Bem-vindo à Página da Visita de Estado à República Checa

Nota à navegação com tecnologias de apoio

Nesta página encontra 2 elementos auxiliares de navegação: motor de busca (tecla de atalho 1) | Saltar para o conteúdo (tecla de atalho 2)
 

GALERIA DE IMAGENS

Presidente manteve em Praga dois minutos de silêncio pela morte de Lech Kaczynski (1)
Presidente manteve em Praga dois minutos de silêncio pela morte de Lech Kaczynski (2)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (1)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (2)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (3)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (4)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (5)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (6)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (7)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (8)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (9)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (10)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (11)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (12)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (13)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (14)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (15)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (16)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (17)
Encontro Empresarial Portugal-República Checa juntou os Presidentes Cavaco Silva e Václav Klaus (18)

INTERVENÇÕES

Clique aqui para diminuir o tamanho do texto| Clique aqui para aumentar o tamanho do texto
Intervenção do Presidente da República na Sessão de Boas-Vindas na Universidade Carolina
Praga, 16 de Abril de 2010

Magnífico Reitor,
Senhora Professora Chefe do Departamento de Estudos Luso-Brasileiros,
Excelentíssimas Membros do corpo docente da Universidade Carolina,
Minhas Senhoras e meus Senhores,

Quero agradecer, muito sensibilizado, as palavras que Vossa Excelência, Senhor Reitor e a Senhora Professora Sárka Grauová me dirigiram, bem como a oportunidade que me foi proporcionada de me encontrar com estudantes de nacionalidade checa que estão a aprender a língua portuguesa.

Foi com grande satisfação que aceitei o convite para visitar a Universidade Carolina, uma das mais antigas e prestigiadas da Europa.

A História desta Universidade ilustra bem quão remotas são as relações culturais entre os nossos dois países. Efectivamente, os arquivos revelam que já no final do século XVI e início do século XVII, aqui ensinava direito canónico, o português Bento Pinhel.

Dando continuidade a essa tradição, a Universidade Carolina tem contribuído de forma assinalável para a difusão da língua e cultura portuguesas na República Checa, através do leitorado e do Centro de Língua Portuguesa.

Esse esforço, extraordinariamente bem sucedido, deve-se em larga medida ao empenho e dedicação de Vossa Excelência, Senhor Reitor, e de todos aqueles que diariamente para ele contribuem, começando, desde logo, pela Professora Chefe do Departamento de Estudos Luso-Brasileiros. A todos quero deixar uma palavra de profundo reconhecimento e de estímulo para o futuro.

A cooperação universitária de que o Leitorado de português é exemplo tem igualmente expressão em Portugal, como atesta o Protocolo entre a Universidade Carolina e a Universidade de Lisboa, de que resultou a criação de um Leitorado de língua checa naquela Universidade portuguesa.

Da Comitiva que me acompanha fazem parte o Magnífico Reitor da Universidade de Lisboa e a Leitora que aí ensina a língua checa. A sua presença é sinal da importância que atribuo ao aprofundamento das relações de cooperação entre Universidades, como elemento central para a difusão do conhecimento e para a aproximação entre os Povos.

Temos também connosco a Embaixadora da República Checa em Portugal, cujo excelente nível de conhecimento da língua portuguesa lhe permite integrar um grupo em franco crescimento, cuja constituição apadrinhei: o dos Embaixadores falantes de Português.

Peço, agora, a compreensão de Vossa Excelência, Senhor Reitor, para que passe a utilizar a língua portuguesa, dirigindo-me, muito em particular, aos estudantes checos que a ela dedicam os seus estudos.

Antes do mais, quero felicitar-vos pela escolha que fizeram.

A língua portuguesa é, hoje, falada por mais de 250 milhões de pessoas, espalhadas pelos cinco Continentes. É a terceira língua europeia com maior número de falantes no Mundo, e o quinto, ou sexto idioma mundial – consoante os critérios – o que atesta bem a sua projecção internacional.

