, um número a que haverá que somar todos quantos, como vós, o utilizam como língua estrangeira.
O domínio da língua portuguesa constitui uma fonte de enriquecimento extremamente relevante, ao favorecer o contacto com um grupo alargado de povos, países e regiões com realidades geográficas e culturais muito diversificadas.
Mas o português é, igualmente, um trunfo profissional de grande importância, ao tornar mais fácil o contacto com países que registam significativas taxas de crescimento económico e que se afirmam como actores regionais e internacionais de primeiro plano, como é o caso, por exemplo, do Brasil, de Angola, ou mesmo de Moçambique.
Falar o português é, assim, uma porta de acesso para novas oportunidades de negócio e de valorização profissional, uma constatação particularmente evidente, por exemplo, num país como a China, onde estudos recentes revelaram que o português é a língua que garante colocação profissional imediata aos estudantes de línguas estrangeiras.
Mas o português é, ainda, uma língua com cada vez maior presença nas redes modernas de comunicação. A título de exemplo, entre 2000 e 2009, o número de utilizadores do português na Internet aumentou 864 por cento e o português é, já, a terceira língua mais usada na rede social Twitter, somente atrás do inglês e do japonês.
A promoção e difusão da língua portuguesa constitui um dos objectivos gerais estabelecidos nos Estatutos constitutivos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a CPLP, uma Organização de que muitos de vós já terão ouvido falar e que agrupa oito Estados soberanos, na Europa, África, América Latina e Ásia, que têm o português como língua oficial.
Em 2008, os Estados membros da CPLP tomaram a decisão de trabalhar em conjunto para fazer do Português uma das línguas oficiais das Nações Unidas.
Recentemente, teve lugar, em Brasília, uma Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, com uma participação muito ampla, de que resultou um ambicioso Plano de Acção, que será submetido à aprovação dos Chefes de Estado da CPLP, na Cimeira de Luanda, prevista para o próximo mês de Julho. Uma Cimeira em que Angola assumirá a Presidência rotativa desta Organização, sucedendo a Portugal.
Como lembra o texto do Plano de Acção, “o português já é utilizado como língua oficial, de trabalho ou de documentação, em mais de duas dezenas de organismos multilaterais ou regionais”. No entanto, o Plano reconhece que a sua projecção internacional exige que sejamos bem mais ambiciosos, estabelecendo como objectivo inicial a introdução do português como “língua de documentação” das Nações Unidas.
O mesmo Plano contém um capítulo dedicado exclusivamente ao “Fortalecimento do ensino de português como língua estrangeira”, no qual são previstas medidas que deverão conduzir a uma divulgação ainda mais alargada da língua portuguesa.
Um dos nossos maiores poetas, Fernando Pessoa, dizia que a sua Pátria era a língua portuguesa. Falo-vos, pois, como compatriota pela língua. E nessa qualidade vos peço que divulguem e promovam a língua portuguesa. Felicito-vos, mais uma vez, pela vossa opção que, estou certo, provará ser culturalmente e profissionalmente correcta.
Magnífico Reitor,
Senhora Professora Chefe do Departamento de Estudos Luso-Brasileiros,
Excelentíssimas Membros do corpo docente da Universidade Carolina,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Procurei nesta minha intervenção sublinhar as vantagens que resultam de uma aposta no estudo da língua e cultura portuguesa. Não posso concluí-la sem agradecer, mais uma vez, tudo quanto esta Universidade tem feito para que essa opção seja possível.
Muito obrigado
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