Segundo as mais recentes avaliações, a língua portuguesa é, também, um dos idiomas em maior expansão, devido ao forte crescimento demográfico dos países e regiões onde o português é língua veicular e de um interesse crescente por parte de quantos a utilizam como língua estrangeira.

Os especialistas estimam que, em 2050, o número de falantes de português nos países em que é língua oficial ascenda a 335 milhões de pessoas, um número a que haverá que somar todos quantos, como vós, o utilizam como língua estrangeira.

O domínio da língua portuguesa constitui uma fonte de enriquecimento extremamente relevante, ao favorecer o contacto com um grupo alargado de povos, países e regiões com realidades geográficas e culturais muito diversificadas.

Mas o português é, igualmente, um trunfo profissional de grande importância, ao tornar mais fácil o contacto com países que registam significativas taxas de crescimento económico e que se afirmam como actores regionais e internacionais de primeiro plano, como é o caso, por exemplo, do Brasil, de Angola, ou mesmo de Moçambique.

Falar o português é, assim, uma porta de acesso para novas oportunidades de negócio e de valorização profissional, uma constatação particularmente evidente, por exemplo, num país como a China, onde estudos recentes revelaram que o português é a língua que garante colocação profissional imediata aos estudantes de línguas estrangeiras.

Mas o português é, ainda, uma língua com cada vez maior presença nas redes modernas de comunicação. A título de exemplo, entre 2000 e 2009, o número de utilizadores do português na Internet aumentou 864 por cento e o português é, já, a terceira língua mais usada na rede social Twitter, somente atrás do inglês e do japonês.

A promoção e difusão da língua portuguesa constitui um dos objectivos gerais estabelecidos nos Estatutos constitutivos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a CPLP, uma Organização de que muitos de vós já terão ouvido falar e que agrupa oito Estados soberanos, na Europa, África, América Latina e Ásia, que têm o português como língua oficial.

Em 2008, os Estados membros da CPLP tomaram a decisão de trabalhar em conjunto para fazer do Português uma das línguas oficiais das Nações Unidas.

Recentemente, teve lugar, em Brasília, uma Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, com uma participação muito ampla, de que resultou um ambicioso Plano de Acção, que será submetido à aprovação dos Chefes de Estado da CPLP, na Cimeira de Luanda, prevista para o próximo mês de Julho. Uma Cimeira em que Angola assumirá a Presidência rotativa desta Organização, sucedendo a Portugal.

Como lembra o texto do Plano de Acção, “o português já é utilizado como língua oficial, de trabalho ou de documentação, em mais de duas dezenas de organismos multilaterais ou regionais”. No entanto, o Plano reconhece que a sua projecção internacional exige que sejamos bem mais ambiciosos, estabelecendo como objectivo inicial a introdução do português como “língua de documentação” das Nações Unidas.

O mesmo Plano contém um capítulo dedicado exclusivamente ao “Fortalecimento do ensino de português como língua estrangeira”, no qual são previstas medidas que deverão conduzir a uma divulgação ainda mais alargada da língua portuguesa.

Um dos nossos maiores poetas, Fernando Pessoa, dizia que a sua Pátria era a língua portuguesa. Falo-vos, pois, como compatriota pela língua. E nessa qualidade vos peço que divulguem e promovam a língua portuguesa. Felicito-vos, mais uma vez, pela vossa opção que, estou certo, provará ser culturalmente e profissionalmente correcta.

Magnífico Reitor,
Senhora Professora Chefe do Departamento de Estudos Luso-Brasileiros,
Excelentíssimas Membros do corpo docente da Universidade Carolina,
Minhas Senhoras e meus Senhores,

Procurei nesta minha intervenção sublinhar as vantagens que resultam de uma aposta no estudo da língua e cultura portuguesa. Não posso concluí-la sem agradecer, mais uma vez, tudo quanto esta Universidade tem feito para que essa opção seja possível.

Muito obrigado

© 2010 Presidência da República Portuguesa